terça-feira, 22 de outubro de 2024
My favourite cake
"Keyke mahboobe man", de Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha (2024)
Premiado no Festival de Berlim 2024, onde estava em competição oficial, com os prêmios Fipresci e do juri ecumênico, as diretoras e roteiristas Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha foram proibidas de deixarem o Irã por mostrarem no filme a protagonista sem o Hijab e bebendo álcool na presença de um outro homem que não é o seu companheiro. O filme é anunciado como uma comédia romântica, e sendo um filme iraniano, achei praticamente impossível que isso acontecesse. O filme sim, tem momentos de leveza, mas não é uma comédia. É um drama romântico, mas que não permite um final feliz, afinal, estamos em um dos países mais conservadores do mundo. Dificilmente aceitariam um filme onde uma mulher de 70 anos, viúva, flertasse com um homem que ela acabou de conhecer e começasse a se envolver com ele no estilo "felizes para sempre".
No Teerã, mora Mahin (Lily Farhadpour), de 70 anos, enfermeira aposentada e viúva há 30 anos. Mahim nunca mais se relacionou com outro homem e se dedicou a criar seus dois filhos. Agora crescidos e com família, ela está sozinha e se sentindo sem abandonada. Eventualmente, ela convida suas amigas para sua casa, mas os assuntos são banais. Quando ela liga para a filha, ela não tem tempo para ela. Mahli decide ir até um restuarante onde aposentados costumam almoçar. Lá, ela conhece o taxista Faramarz (Esmaeil Mehrabi). Ao descobrir que ele é solteiro, Mahli decide pegar um táxi com ele, e ao chegarem em sua casa, o convida para entrar e comer um bolo. Durante a noite, eles conversam sobre diversos assuntos, entre eles, sobre a morte.
O filme poderia ser dividido em 2 partes: o cotidiano de Mahli, e depois, a sua relação com Faramarz, durante uma única noite, em sua casa. Nesse 2o ato, quase que em tempo real, os dois idosos se abrem de corpo e alma um para o outro. Os diálogos são excelentes, e as performances dos dois protagonistas, comovente. Mas não é um filme americano. Existem cenas ond eo contexto político e o patriarcado se fazem presente, como quando Mahli ajuda uma jovem a não ser presa pela polícia porque seu Hijab não estava apropriado na cabeça, ou quando ela está sozinha em um restaurante e o garçom questiona ela estar ali sozinha.
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