sexta-feira, 23 de maio de 2025

Noturno

"Beurokeun", de Jin-hwang Kim (2025) É impressionante que quase todo thriller sul coreano gira em torno do tema da vingança, e uma das arma smortais é um martelo ou um cano de ferro. Em "Noturno", somos apresentados a Min-Tae (Ha Jung-woo), um ex-mafioso que ao defender seu irmão, Seok-tae, acaba indo preso. Anos depois, ao ser solto, Min-Tae desiste de trabalhar como crime e vai trabalhar na construção civil. Mas seu irmão é encontrado morto, e a suspeita recai sobre a esposa dele, Moon-young (Yoo Da-in), que sumiu com a filha do casal. Min-Tae descobre um livro, "Nocturnal", que relata exatamente a história de seu irmão e da esposa, e ele decide procurar o autor do livro, e asism, saber do paradeiro da ex-cunhada e entender o motivo do crime. Diferente de outros thrillers sul coreanos, em "Noturno", o roteiro e do diretor investem mais no drama dos personagens. Ainda assim, existem algumas poucas cenas de porradaria e ação que fazem lemvrar de "oldboy"e a clássica cena do protagonista lutando com uma hroda de bandidos usando um martelo.

E alguém mais

'En iemand anders", de Vincent Tilanus (2025) Drama Lgbtqiap+ holandês, "E alguém mais" concorreu no Festival de Cannes na semana da crítica. Delicado e com um tema complexo, o filme apresenta o adolescente Tommy (Pier Bonnema), gay assumido e morando com seus pais, Lieke (Hanneke Scholten) e Abel (Rienus Krul), além de Max, o irmão mais novo. Tommy ama seus pais, principalmente sua mãe, uma comoanheira que o acolhe em todos os momentos que ele mais precisa, como por ex, quando ele rompeo seu namoro. Ao procurar informações no computador de seu pai, ele sem querer lê um email e decsobre que seu pai tem um amante, Erik, que ele conhece há anos. Tommy entra em um grande conflito: se deve contar para sua mãe e assim, destruir um casamento, ou se ele acolhe o dilema de seu pai. Com ótimas performances de todo o elenco, o filme poderia render uma excelente peça de teatro. Os diálogos são críveis, as emoções bastante realistas. Existe um monólogo de Tommy com seu pai, e de Abel com Lieke, que são excelentes. Um filme respeitoso com o drama dos personagens.

Hace mucho que no duermo

"Hace mucho que no duermo", de Agustin Godoy (2022) Concorrendo a melhor filme no Festival de Mar del Plata, "Hace mucho que no duermo" acabou ganhando um prêmio técnico de melhor som. O filme é uma bizarra história de obsessão e amor ambientada em Buenos Aires. No início do filme, pessoas vão passando uma grande mochila fechada com um cadeado de mão em mão pelas ruas da cidade, como se fossem maratonistas passando o bastão. Por engano, um desses jovens corredores transfere a mochila para Mapache (Agustín Gagliardi), um entediado funcionário de um escritório burocrático que há muito não consege dormir. Mapache está sentado em um banco da praça e ao receber a mochila, sem nem saber o porquê, a leva correndo até sua casa. Chegando lá, ele tenta abrir a mochila, mas do nada, surge uma garota, (Agustina Rudi), que diz que estava jogando tarô que a recomendou a procurar Mapache. A mochila é roubada e os dois passama. correr atrás dela, e ao longo do processo, Mapache vai se apaixonando e saindo de sua letargia. O filme não fecha conclusões e nem traz uma história propriamente dita. Está aberta a muitas metáforas, como por exemplo, a pessoa deve sair de sue modo passivo e encontrar alguma motivação na vida, ou pessoas aleatórias que se apgeam a algo sme snetido e saem em busca de um sentido para a vida. É repleto d ehumor ácido, bem filmado, com orçamento de filme indie. Uma brincadeira de estilo, que encontra atores dispostos a entrar na farsa.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Você é a garota dos meus sonhos

"Geu sijeol, uriga johahaetdeon sonyeo", de Cho Young-Myoung (2024) Remake de uma comédia dramática e romântica de Taiwan lançada em 2012, "Você é a garota dos meus sonhos" é um filme fofo sul coreano que traz a paixão de Jinwoo (Jin-young), estudante de high school, por Seon-ah (Da-hyun, integrante do grupo Kpop TWICE), uma aluna decsolada, inteligente e bonita, objeto de desejo de todos os garotos da escola. JinWoo faz corpo mole e diz que não sente nada por ela, mas a verdade é que ele é o mais apaixonado pela menina. O filme é ambientado durante a Copa do mundo de 2002 que ocorria no Japão e Coréia. O filme tem uma história simples e sem grandes viradas. Transcorrendo durante mais de uma década na vida dos jovens indo da high school até a formatura na faculdade, é um coming of age da forma mais clássica, e envolve um amor entre duas pessoas incompatíveis, claro.

Deserto da Namíbia

"Namíbia no Sabaku", de Yoko Yamanaka (2024) Concorrendo no Festival de Cannes na mostra quinzena dos realizadores, "Deserto da Namíbia" e um drama intimista de 140 minutos de duração, que reflete o estado mental de uma jovem, Kana (Kawai Yumi). Oss eus relacionamentos são instáveis e violentos, muito por sua própria resopnsabilidade. Ela não consegue se comunicar direito com sua mãe, que é chinesa e foi morar no Japão, nem com os familiares dela, todos chineses. Kana trabalha em uma clínica estética como depiladora. Kana é fria com suas poucas amigas e constantemente está no celular vendo videos aleatórios. Quando ela faz uma consulta com um psicólogo online, ele dá um diagnóstico de bipolaridade. "Deserto da Namíbia" é um filme difícil de se assistir. Longo demais, personagens frios e impossíveis de se simpatzar. Kana, a protagonista, é arrogante e antipática. Acompanhar um filme tão longo nessa odisséia de uma jovem em busca de entender seu estado mental não é para fracos. Acompanhá-la maltratando as pessoas que a cercam, agindo com violência física e verbal, pode ser interessante para quem quer fazer um estudo de personagem em desequilíbrio. De qualquer forma, o trabalho da atriz Kawai Yumi é de se aplaudir, por conta de seus excessos em cena e por transições de emoção.

He Ain't Heavy... He's My Father

"Xin nan xiong nan di", de Peter Ho-Sun Chan (1993) Deliciosa fantasia produzido pela China, e que remete a dramas de viagem de tempo, como "De volta para o futuro"e "Peggy Sue, seu passado te espera". Protagonizada por 3 astros de Hong Kong, Tony Leung Chiu Wai ( de "Amor à flor da pele"), que interpreta Yuen, Tony Leung Ka Fai, que interpreta seu pai, Feng e Carina Lau, que interpreta Laura, casada com Feng e mãe de Yueng. Nos dias d ehoje, Yueng é um corretor de imóves frustrado por não ter tido uma vida melhor. Ele coloca a culpa em seu pai, FEng, que poderia ter sido um homem rico, já que s ecasou com sua mãe, Laura, filha de milionário. Mas Feng dedicou a sua vida ajudando aos outros, e por isso, nunca guardou nada para si nem sua familia. Laura, inclusive, abdicou de sua fortuna para se casar com Feng, que era um homem pobre que morava em um cortiço. Durante a noite onde Jupiter se une à lua, reza a tradição que se a pessoa fizer um pedido, ele se realiza. Quando Yueng discute com seu pai e joga na cara dele que ele foi o responsável pela frustração de uma vida, seu pai passa mal e entra em coma. Yueng corre para fazer o pedido e acaba retornando ao passado, quando seu pai namorava sua mãe, contra a vontade dos pais dela. Yueng se apresenta cmo um primo, e acaba entendendo as razões de seu pai decidir por uma vida franciscana. O filme tem momentos de comédia pastelão que chegam ao nível do surreal, como uma cena onde Feng dança com Laura e homenageando "Top secret", rodopia com uma boneca no ar. Tem também momentos de musical e romance. No final, eu chorei muito, muito, pela sensibilidade em que o filme lida com o tema do perdão.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Uma alegoria urbana

"Allegorie citadine", de JR e Alice Rohrwacher (2024) Alice Rohrwacher é uma premiada diretora italiana, irmã da atriz Alba Rohrwacher. Ela dirigiu os prestigiados "Lázaro feliz", La chimera", "Corpo celeste"e "As maravilhas". "Uma alegoria urbana" é como o próprio nome diz, uma alegoria sobr eo mito da caverna de Platão, pelo ponto de vista de uma criança de 7 anos, Jay (Naïm El Kaldaoui), cuja narração do mito durante o filme é espetacular). Jay ficou doente e teve que ser linerado da aula. O pai não pode ir, sobrou pra mãe, uma dançarina que estava indo a caminho de uma audição de um corpo de dança que faz uma representação do mito de Platão. A mãe busca a criança e chega atrasada para a audição, mas o coreógrafo ao observar o menino, libera a mãe para fazer o teste. Nesse meio tempo, o menino dai do teatro e vai se aventurar nas ruas. A partir daí, o filme mistura uma técnica de animação, inserindo o menino na caverna estilizada. Toda a parte fotográfica ficou a cargo do renomado fotógrafo francês JR ( co-diretor de "Visages, villages", filme que dirigiu com Agnes Varda.

