terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Trolled Sos

"Trolled Sos", de John F. Uranday (2023) Nossa, há tempos eu não via um filme tão ruim tecnicamente falando, e com um roteiro tão tosco quanto esse "Trolled Sos". O filme foi exibido no Marché du cinema no Festival de Cannes 2022, um evento para vendas de filmes. Pelo seu conteúdo tão amador, acho difícil ter conseguido vendas. O filme, de baixo orçamento, foi co-escrito por Bobby Cloud, que interpreta o mascarado Troll ( e tem a voz de Seth Rogen, é igualzinho). O filme procura fazer referência a "Jogos mortais": 4 pessoas acordam amarradas dentro de um galpão. Lá, eles decobrem que foram sequestrados pelo troll, um mascarado contratado pelas vítimas de cyber bullying dos 4 sequestrados. O que o Troll decide fazer é torturar e se vingar dos prisioneiros, sendo tudo devidamente transmitido via dark web para quem quiser assistir. Logo na cartela inicial, os produtores avisam que o filme foi rodado em uma única locação, levando 8 horas de gravação e os atores não receberam roteiro, sendo tudo improvisado. De verdade, é um filme pavoroso. Não pavoroso por ser aterrorizante, que nem é, e sim, aborrecido, com um falatório sme fim e ameaças que não se concretizam.

Um perfume chamado Said

"Un parfum nommé Saïd", de Philippe Vallois (2003) O cineasta francês Phillipe Vallois é um dos expoentes do cinema LGBTQIAP+ no seu país, filmando longas, curtas e documentários desde os anos 70, até o dia de hoje. Em sua vasta filmografia, boa parte dos filmes se tornaram cults, como "Johan", de 1976, um dos primeiros filmes abertamente homossexuais da França. Em "Um perfume chamado Said", Vallois mistura gêneros: documentário e ficção para falar em primeira pessoa, sobre o seu fascínio e paixão platônica por Said, um rapaz de classe média baixa em Marrocos. Belo, de corpo escutulra, Said possui um fascínio que encanta Phillipe, fazendo a sua câmera acompanhar o guapo em todos os lugares para onde vai. Através dessa busca, o espectador fica sendo voyeur não só dos encantos do rapaz, como da cultura marroquina, com as ruas repletas de vendedores, dançarinos e toda espécie de pessoas. A câmera perambula por vários lugares, mostrando uma Marrocos encantadora e ao memso tempo, decadente. O filme, com visual e narrativa kitsch, traz elementos de videografismo e colagens.

Um inverno no verão

"Un hiver en eté", de Laetitia Masson (2022) Drama francês independente escrito e dirigido pela cineasta Laetitia Masson, é um retrato pessimista sobre as relações humanas. A cineasta usa como pano de fundo uma situação de catástrofe metereológica, no caso, um inverno polar em pleno verão na França, e de que forma esse frio intenso altera as percepções das pessoas em relação ao próximo e a pessoas amadas. São 10 personagens de várias classes sociais que se cruzam e que revelam seus sentimentos , sejam eles altruístas ou de deboche pela diferença de classe social ( no caso do segmento com a gari que é insultada por um homem de classe média alta na rua). Filmes sobre o fim do mundo existem vários, e boa parte deles lida com o tema da solidão, do reencontro, do perdão. Aqui não é diferente. O roteiro no entanto se perde diante de tantas histórias, teria sido bem melhor se o espectador acpmpanhasse pelo menos metade e o roteiro se profundasse mais em seus dramas e características.

