terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Los silencios

"Los silencios", de Beatriz Seigner (2017) Muitos críticos compararam o premiado filme de Beatriz Sergner ( que também escreveu o roteiro) à filmografia do Realizador tailandês Apichatpong Weerasethakul, especialmente seus filmes “Tio Bonmee” e “Cemitério do esplendor”. Ambos os filmes lidam com o realismo fantástico e com aa aparição de fantasmas que convivem com os vivos. “Los silêncios”, que foi exibido nos prestigiados Festivais de Estocolmo e San Sebastian, venceu os prêmios de melhor direção e dos críticos da Abracci no Festival de Brasília 2018. O filme narra a história de Amanda, mulher que se muda para Letícia, chamada de a Ilha da Fantasia, que fica na tríplice fronteira entre Colômbia, Brasil e Peru. Ela foge da luta armada em seu País, Colômbia, junto de seus filhos. Seu marido (interpretado por Kike Diaz) está desaparecido, e por conta disso, ela não consegue receber indenização. Os habitantes do local a olham com desprezo, e Amanda encontra resistências para procurar um trabalho. Seus filhos tentam se adaptar à rotina do local, em meio à escola e convívio com os moradores. O filme tem uma direção delicada de Beatriz Seigner, que aposta no olhar documental para registrar o dia a dia dos personagens. O filme também se apropria das locações e da iluminação natural da região para trazer uma fotografia imponente, mágica, que condiz com o olhar lúdico. No entanto, o ritmo bastante lento da produção pode prejudicar uma parcela maior de público que poderia apreciar o filme. É um Filme de Festival, para cinéfilos, assim como os filmes da grande referência citada pelos críticos, Apichatpong Weerasethakul. O desfecho, um grande ritual entre vivos e mortos, é de grande beleza e confesso que me lembrei da animação ”Coco, A vida é uma festa”, da Pixar. Bela atuação do elenco colombiano, de não atores, o que denota o ótimo trabalho da diretora.

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