Always smile

"Always smile", de Jason Park (2025) Escrito e dirigido por Jason Park, "Always smile" parece um filme produzido pelos Angel Studios, famoso por seus temas de conteúdo cristão, como "O som da liberdade", e que fazem denúncias sociais, como tráfico de mulheres e crianças, tráfico de órgãos. A última cartela do filme mostra justamente que mais de 800 mil crianças e mulheres são sequestrados por ano no mundo. O filme apresenta os irmãos asíaticos Alex (o diretor Jason Park) e Johnny (Min Keon Kim). Eles são sem teto que moram em uma van. Os irmãos se amam e um cuida do outro. Alex trabalha em um esquema de emprego que não lhe agrada, e Jonnhy estuda em uma faculdade comunitária, com o sonho de estudar medicina. Os pais de ambos, e a esposa de Alex morreram em um acidente de carro. A história dos irmãos irá se cruzar com uma quadrilha que sequestra e trafica mulheres. O filme tem todas as melhores intenções do mundo. Mas boa parte do elenco é fraco, sem emoção, e o ritmo do filme demora e engrenar. A história demora a contar ao que veio, a trama do tráfico demora a entrar, e até então, traz a rotina dos irmãos e a dureza de suas vidas.

Excisão

"Excision", de Richard Bates Jr. (2012) Concorrendo no Festival de Sundnace, 'Excisão" foi premiado em diversos festivais de gênero pelo mundo. Escrito e dirigido por Richard Bats Jr, o filme é um body horror protagonizado por uma personagem vil e perversa. O filme ganhou destaque dentro do meio cult por trazer no elenco três atores conhecidos: Traci Lords, ex atriz pornô, o cineasta John Waters e o ator Malcom Macdowell. A história me lembrou 'Bem vindo à casa de bonecas", de Todd Solonz, que apresentava a relação entre uma irmã mais velha e a irmã mais nova, paparocada pelos pais, e como a mais velha se vingava da mais nova. Pauline (AnnaLynne McCord), 18 anos, mora com seus pais, Bob e Phyllis (Traci Lords). A irmã mais nova e mais bonita, Grace (Ariel Winter), recebe todas as atenções dos pais, ainda mais por ter uma doença no pulmão, o que requer uma atenção maior. Pauline é repulsiva e não esconde isso: é anto social, maltrata a todos na escola. Ela tem dois desejos: se tornar uma cirurgiã e perder a virgindade. O filme mostra delírios de Pauline como cirurgiã, fazendo enxertos, incisões e outras atividades cirúrgicas gore. O desfecho traz uma cirurgia real de Pauline, e é uma sequência que deixou muita gente chocada. ë um filme dificil de acompanhar pois não traz personagens carismáticos pelos quais o epsectador vai se apaixonar. É um mundo de pessoas repulsivas, liderados por Pauline, certamente uma fã de Arlequina e outras anarquistas.

Soul to squeeze

"Soul to squeeze", de WM Weikart (2025) Drama indie com narrativa experimental, 'Soul to squeeze" deve funcionar para quem tomar algum alucinógeno antes de assistir ao filme. Para o restante do público, fica uma experi6encia tortuosa e cansativa, uma pretenciosa tentativa de emular David Cronemberg e David Lyncj no memso filme, com diversas referências ( a Tv de "Videodrome'). Escrito e dirigido por WM Weikart, o filme apresenta Jacob (Michael Thomas Santos), um jovem estudante que aceita ser cobaia de um experimento misterioso. Ele mora em uma casa por dias e vivencia uma série de alucinações auditivas e visuais bizarras, que atormentam sua mente, suas memórias e seus traumas ocultos. Tudo o que Jacob traz em sua mente, se materializa, desde s ever como cachorro, um neanderthal. epor aí vai. O diretor alardeia na divulgação do filme que é o primeiro filme a mesclar 2 formatos de tela, aspect ratio no mesmo filme, de 4:3 a 2:25, o que é mentira. entre vários outros filmes, cito "Mommy", de Xavier Dolan, que vai de 1:1 a 2:35, para explorar a sensação de clastrofobia para a liberdade do protagonista.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Pigman

"Pigman", de Louise Warren (2024) Eu sou um cinéfilo que sempre que sai um filme inglês, uma das primeiras coisas que comento é. a excelência dos atores ingleses. Mas como em qualquer profissão na vida e no mundo, existem também atores ruins no Reino Unido. O filme dirigido por Louise Warren e escrito pela dupla Ben Daly e Robert Howgate parece ter reunido os piores no mesmo projeto. Mas talvez a culpa não seja somente deles. Tudo é pavoroso: direção, roteiro, edição, efeitos. Eu sou teimoso: o cartaz do filme já deixa claro que o filme é uma bomba. Mas como vejo tudo, arrisquei e me dei mal: é ruim demais, nem pra ser trash ele serve. A divulgação diz que é baseada em fatos reais. O filme tenta ser um arremedo de "O massace da serra elétrica", mas datado nos dias de hoje. Um grupo de youtubers decide seguir até uma fazenda isolada na Inglaterra rural para irem atrás d alenda do homem porco Pigman, e assim, viralizarem e ganharem seguidores. Bom, não precisa dizer que um homem com máscara de porco ( Leatherface!!!) surge e começa a matar um por um. Mal feito, efeitos ruins, sem ritmo e final podre. Apenas pule o filme.

Dissolução

"Dissolution", de Anthony Saxe (2024) Melhor curta do juri no SXSW 2024, "Dissolution" é escrito e dirigido por Anthony Saxe e é uma co-produção Estados Unidos e Austrália. O filme é corajoso e expositivo: Anthony Saxe escala seus pais reais, Linda DiVirgilio e Eddie Sace, para falar de temas dolorosos como o fim de um relacionamento na terceira idade, velhice e morte. Alternando imagens do ex-casal nos dias de hoje, com imagens de VHS dos anos 90, quando Anthony havia nascido e o relacionamento estava no auge da paixão e o casal em plena saúde, o filme é angustiante e machuca. Ver os pais jovens e agora, mais de 30 anos depois, envelhecidos, e o pai, de muleta e sem andar direito, é de destruir o coração de qualquer um. Após anos separados, Linda vai reencontrar Eddie para assinar o papel do divórcio. Ela se choca ao rever Eddie: ela não imaginava que ele estivesse tão envlhecido e fisicamente deteriorado. Ele defeca nas calças, e ela o leva para tomar banho. A cena é profundamente dolorosa. Quem estiver passando por situação pessoal com parentes, não deve assistir ao filme. Mesmo tendo um final terno, é um filme que dá gatilhos sobre morte e finitude.