domingo, 29 de janeiro de 2023

M*A*S*H

"M*A*S*H", de Robert Altman (1970) Vencedor da Palma de ouro em Cannes de melhor filme em 1970, do globo de ouro de melhor comédia e do Oscar de melhor roteiro adaptado, "M*A*S*H"foi um sucesso estrondoso de crítica e público, gerando uma série televisiva de 1972 a 1983, mas com a curiosidade de não ter Altman nem o elenco envolvidos no projeto. "M*A*S*H" é um produto da Nova Hollywood que surgia no final dos anos 60 nos Estados Unidos, uma corrente que ia contra filmes de grandes estúdios e apostava em busca de novas linguagens e na mão do Diretor. No caso, Robert Altman não era conhecido ainda, e foi contratado para dirigir o filme após a negativa de diversos cineastas. O seu estilo de filme painel, que o celebrizou e foi copiado por cineastas como Inarritu, traz uma narrativa totalmente fragmentada, sem início, meio e fim, como se fossem sketches protagonizados por diversos personagens, entre atores conhecidos e outros totalmente desconhecidos. M*A*S*H é a sigla para Mobile Army Surgical Hospital, Hospital Cirúrgico Móvel do Exército. O filme se ambienta durante a Guerra da Coréia, nos anos 50. Em um acampamento na Coréia do Sul, ss cirurgiões Hawkeye (Dinald Sutherland), Trapper (Elliot Gould) e Duke (Tom Skerrit), recrutados pelo exército americano, realizam cirurgias sangrentas e outros procedimentos médicos, tentando salvar vidas. Mas a disciplina militar passa longe, menosprezada pela maior parte da equipe, que busca no álcool, sexo e deboche um escape para o tédio e uma maneira de lidar com a tensão da guerra. No elenco, além de nomes conhecidos como Robert Duvall, ALtman escalou atores de um grupo de teatro de San Francisco, para poder trabalhar em seue stilo totalmnente focado no improviso. Sutherland e Gould chegaram a reclamar que os atores coadjuvantes estavam ganhando mais espaço e que não estavam adaptados a um roteiro sem diálogos, todo no improviso. O filme na época chocou pela sua narrativa fragmentada. Hoje em dia é uma linguagem habitual, mas o que chama mais atenção é que temas ficaram datados e analisados nos dias de hoje, seriam considerados absolutamente homofóbicos e machistas e sexistas, como no trato da personagem da enfermeira apelidada de "Hot lips" ou do dentista que ao acreditar que é homossexual, quer se suicidar.

Sexta feira 13- Vingança 2- Bloodlines

"Friday 13th- Vengeance 2 - Bloodlines", de Jason Brooks (2022) Totalmente bancado por fãs da franquia 'Sexta feira 13", através do Kickstarter, 'Sexta-feira 13 - Vingança 2 - Bloodlines" é continuação do filme de 2019. AMbos os filmes foram escritos, produzidos, dirigidos e protagonizados por Jason Brooks, que dá vida a Jason Woohers. Aqui, descobrimos que é o pai de Jason, Elias Voorhees (CJ Graham), que foi o responsável por torná-lo um assassino, com a finalidade de se vingarem da morte da esposa e mãe, Pamela. Elias quer se vingar da família Jarvis. No filme anterior, o patriarca, matou Jason, que obviamente ressucista. As filhas de Tommy, o matador, Angelica e Ashley, andam à sua procura e acabam em Crystal Lake, junto de grupos de jovens turistas, roqueiros e toda uma infinidade de figuras bizarras. elias e Jason fazem a festa com tanta gente lotando o acampamento. Esse filme é uma ofensa ao legado de jason. Tudo bem que é um filme realizado por fãs, mas como tal, toda a cartilha deveria ser respeitada. As mortes aqui são mega trash, os atores amadores, falta ritmo, o filme tem uma duração bastante extensa de 1:47, poderia ter no mínimo 20 minutos a menos. Com um roteiro tosco, justificativa apenas para uma sequência infindável e repetitiva de mortes, é uma chaatice do ínicio ao fim.

