quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
O congresso futurista
"The Congress", de Ari Folman (2013)
Animação do cineasta israelense, realizador do excelente "Valsa para Bashir". Em "O congresso", exibido em competição em Cannes 2013, Ari Folman se baseia em um livro de ficção cientifica, chamado "The Futurological Congress" de Stanislaw Lem. O grande problema desse misto de filme com atores e animação, é que ele é extremamente complexo, hermético, e que tem como tema a clonagem, a crise artística, o direito de uso de imagem, a relação familiar e um futuro onde qualquer um pode se transformar na pessoa que quiser. A atriz Robin Wright interpreta ela mesma. A personagem é a própria Robin, em crise profissional. Após alguns sucessos de início de carreira, como "Forrest Gump" e "A princesa prometida", ela se vê num tremendo ostracismo e apostando em filmes que foram fracassos de bilheteria. Seu agente e o Estúdio Miramount propõe a ela um acordo inusitado: scanear o corpo e imagem dela, para poder usar os direitos e produzirem os filmes que quiserem, usando apenas o Avatar dela. Para isso, ela nunca mais poderá atuar como pessoa de carne e osso, apenas o seu Avatar. Em principio contra, ela reluta, convencida pelo seu Agente. Passam-se 20 anos, e a Avatar dela resolve se rebelar contra um Congresso que propõe que qualquer um pode se transformar em qualquer pessoa, o que fará todos perderem sua individualidade. Assistindo ao filme, fiquei pensando em quantos alucinógenos os integrantes da Equipe devem ter tomado para levar o filme adiante, Nem o filme de Richard Linklater, "O homem duplo", era tão complexo assim. Para quem se aventurar em tentar decifrar o filme, melhor prestar bastante atenção. O que é uma tarefa árdua, visto que é um filme longo ( 123 minutos) e de ritmo muito lento. A fotografia, no entanto, é belíssima. O filme tem também um elenco de peso: além de Robin, temos Harvey Keitel, Paul Giamatti e o menino Kodi Smit-McPhee, da refilmagem de 'Deixa ela entrar". Eu queria ter gostado mais, afinal, é um projeto muito ousado. Mas infelizmente, tanto hermetismo e chá de cogumelos não fizeram minha cabeça. A registrar a beleza estonteante de Robin Wright, uma Diva na tela. Nota: 5
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