quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Sirena

'Sirena", de Olivia de Camps (2023) O cinema da República Dominicana tem surgido com bastante força. Depois do premiado "Boca Chica", agora vem "Sirena", um filme que concorreu em Locarno e em Palm Springs. Assim como em "Boca Chica", ambos os filmes apresentam uma região paradisíaca, com belas praias, ambientes coloridos, linda fotografia, mas como pano de fundo, uma objetificação feminina, sufocadas por uma sociedade patriarcal, onde as mulheres mais velhas se tornam conviventes de uma rede de prostituição. O filme também traz o fanatismo religioso trazida pelas igrejas evangélicas. Sirena (Esmadelin Garcia Mercedes) está na véspera de se mudar para os Estados Unidos. Ela foi oferecida em casamento para um americano que ela nem sequer conhece. As amigas e os vizinhos sentem inveja dela, que parte para uma "vida melhor". Mas Sirena não está feliz. Abandonar o país onde ela morou, sua família e amigos para se casar com alguém que ela não escolheu a deixa melancólica. Sua mãe (Luz Seneida Mercedes), uma religiosa, e o pai Miguel (Marcos Sanchez) comemoram a partida da filha. Mas ao seguir seu pai, Sirena descobre um segredo encoberto por anos por sua mãe. Com fotografia deslumbrante de Gabriel Connelly, o filme faz uma denúncia sobre o papel de jovens mulheres em paraísos turisticos, que sofrem por não poderem lidar com uma indústria que vende e objetifica o corpo da mulher negra jovem. A cena onde mãe e filha discutem na igreja evangélica é primorosa, tanto pelo trabalho da fotografia e câmera, quanto pela excelência da performance das duas atrizes.

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