sábado, 28 de janeiro de 2023

Tornar-se um homem na idade média

"Tornar-se um homem na idade média", de Pedro Neves Marques (2022) Curta LGBTQIAP+ e feminista português, vencedor do prêmio de melhor curta no Fetsival de Rotterdan 2022. O título do filme é emprestado de um livro tese escrito em 1997, sobre a sexualidade feminina e queer na Idade média. Ambientado nos dias de hoje, o filme é narrado por uma mulher, Marwa, casada com Vincent. O jovem casal é amigo do casal gay Carl e Aadreas. Em ambos os casais, um dos i ntegrantes deseja ter um filho: Vincent, chegando aos 30, deseja ser pai. Mirwa cede ao desejo do marido, apesar de não querer ter um filho. Carl quer ter um filho, Andreas cede por amor ao parceiro. Carl implanta diversos ovários em seu corpo, com a esperança de engravidar, mas nenhum deles funciona a contento. Vincent, que até então acreditava que sua esposa tinha problemas de fertilidade, descobre pelo médico que o problema está com ele. Um filme curioso, que dá voz ao feminisno e ao discurso queer, onde personagens discutem o papel da mulher e do gay nos dias de hoje. A masculinidade e o papel do homem são postos à prova através do fracasso de Vincent como futuro reprodutor. Bem dirigido, com um olhar bastante autoral, e calçado com ótimas performances, "Tornar-se um homem na idade média" é um filme instigante e provocativo.

Entrar para viver

"Para entrar a vivir", de Pablo Aragüés e Marta Cabrera (2022) Comédia que ttraz elementos de fantasia e mistério, 'Entrar para viver" é uma produção espanhola dirigida e escrita por Pablo Aragüés e Marta Cabrera. O filme traz um casal que está em busca de uma casa para morar, e que caiba no seu orçamento apertado. Ana ( Bárbara Goenaga) e Maxi (Gorka Otxoa) seguem uma corretora, Lucia, e após verem diversos apartamentos ruins, encontram a casa de seus sonhos e mais: cabe no orçamento dele,s por incrível que possa parecer. Lucia diz que a inquilina anterior ficou louca e se suicidou. Logo após a mudança, Ana e Maxi decsobrem por acaso que a casa, que pertenceu a um nazista alemão afeito a ocultismo, concede desejos a quem o pedir. De início surpresos, ambos logo se tornam gananciosos, pedindo de tudo: dinheiro, luxo. Mas Ana encontra o diário da inquilina anterior e passa a ficar paranóica com o que pode vir a acontecer com ela e Maxi. Um longa de 72 minutos, mas que deveria ter sido um curta. COmo longa, o roteiro não se sustenta por todo esse tempo, muito por conta da história, ingênua, sobre uma casa que concede desejos. Fica repetitivo e bobo. Fosse um episódio de "Além d aimaginação", surtiria mais efeito.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

When you finish saving the world

"When you finish saving the world', de Jesse Eisenberg (2022) Estréia na direção do ator Jesse Eisenberg, com roteiro escrito pelo próprio, uma adaptação de seu áudiobook lançado em 2020. O filme concorreu em Sundance e no FEstival de CAnnes, na mostra Golden camera, dedicada a cineastas estreantes. Ziggy Katz ( Finn Wolfhard ) é um jovem que mora com seus pais, Evelyn ( Julianne Moore ) e Roger (Jay O. Sanders). Ziggy é músico independente e de dica suas canções aos seus 20 mil seguidores espalhados pelo mundo. Evelyn trabalha em um abrigo dedicado à mulheres que sofreram violência doméstica. Evelyn e Ziggy possuem uma relação conturbada, um provocando o outro pela vida que levam e desprezando um ao outro. Evelyn acaba se afeiçoando ao jovem Kyle ( Billy Bryk ), que estuda na mesma escola que seu filho. Kyle é filho de uma mulher que mora no abrigo. Evelyn procura fazer de Kyle o que ela não conseguiu com Ziggy. Ao mesmo tempo, Ziggy se apaixona por uma colega da escola, Lila, só que ela é politizada. Tentando agradá-la, ele passa a ecsrever músicas com teor político e a estudar temas que o façam fazer parte do grupo dela. Apesar do bom trabalho de atuação dos protagonistas, eu não consegui me simpatizar com o roteiro nem com os personagens, irritantes demais. Existe uma total falta de carisma nos personagens, e a relácão mãe e filho é muito chata. A cena final quase me convenceu que o filme é bacana, mas no contetxo geral, faltou maior empatia. Eisemberg, que tem em sua filmografia filmes onde seu personagem também tenta encontrar seu lugar no mundo, pelo menos traz algum tipo de carisma, que careca no personagem de Ziggy, quas eum alter ego do próprio Eisemberg.

