quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Não solte!
"Never let go", de Alexandre Aja (2024)
Em 2003, o cineasta francês Alexandre Aja despontou para o mundo com o excelente filme de terror "Alta tensão", um dos maiores exemplos do sub-gênero "French extreme", que nos trouxe obras como "Mártires" e "A invasora", filmes onde a violência era bastante explícita e radical. O filme chamou atenção de Hollywood e logo ele foi chamado para refilmar um clássico de Wes Craven, rebatizado de "Viagem maldita". O filme foi outro excelente exemplo da capacidade de Alexandre Aja de mexer cm os nervos do público em mais um exemplo de filme extra gore. Na sequência, dirigiu outros filmes que não obtiveram o mesmo sucesso de crítica e público, como "Piranha 3D", 'Amaldiçoados", um filme bizarro com Daniel Redcliffe interpretando um rapaz que convive com chifres. Em 2019, lançou o ótimo "Predadores assassinos", com jacarés assassinos que atacam a população durante o furacão Katrina de New Orleans. Agora, retorna com "Não solte˜", um terror sobrenatural e pós apocalíptico, protagonizado por Haley Berry. O filme lembra filmes de M. Night Shyamalan ( não posso falar do filme específico, pois será um mega spoiler, mas a idéia é totalmente roubada dele) e de Jordan Peele, especialmente "Corra!", Em "Não solte!", os roteiristas KC Coughlin e Ryan Grassby se apropriam do terror para falar de metáforas relacionadas a fanatismo religioso e sobre o amor exacerbado de uma mãe para proteger os seus filhos do mal do mundo.
Berry interpreta Momma, mãe do adolescente Sam (Anthony B. Jenkins) e da criança Nolan (Percy Daggs). Eles moram em uma floresta, isolado de tudo, em um mundo pós-apocalíptico. Momma proíbe seus filhos de vagarem sozinhos pela floresta, e delimita até aonde eles podem caminhar, amarrando-os à uma corda, e para sempre andarem juntos. Segundo ela diz aos filhos, figuras monstruosas circundam a região. Após um acidente, Sam começa a questionar a veracidade da história contada por sua mãe, mas Sam é muito ligado à ela e começa a se irritar com as inquietudes do irmão mais velho.
Eu queria ter gostado do filme, mas fiquei frustrado. O terror não assusta, as aparições dos espíritos da floresta são genéricas. A personagem de Berry é construída sem camadas, e passa boa tarde do tempo em um registro de uma mãe alucinada e violenta. A melhor construção fica para o filho adolescente, uma simbologia sobre os conflitos de um jovem que passa a questionar tudo que lhe é imposto pela sociedade e pela educação.
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