Conto de Fadas de Kathmandu

"Fairytales of Kathmandu", de Neasa Ní Chianáin (2007) Documentário assustador e repugnante que retrata o poeta premiado irlandês Cathal Ó Searcaigh e as suas viagens ao Nepal. Cathal convidou a documentarista irlandesa Nesa Ni Chianain para acompanha-lo até o Nepal e fazer um relato sobre as suas andanças e projetos voluntários. Mas Nease passou a ficar instigada pela constante visita de jovens rapazes até o quarto do hotel de Cathal. Ao entrevistar os rapazes, ela descobriu que Cathal os abordava a caminho da escola, prometendo dinheiro, roupas e bicicletas, em troca de visitas até seu quarto. Nnehum dos rapazes conhecia o sexo ou ja tinham namorado antes, seja uma garota ou um rapaz. Nease passoua. quetsionar os atos de Cathal, de abuso de poder ( no Nepal, os estrangeiros sao considerados Deuses). No Nepal, o consentimento em relação a atos sexuais é de acima de 16 anos. Criminalmente, ele não poderia ser preso, pois alega qu e não forçou ninguém e todos foram por vontade própria. Porém, a Irlanda entrou com um processo contra Cathal, pois no país, o consentimento é a partir de 17 anos, e por isso, consideraria crime. Não é um filme fácil de ser visto. Os depoimentos dos rapazes , ingênuos, mostra a forma predadora do poeta de agir.

New life

"Wo hui hao hao de", de Hongjie Dong (2024) Que ódio desse filme, que me fez chorar mil litros. Deveria ser proibido fazer filmes com animais só pra fazer quem ama os bichos chorar desgraçadamente, que nem nos filmes "Marnie", "Sempre ao seu lado" ou "Quatro vidas de um cachorro". Mas pelo menos são filmes que retratam o amor de tutores com seus animais, um amor incondicional que merece ser celebrado. Uma jovem Man (Zifeng Zhang) trabalha como motorista em uma van para fazer fretes e asism, poder bancar o aluguel da casa e da comida, onde mora com seu pai (Jingchun Wang), um alcólatra. Desde a morte de sua mãe, tudo piorou na vida de ambos: o pai se enfiou na bebida e vive nas ruas como um miserável, e Man precisa segurar a onda do pai e a sua própria saúde mental. Em luto eterno, por sentir-se culpada pela morte da mãe, Man encontra um cachorro vira lata quando vai fazer um frente. Ela não quer nada com o animal, mas quando ouve um vizinho falar que o animal não sai de sua caixa de papelão, pois foi onde a mãe dele morreu, iediatamente Man se conecta com a história dele. Ela o leva para casa e aos poucos, o cachorro muda a sua vida e a de seu pai. Os atores são ótimos e muito carismáticos. Claro que muito do apego do filme é por conta do cachorro, que é apaixonante. O filme não tem vergonha em fazer o público de acabar de chorar e aplica muitos golpes baixos. Pelo menos o desfecho dá uma luz no fim do túnel.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Missão impossível- O acerto final

"Mission: Impossible - The Final Reckoning", de Christopher McQuarrie (2025) O mais emotivo de todos os filmes da franquia, essa parte 8 começa com um prólogo trazendo em flashback cenas icônicas de todos os outros filmes. E o final certamente irá arrancar lágrimas dos fãs. Com quase 30 anos de longevidade (o original foi lançado em 1996, quando Tom Cruise tinha 33 anos), o filme teve a sua estréia de gala no Festival de Cannes 2025. Com 2hrs 49 minutos, é importante que o espectador releve a primeira hora do filme, que é arrastada e bastante confusa com muitos dialogos e termos tecnológicos que o público comum vai ficar boiando. Mas as 1hr e meia restantes, justificam toda a mítica da franquia: é ação ininterrupta, em cenas filmadas na Noruega e na África do Sul. A já famosa sequência dos bimotores é de encher os olhos, e reza a lenda que Tom Cruise e Esai Morales, que interpreta o vilão Gabriel fizeram as cenas sem dublês. Basicamente, a trama é de Ethan e sua equipe tentando desarticular o plano do Ai Entidade, que quer destuir o mundo. Mas Gabriel deseja controlar a entidade e ele dominar o mundo. Paralelo, a presidente dos Estados Unidos, interpretada por Angela Basset, precisa tomar decisões importantes para evitar a morte de milhões de inocentes. Tem momentos deus ex machina no filme que me tiraram do sério, mas como toda a franquia é baseada em atitues e situações fora do real, desencanei e fiquei curindo as acrobacias e malabarismos do elenco em cenas de ação. Boa parte da emoção vão para os personagens de Luther Stickell (Ving Rhames) e Benji (SImon Pegg), que arranca as melhores tiradas cômicas do filme.

California king

"California king", de Eli Stern (2025) Comédia de ação indie americana, é o filme de estréia do roteirista e diretor Elo Sterm. O filme busca uma pegada de irmãos Coen com personagens losers que se metem em enrascada, envolvendo traficantes e malandros. Perry (Travis Bennett) é um gerente de uma loja de colchões na cidade de Nice, califórnia. Ele tem paixão platônica por Lynette (Victoria Justice), seu crush desde a infância. Perry decide bolar um plano com seu melhor amigo e funcionário da loja de colchões, Wyatt (Jimmy Tatro): simular um falso sequestro do irmão adolesente de Lunette, e depois surgir como herói. Mas os planos dão errado, ao envolver traficantes, bandidos e sherife na farsa. O filme prometia bastante: tem um visual divertido e querendo ser pop, com legendas qie ocupam a tela toda; Uma trilha sonora esperta, personagens porra loucas que são carismáticos. Mas existe um excesso de personagens e sub-tramas que atrapalham o ritmo e a organicidade da história, perdendo o foco dos protagonistas.

Até que a música pare

"Até que a música pare", de Cristiane Oliveira (2023) Co-produzido por Brasil e Itália, "Até que a música pare" é o terceiro longa dirigido pela cineasta cristiane Oliveira: antes, tivemos "A primeira morte de Joana" e "A mulher do pai". O que une os 3 filmes, além de terem sido rodados no sul, é o protagonismo feminino em fases diferentes da vida: adolescência, meia idade e agora, terceira idade. Rodado nos municípios gaúchos de Antonio Prado, Veranopolis, Nova Roma do Sul e Nova Bassano, o roteiro foi escrito por Oliveira e Gustavo Galvão. Participou da Mostra de SP e do Festival do RJ. O filme tem um elenco escalado através de um grupo de teatro de CAxias do Sul, e todos falam a língua "Talian", língua brasileira oficialmente reconhecida em 2014 e formada a partir do contato do português com línguas de imigrantes do norte da Itália, que chegaram ao Brasil no século XIX. Chiara (Cibele Tedesco) é a matriarca de uma família de ascendência italiana desfeita. Depois que seu filho mais novo se muda, ela decide acompanhar Alfredo (Hugo Lorensatti), seu marido, em suas viagens como vendedor nos bares da Serra Gaúcha, no sul do Brasil. O casal vive o luto pela morte de um dos filhos, e a sensação de ninho vazio. A polarização política de 2022 , o conservadorismo e o fanatismo religioso também surgem como pano de fundo, e a crise religiosa em relação ao budismo e a possibilidade de reencarnação na forma de um animal: uma tartaruga. O filme tem planos longos e formalmente rígidos, o que fez um crítico citar a influência do cinema de Chantal Akerman, principalmente "Jeanne Dealmann", onde o cotidiano de poucos conflitos fazem parte de uma narrativa documental e fria. O ritmo muito lento e a naturalidade das performances do elenco podem assustar espectadores, mas no final, fica a certeza d eter assistido uma obra diferenciada, registrada com brilho e que é um pedaço d ahistória cultural do Brasil.

domingo, 18 de maio de 2025

Bye Bye Tibérias

"Bye Bye Tibériade", de Lina Soualem (2023) Premiado documentário co-produzido por França, Bélgica, Território Palestino Ocupado e Catar. O filme é dirigido pela cineasta Lina Soualem, que vem a ser filha da atriz palestina Hiam Abbass. Hiam é uma premiada atriz que saiu da Palestina há mais de 30 anos atrás para Paris e seguir seu sonho de se ornar uma atriz. Trabalhou em filmes cults como "Lemon tree", "A fonte das donzelas", Paradise now", Free zone", além de produções Hollywoodianas como "Hellraiser", "Blade runner 2046" e a série "Sucession". O filme apresenta, pelo ponto de vista feminino, uma geração de 4 mulheres da família de Lina, começando pela sua bisavó nos anos 40. A família foi obrigada a sair de suas terras durante a Nakba de 1948, quando mais de 700.000 palestinos foram deslocados pelo governo israelense, e pergrinou até a aldeia de Deir Hanna, perto do lago de Tibérias, fronteira entre Siria e Palestina. Lina foi a primeira mulher da família a nascer longe das terras palestinas. Através de fotos de toda a linhagem de mulheres fortes e destemidas, o filme apresenta como todas se ajudam, mesmo estando longe uma da outra. Lina e Hiam retornam até a aldeia delas para cuidar de sua avó, Nemet, que nunca deixou as terras, e da irmã de Hiam, que também permanece ali. Como pano de fundo, o espectador encontra uma breve história sobre terras palestinas ocupadas e o confronto com Israel.

