segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Skritek

de Tomás Vorel (2005)
Ver esse filme me trouce lembranças de 2 filmes fabulescos que gosto muito: "O ilusionista", de Jos Sterlling, e "Rumba", de Dominique Abel e Fiona Gordon. Em comum, os filmes tem a ausencia de diálogos, e grunhidos no lugar de falas. O patético e o grotesco da rotina de uma família classe média na Tchekoslovaquia vem em tons altamente bizarros e surreais. O marido é açougueiro e tem uma amante. A esposa trabalha em um caixa de supermercado e entra em crise nervosa. A filha pequena se imagina vendo um duende ( daí o termo Skritek, que quer dizer "Duende") e o filho adolescente é um anarquista que luta contra o sistema. O filme é recheado de gags visuais, que às vezes beira o pastelão. A fotografia acompanha essa linguagem de realismo fantástico, e o verde predomina em quase todas as cenas: na cor do duende, na plantação de maconha, no figurino, na floresta, no supermercado...A trilha sonora é vibrante, quase em tom farsesco, realçando a comédia. Por ser uma produção de baixo orçamento, os efeitos que recheiam o filme e lhe dão magia e encantamento, são bem simplórios, mas dignos da proposta do filme. ( a cena do pesadelo do marido, se imaginando no lugar do porco, e o porco como açougueiro, é antológica). O ritmo é bem lento, e assistir a esse filme é preciso muito boa vontade para querer entrar nesse universo lúdico e bufônico. Uma pérola do cinema do leste europeu. Nota: 7

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