Sideral

"Sideral", de Carlos Segundo (2021) Curta brasileiro premiado em importantes Festivais internacionais e concorrendo no Festival de Cannes, "Sideral" ainda obteve o grande feito de estar no short list dos curtas a concorrerem a uma vaga ao OScar da categoria 2023. O que me chamou atenção é a extrema semelhança entre o curta e a comédia estrelada por Fabiana Karka, "Lucicreide vai para MArte", ambos produzidos em 2021. Guardadas as devidas proporções, e até por serem de gêneros e narrativas distintas, os dois filmes têm como protagonista uma faxineira, infeliz no casamento e totalmente invisível para os seus filhos. O resultado: acabam entrando em um foguete que as lança para o espaço. O curta foi totalmente produzido no Rio Grande do Norte, com equipe e elenco local. A fotografia, toda em preto e branco, intensifica a melancolia e a tristeza da protagonista. Bem dirigido, com ótimos atores, 'Sideral" é um excelente exemplo de um filme que foi resultado do edital da Lei Aldir Blanc.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Candy land

"Candy land", de John Swab (2022) Drama de terror slaher que traz atmosfera dos sexploitations dos anos 70 com slashers anos 80, com muitas cenas de nudez e sangue. Em um posto de gasolina do lado de um motel no meio do deserto, vive um grupo de prostitutas que atendem motoristas de caminhão dentro de seus veículos, banheiros ou nos quartos do motel. Sadie ( Sam Quartin ), Liv ( Virginia Rand ), Riley ( Eden Brolin ) e Levi ( Owen Campbell ) trabalham para Madame Nora ( Guinevere Turner ). Levi é o único homem do grupo, fetiche do corrupto xerife local, Rex (Willian Baldwin). Um grupo de religiosos ficam tentando o grupo de prostitutas para abandonarem a profissão e se juntarem à igreja. Uma das religiosas, Remy ( Olivia Luccardi) surge depois dizendo que foi expulsa da igreja. Ela é acolhida pelas prostitutas, que a ensinam a se tornar prostituta. Mas essa transição faz Remy surtar, e ela pega o seu crucifixo que contém uma adaga e sai matando geral. Com um roteiro bizarro, 'Candy land" só interessa a quem curtir filmes slashers anos 80 bem no estilo gridnhouse, ou seja, produções baratas com intenção apenas de satisfazer espectadores em busca de sexploitation e gore. Não curti o filme, com total falta de carisma d epersonagens e uma cena de estupro masculino violenta como bônus.

M3gan

"M3gan", de Gerard Johnstone (2022) Escrito por Akela Cooper e o hiper magnata da indústria James Wan, a mesma dupla do clássico de terror "Malígno", "M3gan" chega após um sucesso estrondoso de bilheteria nos Eatdos Unidos e no mundo: custou 12 milhões de dólares e faturou mais de 130 milhões. O filme, produzido pela Blumhouse, traz elementos de Änabelle" com "O brinquedo assassino': uma menina, Cady (Violet Mcgraw) perde seus pais em um acidente de trânsito. Ela vai morar com sua tia, a solitária Gemma (Allisson Willians), uma jovem engenheira em uma empresa de brinquedos eletrônicos que trabalham em cima de produtos robóticos. Sem ter tempo de cuidar de Cady, Gemma constói um robô: M3gan, com inteligência e poderes o suficiente para proteger Cady, custe o que custar. Mas M3gan vai adquirindo vida própria e se torna uma boneca assassina, matando todos que maltratem Cady. Um filme que aposta no humor ácido e boas tiradas de M3gan, tão sarcástica quanto Chucky. Os efeitos são muito bons, com a bonce se tornando uma super robô com vários poderes. A violência existe ma sé brand,a provavelmente para o filme atingir um potencial maior de público. O final é aquele bobeira de sempre, dando gancho para continuação.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Gentil

