sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Mads

"Mads", de David Moreau (2024) Filme de terror de zumbis todo rodado em um único plano-sequência, "MadS" impressiona pela sua produção: praticamente, fecharam toda uma cidade para fazer a filmagem, já que o filme circula em quase todas as ruas e interiores de diversos prédios e casas. Exibido em importantes festivais de cinema de gênero, como Sitges, "MadS" é um grande tour de force de direção, produção, fotografia, câmera e trabalho de atores e figuração, para fazer tudo funcionar em sincronia. Asism como no alemão "Victoria", ter rodado em plano sequência tem seus prós e contras: o pró é o desafio técnico que enche os olhos do espectador. O contra é que nesse tipo de narrativa, metade do filme é encheção de linguiça onde a câmera acompanha os personagens e absolutamente, nada acontece. Em um filme de terror, isso é ruim, pois faz a tensão perder impacto e torna o ritmo lento, enfadonho e tedioso. Recentemente, teve o terror "A natureza do mal", onde a câmera em estilo 'Elefante", de Gus van Sant, acompanhava ums erial killer por um acompamento, e toda a travessia fazia o filme perder o interesse. A história é simples: Um jovem, Romain (Milton Riche), está na casa de um traficante se drogando e comprando drogas para uma festa da galera. Na estrada, ele esbarra com uma jovem com aparência de doente, que acaba mordendo Romain. Aos poucos, ele vai sentindo que seu corpo está em transformação. Ele segue com sua namorada, Ana (Laurie Pavy) para a festa. A melhor amiga de Ana, Julia (Lucille Guillaume) também está por ali. Romain acaba infectando Ana com um beijo. A noite começa a tomar proporções bizarras e fora de controle. O filme realmente merece um prêmio de produção e de fotografia e câmera pela forma como conseguiram filmar nas ruas e também pela excelência técnica. Muitos momentos são brilhantes. Mas filmar em plano sequencia fez o filme perder ritmo em muitos momentos, e por mais divertido que seja acompanhar a virtuose da câmera, fica a impressão que é tudo meio que pela técnica, e nada de dramaturgia.

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