Liza: Uma História Realmente Fantástica e Absolutamente Verdadeira

"Liza: A Truly Terrific Absolutely True Story", de Bruce David Klein (2025) Documentário que apresenta a vida e obra da atriz e cantora Liza Minelli. Liza é das raras personalidades EGOT: vencedora de Emmy, Grammy, Globo de ouro e Oscar. Sufocada ainda criança por ser filha dos ícones Judy Garland e o cineasta Vincent Minelli, Liza teve que buscar mentores que a ajudassem na carreira artística e sair da sombra dos pais. O filme mostra quem foram as pessoas importantes em sua vida, principalmente a cantora, atriz e dançarina Kay Thompson e o cantor e ator francês Charles Aznavour. O filme traz imagens de Liza em todas as etapas de sua vida, com depoimentos de amigos como a atriz Mia Farrow, que a conhece desde os 15 anos de idade. Joel Grey, que diviiu a cena com liza em "Cabaret", também dá depoimento. O ator Darren Criss fala da importância de Liza em sua carreira artística. O filme foca bastante no filme "Cabaret", de Bob Fosse: a preparação, a escolha do visual de Liza, as inspiraç˜es, as discussões entre Liza e Fosse. O Oscar de atriz, a mudança em sua vida a partir daí, que ganhou grande força e mídia. Liza casou-se 4 vezes, além de ter s erelacionado com celebridades como Peter sellers, Martin Scorsese e Mikhail Baryshnikov. Liza diz que sempre quiz contruir uma família, porém teve 3 abortos espontâneos e não pode ter filhos. O filme finaliza falando de seus problemas com drogas e como quase destruiu a sua carreira. A própria Liza narra a sua história, dando indícios de seu temperamento difícil e estelae. Um filme que é um presente para os fãs da diva, hoje com 79 anos de idade.

Los ninõs de Dios

"Los ninõs de Dios", de Martin Farina (2021) Martin Farina é um dos mais famosos cineasta Lgbt da Argentina. Dirigiu os cults "Taekwondo" e "Fullboy", dois films es repletos de homens totalmente nus em poses homoeróticas e cenas de tensão sexual entre amigos heteros. Com "Los ninõs de Dios", Farina traz um documentário com teor polêmico. Os Filhos de Deus foram uma seita pseudo-cristã criada nos Estados Unidos durante os anos 70. Seu fundador e líder messiânico, David Berg, foi acusado de uma série de perversões pessoais que iam da prostituição de suas fiéis até o abuso de menores. Na Argentina, no início da década de 1990, surgiram fatos que envolviam quase 270 menores em cativeiro. Para ilustrar essa história, Farina expõe. a sua família, já que seus tios e primos fizeram parte daquela comunidade por muitos anos. Farina aponta a câmera para seus dois primos, Francisco e Sol, e como eles interagem com a mãe Silvia Markus, religiosa ainda adeptada dos preceitos da igreja Filhos de Deus. Com imagens da epoca que eram crianças, os irmãos dão depoimento sobre o que acontecia quando foram levados para a seita. Sivia se arrepende de tê-los levados. E como não podia deixar de ser, Farina expõe a nudez total do primo Francisco, incluindo nos genitais, e em sessoes de massagem.

O comboio do medo

"Sorcerer", de Willian Friedkin (1977) Willian Friedkin faleceu em 2023 e deixou em seu legado diversas obras primas, entre elas, "Operação França" e "O exorcista". O grande sucesso comercial de "O exorcista"permitiu que Friedkin escolhesse seu próximo projeto. Surgiu "O comboio do medo", adaptado do romance "O Salário do Medo", de Georges Arnaud, que foi filmado pela 1a vez por Henri Georges Clouzot em 1953, com Yves Montand. O filme se tornou um grande fracasso de bilheteria e crítica no sue lançamento, que foi totalmente abafado pela estréia de "Star wars". Com estouro de orçamento, demissão e doença da equipe que contraiu malária, Friedkin levou todos à exaustão física e mental, famoso pelo seu perfeccionismo. Mas hoje em dia, o filme foi revisitado e ocnsiderado uma obra prima. Um dos seus grandes trunfos é que todos os seus efeitos, aind ahoje impressionantes, foram todos práticos, numa epoca onde não havia CGI. Isso fez com que o filme ficasse mais realista e assustador, um filme de sobrevivência que extrai o melhor do elenco e das locações claustrofóbicas da floresta da República Dominicana. O prólogo do filme, de 10 minutos, é um primor por si só: apresentando cada um dos 4 protagonsitas, cada um em seu país, o espectador entende o porque eles irão surgir em um país do terceiro mundo , desesperados por dinheiro. Friedkin se afastou do filme original de Clouzot, que tinha um viés político, e se apegou à obra prima de John Houston, "O tesouro de Sierra Madre", um estudo sobre ganância e sobrevivência e sobre destino. Jackie Scanlon (Roy Scheider) foge da máfia de New Jersey, após assalto à uma igreja local; Victor Manzon (Bruno Cremer) é um banqueiro envolvido em fraudes na França; Nilo (Francisco Rabal) é um assassino de aluguelno México; Kassem (Amidou) é um terrorista palestino que promove uma epxlosão em Israel. Os 4 são contratados para levar dois caminhões repletos de nitroglicerina pela floresta até chegar à uma refinaria e impedir que uma torre de petróleo exploda. O filme é superlativo em todas as suas cenas, com fotografia e direção de arte impecáveis. A famosa sequência da ponte de madeira debaixo d etemporal é antológica.

sábado, 17 de maio de 2025

A bolha assassina

"The blob", de Chuck Russell (1988) Clássico do terror dos anos 80, "A bolha assassina" é um dos melhores filme B que existem, um filme que é um remake do cult "A bolha", de 1958 com Steve Macqueen, e que faz referências explícitas a "Aliens, o resgate", de James Cameron (a cena do esgoto) ë uma pena que o filme não tenha obtido sucesso de bilheteria e foi um fracasso, mas a crítica elogiou a adaptação. É repleta de ação, aventura e suspense. Assisti no sue lançamento em 88 e revendo agora o filme continua cheio de apelo. Os efeitos práticos, que custaram uma fortuna do orçamento, é o seu grande charme, e que bom que a bolha não foi feita com CGI, teria destruído todo o seu charme. Na fictícia cidade de Arborville, vai começar a estação de ski e a cidade aguarda a chegada de muito turistas. Um meteoro cai e traz uma forma de vida que foi criada por militares, que a ejetaram no espaço como arma biológica, mas ficou fora de controle. Mais poderosa, ela agora se alimenta de carne humana. A cheer leader Meg (Shawnee Smith, que depois viria a ser a icônica Amanda na franquia "Jogos mortais") e o rebelde motoqueiro brian (Kevin Dillon) tentam alertar a população da presença do monstro, sem sucesso, e para isso, decidem eles mesmo lutarem contra o alienígena. Com roteiro escrito por Chuck Russel (que dirigiu a 3a parte de "A hora do pesadelo") e Frank Daranbont ( Diretor de "Um sonho de liberdade") , "A bolha assassina" traz cenas antológivas, como a da gerente d agarçonete atacada em uma cabine telefônica, ou o ataque na sala do cinema.