"Szelid", de László Csuja e Anna Nemes (2022) Drama húngaro vencedor de prêmios em Festivais internacionais e concorrendo no Festival de Sundance 2022, "Gentil" é um drama bastante sombrio e pessimista sobre o obsessivo e árduo mundo do fisiculturismo feminino. Edina (Eszter Csonka, não atriz e fisiculturista real, em bela performance) é treinada pelo seu companheiro, Adam (György Turós) de longa data, ele mesmo um campeão de fisiculturismo. Obcecado em treinar Edina com afinco para que ela vencá o mundial feminino, Adam introduz Edina em uma rotina exuastiva e regrada a dieta rigorosa, além de tomar comprimidos e injeções de anabolizantes. Sem condições de bancar os altos custos de produtos e alimentação, Adam tenta se tornar stripper, mas sem sucesso. Resta a Edina se tornar acompanhante de homens que têm fetiche por mulheres fisiculturistas. Até que Edina se envolve com um empresário que não deseja BDSM com Edina, e sim, um outro tipo de jogo, que a seduz. Pessimista e claramente se direcionando a um desfecho sem final feliz, 'Gentil" apresenta quase que de forma documental uma dura realidade, se aproximando de filmes como "Cisne negro", com protagonista feminina buscando a glória de qualquer jeito, nem que isso lhe traga prejuízos para a sua saúde. Um filme triste, que também faz lembrar de "O lutador", de Aranofsky.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Incrível mas verdadeiro

"Incroyable mais vrai", de Quentin Dupieux (2022) Confesso que nunca fui fã dos filmes do francês Quentin Dupieux: "Rubber", "Deerskin", "Mandíbulas". Mas esse "Incrível mas verdadeiro" é exceção. O filme lida com elementos biarros e surreais com que Dupieux costuma trabalhar, mas aqui a mensagem é bem clara (a busca da eterna juventude e vitalidade sexual) e o roteiro funciona a contento, graças ao ótimo trabalho dos 4 atores e do tom de paraábola que o filme traz. Um casal de meia idade, Alain (Alain Chabat) e Marie (Léa Drucker) visitam uma casa no subúrbio isolado de Paris. O corretor avisa que existe uma particularidade no porão: quando a pessoa permanece ali por um tempo, rejuvenesce 3 dias. A esposa pede para o marido comprar e obcecada pela juventude, ela vai várias vezes ao dia, todos os dias, ao porão. Por outro lado, o chefe e bom amigo de Alain, Gérard (Benoît Magimel), aparece para jantar uma noite com sua namorada mais nova, Jeanne. Ele revela seu segredo: ele teve um “pênis eletrônico” implantado no Japão. Dessa forma, ele pode controlar suas ereções e seduzir mulheres sem medo de ficar brocha. O filme de fato tem um roteiro delicioso, com um desfecho bastante inusitado, com consequências tanto para MArie quanto para Gerard, uma espécie de punição por quererem buscar algo que a natureza humana não permite de forma natural. Um belo e divertido filme.

