sábado, 16 de fevereiro de 2013
A hora mais escura
"A hora mais escura", de Kathryn Bigelow (2012)
Uma pergunta que fica, após assistir ao filme: Porquê a academia preferiu indicar David O. Russell, de "O lado bom da vida", e ignorou o excelente trabalho de direção de Bigelow? Nossa, mas não dá nem pra começara fazer qualquer tipo de comparação. A direção de Bigelow é segura, tecnicamente impecável, tensa, inteligente, primorosa. O roteiro de Marc Boal é genial, dsenvolvendo a personagem de Jessica Chainstain de forma brilhante: assim como o espectador, a personagem de Chainstain vai sendo apresentada ao universo machista dos soldados e agentes da CIA e da Força especial de Guerra. Um mundo à parte, brutal, sem piedade, onde qualquer indicio de humanidade se esvai. O filme foi duramente criticado por suas cenas de tortura física e moral que acontecem na 1a parte do filme. Segundo o filme, até um pouco depois do atentado de 11 de setembro, a tortura era permitida para se obter confissões. Mas logo depois, o Governo deu pra trás, devido a pressões de grupos humanistas, e a tortura foi proibida. Aí é que a personagem de Chainstain ganha força. Qualquer tipo de investigação tem que ser feita na base de intuiçao. O filme é longo, quase 160 minutos, tem uma narrativa fria, lenta, em linguagem que mistura documental com ficção. Algumas cenas são verdadeiramente vibrantes: a explosão no restaurante, o atentado contra agentes da CIA e o desfecho, que dá nome ao filme. O elenco é excelente, com uma hegemonia raras veze vista. Uma ótima decisão de Bigelow de não ter escalado atores famosos, pois aí se confere mais credibilidade. Sobra a Chainstain esse posto de nome forte do elenco. Ela, indicada ao oscar, está perfeita, durona na medida certa. A cena final dela é emocionante. Um filme que pode encher o saco de muita gente que espera apenas um filme de ação.
Nota: 8
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