domingo, 19 de maio de 2013
O homem que ri
"L'homme qui rit", de Jean-Pierre Améris (2012)
O cineasta Jean Pierre Ameris foi o realizador de uma das comédias romanticas que mais amo na vida: "Romanticos anonimos". Com essa refilmagem de "O homem que ri", fica clara a opção do cineasta por um mundo fabulesco, no tom de "Era uma vez". Seus filmes falam de magia, sentimentos, personagens cândidos e de bom coração, corrompidos pela falta de transparência ou comunicação. Essa 2a adaptação da obra de Victor Hugo, e cujo personagem Gwynplaine, o homem que ri, foi responsavel pela concepção do personagem "Coringa", exala beleza e encantamento. Mas diferente da versão original com o ator Conrad Veidt, aqui a opção vai pelo realismo trágico. Impossível assistir ao filme e não imaginar que Tim Burton, Jonnhy Depp e o compositor Danny Elffman não estejam na produção. Tudo remete ao universo onirico do cineasta americano. Inclusive, na cena da adaptaçao de Gwynplaine ao trono, eu via "Edward mãos de tesoura" o tempo todo. Mas essa referência não tira o prazer de se assistir ao filme. Até porquê, Gerard Depardieu está fenomenal, construindo um personagem tão carismático e apaixonante. O espectador torce, sofre, entristece e ri com o filme, na melhor tradição de um bom melodrama, que é a gênese desse flme. Emanuelle Seignier está belíssima no papel da Duquesa, e a Direção de arte é um luxo, além do figurino. Uma pena que o filme tenha sido tão mal lançado, merecia melhor sorte no circuito exibidor. Para quem não conhece a história, trata-se da epopéia de Gwynplaine, que foi roubado quando criança e deixado na mão de um Doutor alucinado, que o desfigurou, cortando sua boca, e dando a impressão de estar sempre rindo. Em sua fuga ele encontra uma pequena órfã cega, e juntos, vão se encontrar com Ursus (Depardieu), um vendedor de ervas malandro, que os adota. Ursus acaba usando as 2 crianças como atração de seu teatro mambembe. O tempo passa, a cega se apaixona por Gwynplaine, mas o encontro com a Duquesa cria uma ruptura entre o trio de artistas. Uma pequena jóia do cinema. A cena final é deslumbrante.
Nota: 8
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