domingo, 10 de novembro de 2013

Capitão Philips

"Captain Philips", de Paul Greengrass (2013). "Somente os fortes sobrevivem". Com essa frase, dita para sua esposa a caminho do aeroporto, mas para exemplicar o drama de seu filho rebelde, Richard Philips (Hanks) começa a sua epopéia dramática nesse filme de quase 140 minutos de duração, mas composto de adrenalina pura e excesso de talentos por todos os lados. Uma obra-prima do cinema dramático de ação, uma verdadeira aula de Cinema, esse drama baseado na história real (2009) de um Capitão que teve seu navio cargueiro tomado por piratas Somalianos a caminho do Quênia e foi feito refém, é um veículo perfeito para a estrela de Tom Hanks brilhar por onde ele exibido. Hanks aqui atinge o sublime, ele não tem mais aonde buscar a perfeição. Os olhares, o suor, as lágrimas, o sussurro, o choro, o desabafo, tudo tão verdadeiro que é impossível o espectador não acreditar que está diante do personagem real. A cena final é de chorar pela emoção que o momento passa pro espectador ja dominado pelo desespero de um homem que quer salvar as pessoas que ama, sejam elas seus tripulantes ou a sua familia. Mesmo mote de "Gravidade": a família é o sustentáculo do protagonista, que se encontra em situação-limite. O elenco africano é um absurdo: a gente fica pensando "Aonde encontraram esses atores"? Dai faço a pesquisa e vejo que nenhum deles era ator. No caso de Barkhad Abdi, que interpreta Muse, o chefe da ação , a história é mais surpreendente. Refugiado da Guerra civil na Somália, sua família seguiu para os Estados Unidos quando ele tinha 7 anos. Trabalhando como chofer, ele foi descoberto. Nessas horas, penso no ensinamento que tive nas aulas e interpretação: Quando você acredita que é o personagem, e traz memória afetiva para ele, não tem quem não chegue lá, independente de ser ator ou não. É algo monstruoso. Com exceção de Catherine Keener, que aparece nos 3 minutos iniciais, não existem atores famosos que briguem com a estrela de Hanks. O filme é dele. Toda a parte técnica é excelente: fotografia, câmera, trilha sonora, edição, roteiro. E claro, a Direção de Greengrass, irrepreensivel, perfeita, absurda. Um show, um filme tenso do inicio ao fim. Nota: 10

Um comentário:

  1. Fiquei estatelado na cama assistindo. Sem fôlego, tenso, e abismado com o que o Ton Hanks faz em cena, lembrando daqueles tempos de "Quero ser grande", do qual ele talvez nem imaginasse que seria este monstro que se tornou!

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