Someone from nowhere

"Someone from nowhere", de Prabda Yoon (2017) Thriller psicológico escrito e dirigido pelo cineasta tailandês Prabda Yoon, "Someone from nowhere" é um thriller confuso sobre identidade. Uma mulher, Napatsorn Ponnapa (Chayanit Chansangavej), vive a sua rotina no condomínio onde mora sozinha. Conversa com vizinhos, fala ao interfone cm o porteiro, liga para sua mãe e sua amiga. Quando se prepara para sair, encntra um homem ferido (Peerapol Kijreunpiromsuk) na sua porta. Do nada ele surge deitado no sofá, pedindo um copo de água. Logo, ele afirma para a jovem que o apartamento é dele. Começa uma conversa surreal onde a jovem alega que ela é a proprietária, mas seus documentos estão todos em branco. Eu só fui entender o filme quando pesquisei. O filme é uma metáfora sobre o golpe militar em 2014 no país. Toda a questão do homem reinvidicar os bens da mulher, é uma representatividade dos militares, que tomaram tudo à força. Mas sou daqueles que acha que o filme tem que falar por si só. Pensei que fosse uma trama surreal, no estilo "Black mirror". É longo, a conversa entre os dois por um longa inteiro é muito chato. poderia render um bom curta instigante.

Drowning dry

"Seses", de Laurynas Bareisa (2024) Vencedor do prêmio de melhor diretor e melhor elenco no Festival de Locarno 2024, 'Drowning dry" foi o filme indicado pela Lituânia à uma vaga ao Oscar de filme estrageiro em 2025. Curiosamente, o filme tem como pano de fundo uma referêcia explícita ao filme de terror "Premonição 2" e a famosa cena do caminhão com toras de madeira na estrada. Como diz o solagn da faosa franquia, não se pode enganar a morte. Pois é justamente a morte que percorre a narrativa do filme, onde uma montagem abrupta que no meio do filme, passa a misturar épocas, que confunde propositalmente o espectador, que tenta decsobrir quem sã as vítimas de um acidente. O título original do filme, 'Seses", significa "irmãs". O título de venda em ingl6es significa uma condição médica onde uma pessoa, ao se afogar, engole água e posteriormente, após ser salva do afogamento, pode morrer por asfixia das cordas vocais. As irmãs Ernesta (Gelmine Glemzaite) e Juste (Agne Kaktaite) viajam para um final de semana para a casa de lago da família delas, junto de seus respectivos maridos, o lutador de MMA Lukas (Paulius Markevicius e o filho adolescente, e Tomas (Giedrius Kiela e a filha adolescente. O casal Ernesta e Lukas passam por dificuldades financeiras e as irmãs decidem vender a casa. Durante uma ida para nadar no lago, um acidente acontece. Com excelentes atuações, o filme traz plot twists bem instigantes, mas para eu entender, tive que rever o filme novamente, pois a edição me deixou bastante confuso. O filme fala sobre masculinidade tóxica, sobre poder e principalmente sobre como a memória pode enganar as pessoas, que se lembram do que querem.

One for the road

"Wan sudthay..Kxn bay thex", de Baz Poonpiriya (2021) Premiado no Festival de Sundance 2021, o filme LGBTQIAP+ tailandês "One for the road", ganhou destaque em festivais por ter como um dos produtores o famoso cineasta chinês Wong Kar Wai. O filme levou 3 anos para ser realizado, e tem alto valor de produção na fotografia, direção de arte e figurinos. O filme acompanha 2 amigos, Boss e Aood, dois tailandeses que foram trabalhar em Nova York. Boss continuou morando na cidade como bar tender, enquanto Aood retornou à Tailândia. Após um hiato entre os amigos, Aood liga para Boss e pede para que o amigo faça uma última viagem à Tailândia, pois ele está com câncer terminal e quer que o amigo ajude a ele se reconectar com cada uma de suas ex-namoradas e lhes dar uma lembrança. O mais interessante do filme é a narrativa: a primeira parte começa com uma fita K de Boss tocando a sua trilha sonora, e a segunda parte, o lado B, com Aood e sua trilha. Com lindas locações em NY e Tailândia, o filme captura a melancolia da juventude que tem a vida interrompida, e os sonhos e desejos que precisam ser realizados antes do fim. Um lindo filme sobre amizade e romance, que emociona. O filme é longo, tem 130 minutos, um ritmo lento, mas ainda assim vale a pena assistir.

Stranger eyes

"Mo shi lu", de Siew Hua Yeo (2024) Primeiro filme da Singapura a concorrer na competição oficial do Festival de Veneza, "Stranger eyes" foi lançado em 2024 e é uma co-produção entre Singapura, Taiwan, França e Estados Unidos. A história é muito semelhante a "Caché", de Michael Haneke. Após o desaparecimento da bebê de 2 anos num parque, o jovem casal Junyang (Wu Chien-Ho) e Peiying (Anicca Panna) têm a ajuda da polícia, mas sem solução. De repente, eles recebem um dvd com imagens gravadas por um voyeur, mostrando a esposa Peiying em seu apartamento tocando como dj, e o marido, Junyang, fazendo sexo com um casal nos fundos de uma mercearia. O casal procura decsobrir quem sequestrou a filha e se tem conexão com o voyeur que os observa escondido. Eles suspeitam do vizinho do prédio da frante, o gerente de mercearia solitário interpretado por Lee Kang-sheng, o alter ego de quase todos os filmes do cineasta Tsai Min Liang. O filme é belamente fotografado e tem como pano de fundo a solidão na grande cidade. de como as pessoas interagem uma com a outra como voyeurs, observando todo tipo de monitoração de vigilância. A cena do sexo a três é bem sensual, e os atores são todos ótimos. A narrativa é fria. eum ritmo muito lento, e pode cansar o espectador menos afeito ao cinema slow film.

Perharps love

"Ru guo, ai", de Peter Ho-Sun Chan (2005) Eu confesso que nunca havia assistido a um filme musical chinês. "Perharps love", realizado em 2005, antecipou dois musicais de grande sucesso: 'O rei do show", que se passa no mundo do circo, e "La la land", que tem o glamour de Hollywood e o mundo do cinema por trás. "Perharps love" recebeu dezenas de prêmios em fetsiais, além de ter encerrado o 62º Festival de Veneza. O filme também foi submetido por Hong Kong para o 78º Oscar de filme estrangeiro. Belamente filmado e com um espetacular visual, tanto na direção de arte, figurinos e fotografia, "Perhaps love" é uma metalinguagem romântica, onde os personagens reais se misturam aos do filme que está sendo filmado. Um diretor de cinema, Wen (Jackie Cheung) escala a sua namorada Sun Na (Zhoun Xun) para estrelar um filme musical que se passa na China antes da revolução. O astro de Hong Kong Jian Dong (Takeshi Kaneshiro) é contratado para ser o par romântico. Durante a coletiva da imprensa, Sun Na diz que nunca trabalhou com Jian Dong nem nunca o viu na vida. Jian Dong vai para o flashback e se lembra de 10 anos atrás, quando conheceu Sun Na, uma crooner de um cabaret, e ele era estudante de cinema, e viveram um romance. Na história filmada, a personagem de Sun Na é uma mulher sem memória. Realidade e ficção se misturam. Estrelado por três astros, o filme é muito bonito de se ver e os números musicais trazem todo o movimento de Hollywood. Mas o filme tem uma frieza narrativa e a metalinguagem acaba confundindo bastante a história.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Beautiful Audrey

"Beautiful Audrey", de Lee Young-kook (2024) Filme com personagem da mãe que descobre ter Alzheimer, é garantia de litros de lágrimas. Esse sensível e delicado drama sul coreano traz excelentes performances do elenco, em um filme onde o roteiro não tem vergonha de aplicar golpes baixos, como se não bastasse o Alzheimer: o pai morre atropelado ao conversar com a filha; a filha descobre ter leucemia e somente sua mãe pode doar, mas ela precisa assinar um documento, porém não se lembra de seu nome; e o filho saberemos que é adotivo, e por isso, motivo de ciúemes da irmã, que acredita que perdeu o amor da mãe por conta do adotivo. Todo esse melodrama é embalado por deliciosas e apetitosas imagens de comida: a personagem da mãe é dona de um restaurante e a gente fica com água na boca. Oh Mi-Yeon (Kim Jung-Nan) e seu filho Kang Ki-Hoon (Park Ji-Hoon) administram um pequeno restaurante de macarrão em sua cidade natal. Eles vivem felizes, apesar do passado traumático: o marido de Oh Mi yeon morreu atropelado quando foi atrás da filha Kang Ji-Eun (Kim Bo-Young) que decidiu abandonar a família para viver eu sonho de ser cantora de K pop. Quando Oh Mi é diagnosticada com alzheimer, Ji Eun decide visitá-la, mas a mãe não lembra mais dela.

