sábado, 4 de janeiro de 2014

Clube de compras Dallas

"Dallas Buyers Club", de Jean-Marc Vallée (2013) O cineasta canadense Jean-Marc Vallée, realizador do excelente "C.R.A.Z.Y", faz a biografia de Ron Woodroof ( Matthew McConaughey), um Cowboy de Dallas. Ron, em 1985, foi diagnosticado com AIDS durante uma inspeção por acidente de trabalho. Ao descobrir ser portador de HIV, ele reage mal. Fica irritado, pois não entende como que ele, que odeia homossexuais, pôde ter pego o vírus ( na época, propagava-se que a Aids era associada a homossexuais). Mais tarde ele mesmo reconhece que contraiu a doença por transar com uma puta sem camisinha. A partir daí, o bronco e intratável cowboy resolve descobrir uma cura para a doença, uma vez que o médico lhe dá 30 dias de vida. O AZT surge na época como uma possível cura, mas seu acesso é restrito. Ron resolve ir até o Mexico em busca de medicina alternativa. Os remédios que lhe são administrados são proibidos pela FDA americana. Junto de Rayon (Jared Leto), um drag queen, também portador do HIV, Ron monta um escritório onde ele vende drogas não aprovadas para outros doentes. O Governo americano vai em cima, e Ron luta contra o sistema. O personagem de Ron e rico de nuances, um presente para qualquer ator. Rude, mal humorado, homofóbico, ele vai se transformando ao longo do filme. Matthew McConaughey tem a dura missão de fazer o antipático Ron virar um personagem carismático. McConaughey, assim como Jared Leto, perderam mais dw 40 kilos, e a aparência dos dois é assustadora. São duas performances poderosas, comoventes. Difícil não se emocionar vendo os dois em estado físico deplorável na tela. Mas o filme tem um ritmo lento, o que o torna aborrecido em mais da metade da projeção. Seu olhar quase burocrático e didático da vida de Ron torna a narrativa muito fria. E pior, é longo, quase duas horas de filme que parecem ser muito mais. O elenco de apoio, liderado por Jennifer Garner, cumpre seu papel, sem tirar o brilho dos protagonistas. Um filme a ser lembrado mais pelo esforço dos atores, que se entregaram de corpo e alma pro filme, do que pela história em si. Faltou aquele frisson em cenas chave de emoção. Nota: 7

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