domingo, 22 de janeiro de 2023

Jung_E

"Jung_E", de Yeon Sang-ho (2022) Dirigido pelo cineasta coreano Yeon Sang-ho, que realizou o cult de terror "Invasão Zumbi", "Jung_E" traz elementos que remetem a "O exterminador do futuro", "Aliens 3", Robocop", 'Eu, robô" e "Ex-machina", tendo como pano de fundo o tema da clonagem para fins bélicos. No sçeulo 22, o mundo foi condenado por questões climáticas. A população teve que migrar para outros plnateas para sobreviver. Várias estações foram criadas, mas ocorreu uma guerra civil de rebeldes que desejam dominar tudo. A capitã Jung (Kim Hyun-joo), heroina dos aliados, tem copmbatido os rebeldes, até que é ferida e entra em coma. 35 anos depois, a sua filha, Yun Seo-hyun (Kang Soo-youn, falecida aos 55 anos, após as filmagens), agora uma pesquisadora de inteligência artificial em uma empresa de desenvolvimento militar chamada Kronoid, junto d eoutros pesquisadores, procuram criar um pelotao de robôs gerados com material genético do cérebro da Capitã Jung, heroína de guerra e ideal para os robôs. Mas sua filha fica angustiada com os testes com clones de sua mãe que dão errado e que sofrem nas mãos de Sam-Hoon, outro pesquisador que está obcecado em criar o pelotão de robôs. Boa parte da crítica detonou o filme. Pode não ser tão bom quanto "Invasão zumbi", mas é um filme decente que discute a ética sbre clonagem e tem ótimas cenas de ação. O desfecho é bem emoiconante, e ver o filme sabendo que a atriz faleceu logo após as filmagens, dão um tom mais melancólico ainda oara o filme.

A espera

"The wait", de Aku Louhimies (2021) Adaptação do romance escrito por Juhani Aho no século 19, "The pastor's wife", e adaptado aos dias de hoje, "A espera" se vnagloria se ser o primeiro filme no mundo a neutralizar os efeitos de carbono na filmagem: foram usados carros elétricos, roupas de segunda mão, lixo orgânico, etc. Em uma ilha paradisíaca da Finlândia rural, Elli (Inka Kallén) vive em uma casa grande com o marido Mikko ( Aku Hirviniemi ), o pastor do local. Os dois desfrutam de uma vida aparentemente descontraída juntos, pontuada por uma vida sexual satisfatória para ambos. Elli é uma mulher livre, e Mikko permite que ela ande nua na praiaa e que tenham amantes. A chegada de um amigo de Mikko, Olavi ( Andrei Alén) no entanto, irá provocar uma mudança no comportamento de Mikko. Elli e Olavi se tornam amantes e fazem sexo dentro da casa memso, diante de Mikko. Em princípio Mikko faz vista grossa para o relacionamento, mas aos poucos, ele memso irá se desestruturar emocionalmente. Dramas sobre triângulos amororos existem aos montes, e "A espera" não traz muitas novidades. O que atrai a atenção do espectador são as lindas locações da região e as cenas de sexo e de nudez frontal, bem calientes. No mais, uma trama bastante previsível.

Joyland

"Joyland", de Saim Sadiq (2022) Vencedor no Festival de Cannes 2002 dos prêmios Teddy, destinado a filmes de temática LGBTQIAP+, e Grande prêmio do juri da Mostra Un certan regard, "Joyland", ao contrário do seu título, é um filme bastante melancólico, com poucos momentos de alegria. No centro da cidade de Lahore, Paquistão, um patriarca severo (Salmaan Peerzada) é o chefe da família de classe média Rana, que inclui seus dois filhos, noras e quatro netas. Os dois filhos são Saleem, casado com Nuchhi, que espera seu quarto filho. O casal já possui 3 filhas,e a esperança é que venha um filho, para felicidade do patrairca, mas acaba sendo novamnente uma menina. A esperança fica depositada em Haider (Ali Junejo), o filho mais novo, casado com Mumtaz. Ela esá grávida e trabalha em um salão. Haider é um desempregado. Haider, orientado or um amigo, passa a trabalhar secretamente com dança erótica e se apaixona por uma ambiciosa estrela trans, Biba (ALina khan). O patriarca força Mumtaz a abandonar o emprego e ficar em casa, por conta do trabalho de Haider. "Joyland" é um filme de muitas camadas e toca em muitos pontos: desemprego, patriarco conservador, machismo, transfobia, papel sexual dentro de uma relação homossexual, suicídio, depressão. Com excelentes interpretações e uma direção que prima pelo naturalismo, "Joyland"ganhou diversos prêmios, e está no short list do Oscar de filme estrangeiro 2023.