Lições de liberdade

"The penguin lessons", de Peter Cattaneo (2024) Peter Cattaneo dirigiu em 1997 o grande sucesso "Ou tudo ou nada", sobre operários desmepregados que decidem trabalhar como strippers durante o radical governo de Margareth Tatcher. Em "Lições de liberdade", Cattaneo novamente mescla comédia com drama social, só que dessa vez, trazendo tantos sub plots que acabou perdendo o foco principal, que é a amizade entre um professor de ingl6es e um pinguim. O filme é baseado no livro escrito por Tom Mitchell, "The penguin lessons", em 2016. Co-produzido por Espanha, Estados Unidos e Reino Unido, a produção foi rodada na Espanha, se passando por Buenos Aires de 1976, sob ditadura militar. Tom (Steve Coogan) é um professor de inglês que aceita trabalhar em um colégio elitista St George em Buenos Aires dando aulas de inglês. Tom é o típico inglês: frio, introspectivo e pouco sociável. Quando ele aceita o convite de um colega professor para passar um fim de semana no uruguai, ele conhece uma mulher. Ao caminharem na praia, que está repleta de óleo que vazou de uma embarcação, encontram centenas de pinguins mortos. A mulher avista um que está vivo, e pede para Tom levá-lo ao hotel. Relutante ele leva. Quando retorna para buenos Aires, ele acaba levando o inguim, já que o animal o persegue e ele não consegue abandoná-lo na praia sob ameaça d emulta. Aos poucos, o pinguim muda a vida de tom, dos alunos e dos funcionários, incluindo Sofia (Alfonsina Carrocio), que está envolvida com revolucionários. O elenco, que ainda traz Jonathan Pryve no papel do reitor, é o ponto alto do filme. Tem uma tentativa de às vezes, querer ser "A sociedade dos poetas mortos" na relação do professor com os alunos, mas acaba que o roteiro meio que abandona esse desenvolvimento. O chamariz do filme é o pinguim e sua relação com Tom. O público alvo do filme é uma incógnita: apesar do fofo pinguim, dificilmente terá atrativos para a crançada, por conta de seu pano de fundo denso e trágico sobre a ditadura militar e os mais de 30 mil desaparecidos, incluindo personagens que participam da luta das mães da Praça de maio.

Red yellow pink

"Red yellow pink", de Jolanta Warpechowski (2020) Premiado drama LGBTQIAP+ da Austria, Policia e Alemanha, traz temas como homofobia e conservadorismo dentro da própria família. O filme tem um olhar moralista sobre a comunidade gay, muito comum em filmes dos anos 80: o protagonista contrai HIV como se fosse uma punição. O jovem Maciej (David Paul) e sua mãe fanática religiosa (Agniezka Salamon) decidem sair da Áustria e se mudam para a Polônia, para morarem com o pai de Maciej, um judeu (Wojciech Galzinski), que saiu da Austria por perseguição anti-semita. Os pais ignoram que Maciej é gay e procuram arrumar uma namorada para ele. A mulher que é apresentada é mais velha e Maciej discretamente diz à ela que não quer relacionamentos. Ela o convida para uma boite, e lá, Maciej conhece David (Adrian Koszewski). Os dois se apaixonam. Quando a mãe de Maciej os flagra namorando, ela o expulsa de casa. David leva Maciej para morar com ele e ambos vivem felizes, até que Maciej descobre estar com HIV, que ele contraiu de um ex-namorado na Austria e agora teme ter contaminado David. O filme é bem trágico e tem um tom bem soturno. O design visual do filme trabalha com cores que trazem reflexos de emoção dos personagens. Maciej e sua mãe usam vermelho. Seu pai e David usam amarelo. O apartamento de David tem elementos em amarelo. Os atores estão bem, mas o ritmo do filme é lento e a direção afrouxa em diversos momentos. O final é bem desolador. De positivo, é o amor do personagem de David, sincero e jamais abandonando David.

Solo

"Solo", de Artemio Benki (2019) Premiado documnetário argentino, dirigido pelo cineasta francês Artemio Benki, radicado em Praga. Exibido no Fetsival de Cannes em 2019. A idéia do filme surgiu quando Artemio visitou em 2014 o Hospital El Borda, um local especializado em pacientes psiquiátricos. lá, ele conheceu Martín Perino e encantado com sua história, deciciu contá-la. Martin Perino começou a estudar piano aos quatro anos e deu seu primeiro concerto aos dez, sendo considerado uma criança prodígio. Estressado e pressionado pela exigência do perfeccionismo na vida pessoal e profissional, Perino teve um colapso mental e foi diagnosticado com esquizofrenia. Aos 35 anos, Perino tem alta do Hospital. O filme apresenta essa tentativa de readapta;cão à sociedade e como Perino enxerga o mundo. Um filme melancólico sobre a tragédia de um homem que foi pressionado desde criança a se exceder na sua excelência e não suportou a pressão. O diretor lida com bastante sensibilidade e respeito a história de um homem mentalmente fragmentado e como ele procura se reenquadrar novamente na sociedade.

O mundo tóxico da aparência perfeita

"The world of perfect looks", de Charlie Mole (2024) Documentário assustador sobre uma comunidade masculina chamada "Lookmaxxer", que são jovens que buscam maximizar a sua apar6encia para serem aceitos dentro de padrões de beleza que as redes sociais e a sociedade aceitam. Jovens entram em sites de Lookmaxxing para serem avaliados em foruns. Muitos precisam passar pelo crivo do 'BF body fat" e SMV Sexual market value. O filme faz uma analogia entre o movimento dos lookmaxers e a ideologia Incel, que gerou o seriado 'Adolescência". São grupos misógenos que promovem combater o feminismo, e acreditam que as mulheres são as responsáveis pela baixa auto etsima masculina, ao serem rejeitados por não terem a aparência ideal. os jovens gastam uma fortuna com hormônios para afinar as mandíbulas e o rosto. O apresentador entrevista um inglês que foi para a Polônia fazer uma cirurgia caríssima de alongamento das pernas, para crescer alguns centímetros e ficar mais alto. O homem diz que por ele não ter a altura ideal, ele é rejeitado nas reuniões. O filme apresenta também a técnica do Bone smashing que é literalmente pegar um martelo e martelar os ossos do rosto, para provocar micro frauras e afinar o rosto e torná-lo mais quadrado. É um file assustador, que mostra influencers que têm uma legião de fãs que querem ficar iguais aos seus idolos e assim, acreditam serem aceitos pelas mulheres e apresnetação melhor em redes sociais. Triste retrato de uma geração vítima das redes sociais.

A profecia da lua

"Samaya bolshaya luna", de Alexei Popogrebsky (2024) Em 2010, o cineasta russo Alexei Popogrebsky lançou o thriller "Como eu terminei o verão" no Festival de Berlim 2010 e o filme ganhou o prêmio de melhor ator, dividido entre os dois atores, além do prêmio de melhor contribuição artistica. Agora, Alexei Popogrebsky muda seu rumo e lança "A profecia da lua", que foi considerado por vários críticos como a versão russa da saga "Crepúsculo". Em vários momentos, me lembrei da animação 'Divertidamente": em um futuro distópico, um grupo de pessoas especiais, chamados Emers, controlam as emoções humanas. No entanto, os Emers não podem amar nem sentir dor. Quando os Emers estão ameaçados, Denis (Ivan Ivashov), um jovem rebelde, precisa ir atrás do esolhido, que segunda uma profecia, poderá salvar ao grupo. Ele chega em Katya (Simona Kust), uma jovem criada por um magnata e que desconhece os seus poderes. Kayua nunca conheceu nenhuma emoção. Denis acaba trazendo ela pro grupo e aos poucos, ela vai conhecendo a alegria, surpresa, ciúme, raiva, desespero e por causa de Denis, o amor. Mas ela está proibida de amar, pois pode provocar um colapso no mundo. Engraácdo que o filme parece que foi produzido no final dos anos 90, tem toda uma estética antiga, incluindo os efeitos. A trama é bastante confusa e fiquei bastante perdido. As cenas de ação são fracas e sem dinâmica. O elenco é mediano.

