terça-feira, 11 de julho de 2023

O crime é meu

"Mon crime", de François Ozon (2023) Eu sou apaixonado pelo cinema de Ozon. Um dos cineasta mais prolíficos e versáteis, trabalha com diversos gêneros. Em "O crime é meu", ele retorna às farsas cômicas, como em "8 mulheres". Aqui, Ozon adapta livremente uma peça teatral escrita por Georges Berr e Louis Verneuil em 1934 e adaptada 2 vezes no cinema: "Cross My Heart" (1946) e "True Confession" (1937). Com um elenco excepcional, que vai dos veteranos Isabelle Huppert, Fabrice Luchini, André Dussolier e as jovens Nadia Tereszkiewicz e Rebecca Marder, o filme traz um olhar feminino sobre o mundo machista da indústria do entretenimento em Paris de 1935. Ali, Madeleine (Nadia Tereszkiewicz), uma atriz jovem, pobre e sem talento, é acusada de assassinar um famoso produtor. A melhor amiga, Pauline (Rebecca Marder), advogada desempregada, a defende no tribunal. Ela é absolvida por legítima defesa e, com isso, uma nova vida de fama e sucesso começa a acontecer por causa do crime. Mas aí entra em cena Odette Chaumette (Huppert), uma atriz que perdeu a fama e trabalho por causa da entrada do cienma sonoro e decide dizer que foi ela quem matou o produtor, para obter a fama para si. Impressionante a modernidade dos temas desse exto escrito em 1934. Cancelamento, novas celebridades, fofocas, machismo, sororidade. COm uma direção de arte impecável, o filme é uma delícia para os olhos, com muito requinte e glamour do universo do cinema e do teatro. Huppert rouba todas as cenas em que aparece. Uma farsa bastante divertida, com o toque de midas de Oozn, um excelente diretor de atores.

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