segunda-feira, 3 de julho de 2023

O segundo rosto

"Seconds", de John Frankenheimer (1966) Obra-prima de John Frankenheimer, concorreu no Festival de Cannes em 1966. O filme encerra a trilogia da paranóia de Frankenjeimer, inciada com "Sob o domínio do mal" e seguida por "Sete dias de maio". Um fracasso comercial, "o segundo rosto" era a esperança de Rock Hudson levantar a sua carreira dramática e ser indicado a prêmios, frustrado após perder o Oscar de ator por "Assim caminha a humanidade" para Yul Brynner. Mas o público que amava os filmes românticos e comédia de Hudson não foi ver ao filme. "O segundo rosto" poderia sre um excelente episodio de "Black mirror" ou 'Além da imaginação". Se apropriando do elemento fantástico para a sua história, o filme traz corajosamente a grande estrela do filme, Rocj Hudson, entrando em cena aos 40 minutos do filme. Outra grande ousadia é uma longa cena de celebração ao vinho onde uma dezenas de homens e mulheres ficam totalmente em nu frontal dentro de uma tina onde são amassados cachos de uva. O filme foi lançado pelo selo Critterion e pôde ter sua qualidade artística revisada após ter sido destruída pela crítica na época. Hoje é um dos grandes cults do cinema americano dos anos 60. Arthur Hamilton (John Randolf) é um executivo bancário de Nova York. Casado e com filho, mora em Nova Yorl. Arthur está desgostoso da vida que leva. Um dia, é procurado por um estranho que lhe oferece um cartão e lhe diz para procurar uma empresa em um endereço. Chegando lá, ele descobre que a empresa oferece a chance de Arthur recomeçara. sua vida do zero: novo rosto, novo nome. Arthur aceita: paga o valor e acorda já na Califórnia, como um artista plástico e solteiro. Quando tudo parecia bem, Arthur, que agora é Tony (Rock Hudson) não está feliz como imaginaria que fosse ser sua nova vida, com tudo o que sempre almejou: casa na praia, lidar com pintura. Com um roteiro primoroso e imprevisível, o grande acerto do filme é ter sido rodado em preto e branco e ter na fotografia o mestre James Wong, que foi indicado ao Oscar. A estética do filme é excepcional, com lentes grandes angulares, câmera na mão e muitos planos e enquadramentos atípicos até para padrões de hoje em dia. Rock Hudson está memorável, e é uma pena que o filme não tenha lhe trazido merecidos prêmios.

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