Meu amigo pinguim

"My penguin friend", de David Schurmann (2024) Durante 8 anos , um pinguim, apelidado de Dindin, atravessou 5 mil milhas, da Patagônia, na Argentina, até a Ilha grande, Rio de Janeiro, para visitar o seu amigo João, um pescador. Em 2011, João o resgatou do mar, encharcado de óleo, e a partir dái, a amizade floresceu. João vinha de uma história trágica: seu filho Miguel morreu durante uma travessia no mar, para uma pescaria, e foram pêgos por uma tempestade. Desde então, João (Jean Reno) e sua esposa, Maria (Adriana Bazarra) , vivem melancolicamente. A felicidade só retornou com a chegada do pinguim, metaforicamente vista no filme como se fosse uma lembrança do retorno do filho. O vídeo de João e Dindin viralizou no mundo e repórteres vieram para conhecer a história dessa bela amizade. O filme foi rodado em Ubatuba, Paraty e Patagônia, Argentina. É estranho ver um elenco estrangeiro e personagens de apoio falando em inglês, mas essas são as consequências de um filme em co-produção internacional, pois visa o mercado estrangeiro. O melhor do filme, no entanto, fica por conta de sua excelente fica técnica, com alguns dos melhores profissionais do mundo: o fotógrafo inglês Anthony Dod Mantle, vencedor do Oscar de fotografia por "Quem quer ser um milionário?" e trabalhou também em "No coração do mar", de Ron Howard, o que justifica as excelentes tomadas aquáticas. A edição é da espanhola Tereza Font, que monta os filmes de Almodovar. A ótima trilha sonora é de Fernando Velázquez, compositor esopanhol de "O orfanato" e "O impossível", ambos de J.Bayona, e 'Sergio", com Wagner Moura. Um filme para toda a família, que mesmo com o tom melancólico que persiste na narrativa, traz um olhar otimista para a relação homem e natureza.