sábado, 30 de novembro de 2013

O lugar entre nossos corpos

"The place between our bodies", de Michael Wallin (1975) Ousado filme experimental realizado no ano de 1975. O Cineasta Michael Wallin se expôs para as lentes de sua câmera, para mostrar a San Francisco de 1975. Ele faz um relato sobre a sexualidade gay da época, através de uma confissão pessoal: ele não consegue resistir aos apelos da pornografia vigente, exposta através de vitrines com livros eróticos, cinemas pornôs, homens em constante olhares sexuais andando nas ruas. Ele faz um relato sobre o tesão incontrolável e como ele vai em busca do sexo fácil, sujo, mundano. Até que, surpreendentemente, ele conhece um rapaz, e a partir daí o filme muda de gênero. Vira um filme romântico, mesmo que permeado com cenas de sexo entre os dois amantes. Mas a grande diferença entre o sexo sujo e o sexo entre pessoas que se amam, no caso aqui do filme, é a forma apaixonada que sua câmera registra. Na primeira parte, o sexo é mostrado cruamente. Na segunda parte, já na relação entre o casal de namorados, o sexo é mostrado de forma lúdica, com cores e foco ensolarado, quase etéreo. Goste-se ou não do filme, rodado em 16 mm e em narrativa experimental, é incontentável seu valor histórico: a moda, o comportamento, tudo isso numa época pré-AIDS, pré-camisinha. Tudo era permitido, tudo era permissivo. A câmera expositiva de Michael Wallin, que registra toda as atividades de relacionamento com seu namorado, procura criar uma atmosfera de inquietude, uma vontade de quebrar tabus de narrativas da época e e soltar de qualquer linguagem clássica narrativa do cinema. Nota: 7

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