sábado, 21 de janeiro de 2023

O marinheiro das montanhas

"O marinheiro das montanhas", de Karim Ainouz (2021) Documentário intimista dirigido pelo cineasta Karim Ainouz, narrado como uma carta para a sua mãe, Iracema, que faleceu antes que eles pudessem viajar para a Argélia, país onde os pais de KArim se conheceram: o pai é local, e sua mãe, nascida em Fortaleza. Em janeiro de 2019, Karim decide viajar pela primeira vez para a Argélia, fazendo a travessia de MArselha até Argélia por navio. Ele imagina que sua mãe o esteja acompanhando, e assim, o filme traz passado, presente e futuro, discorrendo sobre a Batalha da ARgélia, a colonização francesa, a independência e os costumes locais. Com narração em 1a pessoa e entrevistando populares, Karim traz um olhar pessoal e poético sobr eum país em imagens que vão desde cartões postais ao olhar curioso de quem quer percorrrer lugares que não sao turísticos. A edição, frenética e mesclando texturas que vão de Super 8, película, digital e muitas fotos, trazem uma emoção que tem como pano de fundo a descoberta sobre o seu legado, um cidadão do mundo, prestes a descobrir a sua origem.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Boys feel- Stand by me

"Boys feel- Stand by me", de Mathias Broe, Daan Bunnik, Noël Fuzellier, Elie Grappe, Yayu Lin e Miwako Van Weyenberg (2022) Drama composto de 6 episódios, cada um dirigido por um cineasta de um país diferente. O filme tem como tema o draama de crianças e adolescente sque lutam para sobreviver em um mundo que não os compreende. !) "It was dark": 2 irmãos gêmeos, Nicolas e Victor, de temperamentos distintos, mas muito próximos um do outro. Na escola, Nicolas sofre bullying da professora e dos colegas. Em casa, o pai solteiro também não dá muita atenção às crianças. Até que uma tragédia acontece. 2) "Suspendu": Um adolescente, estudante de ballet, vai até a exuastão para a seletiva. Mas ele torce o pé, e no entanto, escond eo acidente de todos. Até que chega o dia da selação 3) "A bola": Dois irmãos muito próximos um do outro. O mais velho tem paixão platônica por uma colega de turma, mas é tímido. O irmão menor pede a bola de tênis assinada por um grande jogador que seu irmão mais velho possui para mostrar aos colegas, mas acaba perdendo a bola 4) "Headbuut": Dois irmãos, um já adolescxente, e outro menor. Sempre foram inseparáveis. Mas o irmão mais velho cresceu e seus interesses são outros, deixando o menor se sentindo solitário e sem entender porquê seu irmão mudou 5) Öut of the blue": Um irmão menor decsobre a vardade sobre o seu irmão mais velho, e entra em um dilmea 6) "Mars colony": Um adolesente solitário sonha em habitar Marte. Até que um dia, um homem mais velho diz vir do futuro e ser o rapaz na versão mais velha Os filmes são interessantes, mas o melhor de todos é o primeiro, dos irmãos gêmeos. Muito bem dirigido, emoccionante, com um roteiro contundente. Os outros são ok, com boas performances do elenco jovem.

