domingo, 16 de julho de 2023

Não é a primeira vez que lutamos pelo nosso amor

"Não é a primeira vez que lutamos pelo nosso amor", de Luis Carlos de Alencar (2022) Ótimo documentário que passa um pente fino sobre o movimento LGBTQIAP+ no Brasil a partir dos anos 60, até chegar aos dias do governo Bolsonaro. O filme dedica em sua cartela inicial o filme às trans Priscila, Laysa Fortuna e Kharoline, que foram assassinadas aos gritos "Bolsonaro". O filme começou a ser rodado 1 semana após a vitória de Bolsonaro nas eleições. O filme apresenta as histórias de persgeuição aos homossexuais, lésbicas e travestis no Brasil nos anos 60 em diante, com a força policial usando de truculência. Essa violência acabou fazendo com que as minorias se unissem em grupos. Nos anos 80, vários grupos já estavam lutando à favor da causa da comunidade lgbt. Até então, a população lgbt foi considerada inimiga da família tradicional, da moral e dos bons costumes, sendo retratada de forma pejorativa e jocosa na mídia. Ativistas famosos como Luis Mott e Trevisan dão depoimentos. O filme é fartamente ilustrado com fotos e imagens de arquivo. Passa pelo Aids, pela anistia política e pelos ganhos políticos, como o casamento gay. Mas o que mais me chamou a atenção no filme é quando ele dedica uma parte para falar do racha dentro do próprio movimento lgbt: gays machistas e misógenos foram responsáveis pelo rompimento com lésbicas e negros, e surgiram dissidências lutando por causa própria. Um filme bastante informativo, repassando um importante retrato da comunidade queer e finalizando com a luta contra o governo de extrema direita que surgiu em 2018.

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