Solo

"Solo", de Marcelo Briem Stamm (2013) Ótimo e surpreendente drama de suspense, com uma reviravolta sensacional no desenrolar da história. Essa produção argentina da baixo orçamento prima pelo roteiro e direção de atores. O filme é quase todo encenado dentro de um apartamento, com dois atores, fora alguns breves flashbacks em outros ambientes. O mais curioso, no entanto, é ser um filme de temática gay, mas produzido para o gênero suspense psicológico. Não fossem as cenas de sexo entre homens, o filme teria sido facilmente distribuído e talvez até alcançado um posto de filme cult entre uma platéia mais ampla. A história gira em torno de Manuel, um jovem recém separado do antigo namorado e que ainda não conseguiu se livrar da depressão pós rompimento da relação. Uma noite, em seu apartamento, onde mora sozinho, ele conhece Julio num chat room. Eles marcam um encontro na mesma noite e Manuel acaba levando Julio para o seu apartamento. Entre trepadas e revelações, os personagens vão se mostrando quem eles são de verdade. As performances de Patricio Ramos e Mario Verón surpreende pela desenrolar da história, mostrando grande habilidade dos atores em se transformarem em cena. Um filme sensual e ao mesmo tempo, surpreendente.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

I want to live in mars

"I want to live in mars", de Maria Somova (2023) Produção indie de baixo orçamento, "I want to live in mars" é escrito e dirigido pela ucraiana radicada nos Estados Unidos Maria Somova. Somova desenvolveu a história baseada em suas memórias e vivência, quando cresceu em um povoado subpovoado na Ucrânia. Nos Estados Unidos, ela conheceu a cidade de Centralia, na Pensylvania, que nos anos 80 tinha quase mil moradores, mas por conta de um constante incêncio em uma mina de carvão, acabou se tornando uma cidade deserta com apenas cinco moradores. O filme me fez lembrar bastante de "Nomadland", não somente pela questão da cidade fantasma, mas pelo isolamento e representação de uma America desolada e sem esperança. Breezy (Claire Haller) é uma adolescente rebelde que se revolta com sua mãe doente por terem que sair da cidade grande para morar em uma casa em Centralia. Sem internet, sem amigos e sem comércio, Breezy fica muito irritada com essa nova vida. Ao sair para a estrada para tentar conexão de internet ela conhece a sem teto Pickles (Bethany Stolar), adolescente da mesma idade que vive fazendo bicos em um restaurante da cidade próxima e cata lixo nas ruas. ela mora em uma casa abandonada. As duas, de vidas tão opostas, se conectam pela solidão e pelos desejos de tentar algo para as suas vidas. O filme tem um tom bastante melancolico e apresenta personagens desmotivados com suas vidas e que se deixam levar de uma forma passiva. É angustiante e depressivo. O tom das performances é naturalista, quase documental.

Streetwise

"Gaey wa'r", de Jiazuo Na (2021) Concorrendo no Festival de Cannes 2021 na Mostra un certain regard, "Streetwise" é um drama chinês que traz uma narrativa naturalista, sobre um jovem cobrador de dívidas, Dong Zi (Li Jiuxiao), 20 anos, morador de Zhenwu, província de Sichuan, região obre da china. A história se passa em 2004. Dong trabalha para o agiota Xi Jun (Yu Ailei). Dong não é o cobrador ideal: não tem muitas habilidades nem a frieza necessária para não se envolver com os problemas das pessoas endividadas. Mas seu pai está doente e Dong Zi precisa custear ses gastos médicos, e se desespera. Seu pai, no entanto, não reconhece os eforços do filho e o trata com rispidez. Dong tem um relacionamento mal resolvido com Jiu'er (Huang Miyi), proprietária de um estúdio de tatuagem e ex-esposa do chefe do crime local. Flertando com o thriller, "Streetwise" é um digno representante do cinema novo chinês, chamado de Neon cinema, com tramas que envolve anti heróis e mulheres fatais. Um bom filme, prejudicado por uma trama confusa e por personagens sme carisma.

Vadakkan

"Vadakkan", de Sajeed A (2023) Terror sobrenatural indiano, "Vadakkan" é uma mistura ruim de "Incovação do mal" com "A bruxa de Blair". Com atores fracos, direção e edição frouxos e um terror inexistente, o filme tem cenas filmadas em Helsinki, Finlândia, e em Kerala, Índia. Um professor de atividades paranormais de uma Universidade em Helsinki o indiano Raman, recebe uma ligação da polícia indiana pedindo para que ele ajuda a investigar um crime ocorrido durante as filmagens de um reality show em Kerala, uma ilha na índia. Uma equipe de filmagem e os 6 competidores morreram em atitudes estranhas. Raman decide ir com sua assistente e namorada Anna. Chegando em Kerala, ele é recebido pela esposa do falecido diretor do reality, Megha, que foi ex-namorada de Raman. Eles assistem às gravações e às possessões dos envolidos no reality. Ao chegarem ao local das filmagens, fatos estranhos passam a contecer entre os Raman, Anna e Megha. O filme tem como pano de fundo uma lenda hindu. Mas infelizmente nada funciona no filme. Os efeitos são ruins, e o elenco também não ajuda, deixando a história correr em interesse com personagens sem carisma.

Blue gate crossing

"Lan se da men", de Chih-yen Yee (2002) Se Wong Kar Wai tivsse realizado um filme sobre amores adolescentes, esse filme certamente seria "Blue gate crossing", um drama juvenil LGbtqiap+ de Taiwan. O filme tem uma narrativa e um estilo visual totalmente condizente com o estilo de cinema de Wong Kar Wai: enquadramentos rigorosos, fotografia estilizada com muitas cores nas noturnas, personagens em devaneios de melancolia e profunda solidão vivendo amores impossíveis. Um triângulo amoroso entre 2 garotas e um garoto que estudam na mesma high school é capitaneado por Meng Kerou (Guey Lun-Mei), uma adolescente que tem paixão platônica por sua melhor amiga, Lin Yuezhen (Liang Shu-Hui). Lin no entanto está sentindo um crush por Zhang Shihao (Chen Bo-Lin), um aluno popular e que ama natação. Meng aproxima os dois, mas Zhang acaba se apaixonando por Meng, que fica em conflito com sua sexualidade. Premiado em diversos festivais asiáticos, o filme tem um elenco de rostos bonitos e talentosos, que se tivesse uma versão americana, seria um filme de John Hughes. Chen Bo-Lin, que é o aluno nadador, lembra muito o astro TAkeshi Kaneshiro numa versão teen.

Dark blue girl

"Die Tochter", de Mascha Schilinski (2017) O festival de Cannes 2025 começou na competição oficial com o 2o longa da alemã Mascha Schilinski, que foi bastante elogiado. "Dark blue girl" é o seu 1o filme, e concorreu no Fetsival de Berlim. É uma co-produçao Alemanha e Grécia e traz um tema bastante polêmico: o complexo de Édipo pelo ponto de vista de uma menina de 7 anos, Luca (Helena Zengel, excelente, em papel muito complexo). Quando Luca tinha 5 anos, ela decsobriu que seus pais, Jimmy (Karsten Antonion Mielke) e Hannah (Artemis Chalkidou) se separaram. ela passou 2 anos dividindo seu espaço entre a casa de um e de outro, aproveitanodo ao máximo da intimidade de cada um. Quando eles decidem morar juntos novamente, Luca reage mal. Ela fica enciumada com a intimidade entre eles e passa a desejar o fim do relacionamento. Com belíssimas locações filmadas na Grécia, o filme traz uma excelente dinâmica entre os 3 atores em registro naturalista. Existem cenas perturbadoras como a que Luca testemunha os pais fazendo sexo no quarto, ou quando ela dorme com o pai numa grande intimidade, mas em momento algum a diretora procura sexualizar a relação entre pai e filha.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Premonição 6- Laços de sangue

