sábado, 2 de fevereiro de 2013
Os miseráveis
"The miserables", de Tom Hooper ( 2012)
Um aviso importante: As pessoas que não curtem musicais, especialmente os que odeiam filmes como "Os guarda-chuvas do amor", que é 100% cantado, melhor manterem-se bem afastados desse filme. Se esse não é o seu caso, deixe-se comover por uma linda história de amor e de honra. Tom Hooper, o diretor de "O discurso do rei", surpreende ao investir em um filme ousado, onde os atores cantam cada linha do texto, em uma mega-produçào de quase 160 minutos de duração. O elenco, diga-se de passagem, é todo extraordinário. Qualquer pequena participação aqui é feita com muita dignidade e vigor. Hooper desenvolveu um método curioso de filmar musicais: seus atores canta, todos ao vivo, sem playback, e é essa captação de som que ouvimos. Ou seja, as vezes o som sai meio sujo, abafado, mas é assim que ele quiz, sem estúdio, sem correções. Isso confere realismo ao filme. De tantas performances admiráveis, obviamente temos que destacar a de Hugh Jackman, soberbo, e de Anne Hathaway, que mesmo aparecendo pouco, rouba cada minuto com a sua densidade dramática carregada de emoção. Outra dupla formidável é a de Sasha Baron e Helena Bohan Carter, que trazem humor e leveza a uma trama tão soturna e sofrida. As duas crianças do filme também são fenomenais: a pequena Cosette, e o garotinho revolucionário. Jackman interpreta Jean Valjean, preso por ter roubado um pedaço de pão para alimentar um bebê faminto. Ele passa 19 anos na prisão, sob pesadas mãos do Inspetor Javert (Russel Crowe). Anos depois, rico, Valjean tem seu destino traçado por Fantine (Hathaway), que pede para que ele tome conta de sua filha Cosette. Porém, Javert surge, e entre rusgas do passado e amores proibidos, eclode a revolução. Sim, o filme é longo, cai o ritmo as vezes, mas no geral, é um belíssimo espetáculo, que para fãs de romantismo exacerbado e de musicais, é um prato cheio.
Nota: 8
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