segunda-feira, 31 de julho de 2023

Capitu e o capítulo

"Capitu e o capítulo", de Julio Bressane (2021) Um dos baluartes do cinema marginal brasileiro, Julio Bressane realizou clássicos como "Matou a família e foi ao cinema", "O anjo nasceu"e "Cara a cara". O seu prestígio perante a classe artística é tamanha, que todo mundo quer trabalhar com ele; Selton mello, Regina Casé, Mariana Ximenes, Vladimir Brichta, Enrique Diaz, Miguel falabella, Alessandra Negrini são grandes astros que não negaram participação em seus filmes. Vencedor dos prêmios de melhor filme e diretor no Festival Aruanda em 2021, e exibido no Festival de Rotterdan, o filme descontrói a narrativa de "Dom Casmurro", clássico de Machado de Assis escrito há 124 anos atrás, e torna tota experiência cinematográficxa em uma linguagem experimental, livre e bastante pessoal, recorrendo ao teatro, às artes plásticas e também a enxertos de seus filmes, utilizados aleatoriamente na edição. Mariana Ximenes é Capitu, Vladimir Brichta é o enciumado Bentinho e Enrique Diaz interpreta Casmurrro em um tempo futuro, narrando a trajetória dos personagens. Todos os planos são encenados como teatro/pintura, com o elenco engessado em marcas e declamando da forma mais empostada possível as falas decoradas. Mais um filme arte/performance/vanguarda na linguagem do que propriamente um clássico narrativo, que não interessa a Bressane, o momento mais revelador e delirante para mim é quando vemos Bressane dirigindo o elenco em suas marcas, com toda a equipe técnica em volta, ao som de um samba que exalta a Mangueira.

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