quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Goltzius e a Companhia Pelicano
"Goltzius and the Pelican Company", de Peter Greenaway (2012)
Desde que surgiu no final dos anos 80, com o cult "O Cozinheiro, o ladrão, sua mulher e seu amante", me tornei um grande fã do Cinema do inglês Peter Greenaway. Um artista, mais do que Cineasta, Greenaway foi um grande inovador ao trazer para os seus filmes um misto de ficção, artes plásticas, literatura e video-instalações. Seus filmes sempre giram em temas recorrentes: Sexo, morte, enumeração, matemática, Poder. Aqui, no 2o filme da série sobre Pintores dinamarqueses, Greenaway expõe a vida do pintor erótico Holdrik Goltzius, que viveu na Dinamarca do Sec XVI. O filme conta o momento que Goltzius vai até o Marquês da Alsacia para que ele patrocine duas pinturas baseadas no Velho Testamento. O Marquês consente, contanto que Goltzius dramatize 6 de suas pinturas durante o período de 6 noites. Assim, Goltzius se utiliza de sua Companhia Pelicano, um grupo de artistas que irão personificar 6 histórias bíblicas: Adão e Eva, Davi e Betsabá, Sansão e Dalila, João e Salomé, José e Potifar e Lot e suas 2 filhas. Assim, damos início a um verdadeiro arsenal erótico, baseado nos temas citados acima do cinema recorrente de Greenaway. Porém, mais do que nunca, seu Cinema se tornou praticamente explícito. A obsessão em mostrar a nudez masculina agora vem acrescida de closes de penis eretos, penetrações, estupros, pedofilia, incesto, nudez explícita. Tudo embalado com o olhar barroco do Mestre inglês, que filma tudo com muita pompa e circunstância. A verborragia continua, através da narração das histórias que são narradas pelo pintor Goltzius. Em alguns momentos, o filme lembra as peças de Zé Celso, talvez porquê uma das locações seja um enorme galpão teatral. Pode não ser dos melhores filmes de Greenaway, mas ninguém pode reclamar de falta de criatividade. Nota: 7
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