"Final destination- Bloodlines", de Zach Lipovsky e Adam B. Stein (2025) Alardeado pelo rotten tomatoes com 92% de aprovação, essa "Parte 6" da famosa franquia, que teve a parte 5 lançada em 2011, retorna 14 anos depois trazendo uma boa novidade no roteiro que já mostrava há tempos um sinal de cansaço pela repetição dos fatos: dessa vez, as pessoas qe morrem após a premonição de um protagonista, não são amigos ou pessoas próximas salvas por ele. Quem morre são parentes de uma família, dos vários sobreviventes de um acidente ocorrido nos anos 60 em um futurista mirante chamado Sky view, que contém bar, restaurante e salão de baile. É ali que Iris (Brac Bassinger no passado, GAbrielle Rose nos dias atuais) teve a sua premonição e salvou várias pessoas. Só que os anos passaram, todas as famílias dos sobreviventes morreram. Dessa vez, é a família de iris, encabeçada por Stefani (Kaitlyn Santa Juana) , uma estudante que retorna para a sua cidade natal para localizar sua avó desaparecida e salvar a sua família. Continuo achando a parte 3 melhor de todas, a da montanha russa. As mortes foram mais icônicas e os protagonistas eram mais carismáticos. Aqui, no entanto, 2 fatos fazem a diferença e fazem a pena assistir ao filme: 1) O personagem tatuador de Erik (Richard Harmon) é excelente. Ele é sarcástico, cheio de humor e ironia, e duas das melhores cenas do filme são com ele: na sala de tatuagem e na sala de ressonância magnética. 2) É emocionante a forma como o personagem de Tony Todd, William Bludworth, se despede no filme. É um testamento do próprio Todd, falecido em 2024. O ruim é que o filme tem efeitos CGI bem ruins. A da sky view mesmo tem momentos toscos. Mas a que finaliza o filme, é da pior qualidade, destôa por completo do filme. e não deixa de ser uma forma de homenagear as famosas toras do 2. Mas não rolou.

Serra das almas

"Serra das almas", de Lírio Ferreira (2024) A depender de 'Serra das almas", o mundo é comandado por homens que são a representação da escória e do que a humanidade tem de pior. Cade às mulheres a perspicácia, a sabedoria, a inteligência e o combate à corrupção moral e física, e claro, através da sororidade que as une nessa luta. O roteiro traz uma estrutura tarantinesca, principalmente de "Cães de aluguel"e "Pulp fiction": a temporalidade vai e volta, começando por um flash forward e aos poucos, apresentando os personagens, a sua real índole e personalidade e fazendo, através dessa montagem, personagens que já morreram, surgirem mais adiante, assim como foi com John Travolta. 7 pessoas se encontram em um cativeiro no meio do sertão pernambucano: a jornalista Samanta (Julia Stockler) e sua estagiária um casal (Pally Siqueira), os dois sequestradores (Ravel Andrade e David Santos), o caal dono do casebre (Jorge Neto e Mari Oliveira) e um desconhecido (Vertin Moura), que se revela ser alguém importante. No meio da tensão psicológica, cada um tenta sobreviver `à loucura que vira o ambiente. Um faroeste do agreste, 'Serra das almas" tem no trabalho do elenco a sua grande força. Através da mescla de drama, ação e thriller, o elenco pode trabalhar diversas camadas e se jogar por completo. A maquiagem também tem um papel fundamental, para dar veracidade aos efeitos de caracterização.

Fur coat and no knickers

"Fur coat and no knickers", de Paul Ward (2009) Drama indie irlandês LGBTQIAP+, "Fur coat and no knickers" traz ainda elementos de humor e romance para uma produção amadora e baixíssimo orçamento, mas nem por isso, menos interessante. Essa atmosfera marginal confere ao filme uma atmosfera vintage, dos primeiros filmes de Stephen frears ou Mike Leigh dos anos 80, mas sem a criatividade desses diretores. É um filme queer em sua essência, apresentando 2 jovens amigos atores que são gays assumidos. Ambos vivem fazendo audições. Moradores de Dublin, Stephen e John fazem o que se espera de atores em busca de um lugar ao sol: ir atrás de uma boa oportunidade. Eles perturbam o agente por mais audições. John tem um namorado que está preso. Stephen, por sua vez, conhece em um flerte na rua um homem mais velho, David. Quando vai fazer uma audição, decsobre que David é o diretor do projeto. O filme é charmoso, tem personagens divertidos e carismáticos. Tem uma cena mais densa no final, quando Stephen é dopado em uma boite por duas pessoas,levado para sua casa e prestes a ser violado. ë uma cena que destoa do restante do filme, que tem um tom mais leve.

Gatecrasher

"Gatecrasher", de Paul Cockcroft (2012) Drama inglês LGBTQIAP+ que mostra uma relação abusiva e de interesses entre um famoso e premiado escritor gay, James Francis (Frank Ryan), e um jovem aspirante a ator, Ryan Prescott (Mark Jenkins). Ryan faz audições mas nunca passa. Seu agente começa a ficar preocupado com Ryan, que acredita que o que ele precisa, é de um bom texto para provar o seu talento. Até que ele decide ir atrás do renomado escritor James, que ele tem certeza, poderá escrever um texto para ele que mostre seu talento. Ryan começa a stalkear James em todos os lugares que ele vai: nuam palestra, em um café e até no hotel em que ele se hospeda. James, entendendo o desejo de Ryan de querer um texto seu, passa a se aproveitar da situação e exige favores sexuais. O filme mostra de uma forma crua um tipo de relacionamento que é clichê no meio artístico: a troca de favores tendo o sexo como mercadoria. O final tem um desfecho inesperado, mas de retso, tudo é bastante previsível. Os dois atores são bons e os diálogos são incisivos.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Premonição 4- O destino final

"The final destination", de David R. Ellis (2009) Chamada no Brasil de "Premonição 4", esse 'The final destination" supostamente deveria ter sido o último para fechar a franquia. Mas foi o que melhor rendeu em bilheteria, e daí, novas partes seriam inevitáveis. De crítica, no entanto, é unÂnime entre público e críticos: é o pior da franquia. Elenco fraco, roteiro ruim, e de todas as mortes, apenas uma figura entre memorável, que é a de um personagem que morre sugado pelo dreno de uma piscina de um clube ( com direito ao ânus do rapaz em detalhe sendo sugado). O diretor é David R. Ellis, que dirigiu a parte 2 , que apresenta a premoniçao mais memorável de todas, a do acidente na estrada com as toras de madeira. Nessa parte 4, a premonição acontece em uma corrida de carros, que teve como referência a tragédia de Le mans em 1955, quando 84 da platéia morreram quando um dos carros bateu neles, cortando inclusive muitos pela metade. O filme foi o 1o rodado em 3D ( a parte 5 também foi em 3D) e as mortes foram prejudicadas para dar vazão aos efeitos em terceira dimensão, que ficaram muito toscos e exagerados. Existe uma piada easter egg: o clube onde morre o rapaz da piscina se chama "Clear rivers", que é o nome da protagonista do 1 e do 2. Uma diferença desse roteiro para os outros, é que o protagonista, Nick, consegue ter visão de como as pessoas irão morrer, antes do acidente acontecer. Mas isso não traz elementos de suspense e tensão como deveria acontecer. O ator Bobby Campo, que interpreta o protagonista Nick, é o menos carismático de todos os protagonistas de todoos os filmes da franquia.

O único sobrevivente

"Sole survivor", de Thom Eberhardt (1984) O filme que inspirou a franquia "Premonição", esse terror sobrenatural de 1984 é totalmente obscuro e merecia um remake com um orçamento maior que desse conta dessa história assustadora. Escrito, dirigido e editado por Thom Eberhardt em seu filme de estréia, o filme lembra a atmosfera de filmes indies dos anos 80, principalmente as de John Carpenter. Denise Watson (Anita Skinner) é uma produtora de uma emissora de TV. Uma vidente, Carla (Caren Larkey) prevê que haverá um acidente e avisa Denise para que ela não pegue o um vôo. Ninguém dá atenção para as previsões de Carla. Denise acaba sendo a única sobrevivente da explosão do avião. Durante a sua rceuperação, Denise acaba se envolvendo com o médico, Brian (Kurt Johnson). Mas estranhos acontecimentos paassam a acontecer na rotina de Denise. Pessoas surgem e a ameaçam. O filme tem uma atmosfera de filmes de época que eu adoro, dando aquela imagem vintage que super funciona para essas produções obscuras. O ritmo é lento e certamente não funciona para adeptos do terror atual. As pessoas que surgem também não são assustadores. Mas ainda assim, vale assistir, tanto pela referência à "Premonição", quanto pelo desfecho inesperado.