Sublime

"Sublime",de Mariano Biasin (2022) Exibido no Festival de Berlim, 'Sublime" é um encantador drama LGBTQIAP+ argentino sobre amor adolescente e descoberta da homossexualidade. Nesse coming of age delicado e bem interpretado por um excelente elenco de jovens atores, somos apresentados a Manuel (Martin Miller), 16 anos, morador de uma pequena cidade costeira da Argentina. A maior parte de seu tempo é gasta escrevendo músicas e se apresentando em uma banda como baixista. Seu mundo se torna cada vez mais complicado conforme ele se apaixona pelo líder do grupo, seu melhor amigo Felipe (Teo Inama Chiabrando). Incapaz de conter suas emoções ou confiar nas pessoas mais próximas a ele, seu comportamento se torna cada vez mais errático, ameaçando destruir as esperanças de sucesso da banda. Para piorar ainda mais a sua situação, Azul, uma jovem amiga do grupo é apaixonada por MAnuel, que tem um romane de fachada com ela. Muito bem conduzido e com um roteiro que não se apropria de clich6es, mas fantasia o romance de Manuel pela sua paixão platônica. Uma ótima produção realizado com orçamento médio, tecnicamente bem acabado e que no geral, é bastante satisfatório.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Sobre Joan

"A propos de Joan", de Laurent Larivière (2022) Drama francês co-escrito e dirigido por Laurent Larivière, "Sobre Joan" tem como protagonista a super atriz Isabelle Huppert. O filme foi exinbido no Fetsival de Berlim, no ano em que Huppert recebeu um prêmio honorário pelo conjunto de sua obra. Joan (Huppert) é uma editora de livros bem realizada, e que decide se aposentar. Ela retorna à casa onde viver a sua juventude, no interior da França. Joan passa a relembrar fatois de seu passado, quando ela conheceu e se envolveu com o pai de seu filho Nathan, Doug. Mas Joan tem um bloqueio de memória por conta de um trauma de seu passado, e nem tudo o que ela narra é real. NEm ela mesmo sabe discernir o real da invenção. Um filme com Huppert é sempre um bom motivo para se ver boas atuações. Mesmo sendo um filme menor, como esse "ABout Joan", tem uma boa reviravolta no final, que parece truque de roteirista, mas funciona como um grande acerto de contas.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Regra 34

"Regra 34", de Julia Murat (2022) Vencedor no Festival de Locarno do prêmio máximo e melhor direção no Festival do Rio 2022, "Regra 34" é um filme onde política social e sexo caminham de braços dados. O termo "Regra 34" é uma gíria e é uma máxima da Internet que afirma que a pornografia na Internet existe em todos os tópicos concebíveis. Uma das personagens negras do filme diz em determinado momento, em uma roda de bar, entre formandos de direito negros e brancos, homens e mulheres: "Nossa, adoro os brancos que se preoupam com os prttos", doto com ironia que deixa a todos pensativos sobre o seu appel na sociedade e no lugar de fala. pois o filme, em sua metade política , é isso: personagens que discutem e refeltem sobre violência contra a mulher, machismo, racismo, luta de classes, desemprego e falta de oportunidades. Uma delas, a protagonista Simone (Sol Miranda, corajosa e potente) banca seus estudos de direito fazendo exibições de CamGirl em seu computador. Mulher negra e cada vez mais adepta do Bondage e BDSM, ela introduz seus dois amantes, Lucia (Lorena Comparato) e Coyote (Lucas Miranda) a esse universo. O paradoxo é que de dia, ela como desembargadora atende mulheres que fazem relatos de violência doméstica, apanhando de seus maridos. Nessa dicototmia de dois universos que lidam com a violência física contra o corpo da mulher, o filme abraça diversos temas, amparados por um elenco grande e de atores talentosos, como Dani Ornellas, Marcio Vito, Simone MAzzer, Babu Santana e o grande destaque, Mc Carol, em um monólogo enorme e contundente sobre uma mulher negra que pelos abusos do marido, engordou e perdeu totalmente sua auto estima. O filme apresenta cenas cruas de sexo, que podem chocar espectadores mais sensíveis.

Há algo errado com as crianças

"There's something wrong with the children", de Roxanne Benjamin (2022) Terror meia bomba da Blumhouse, dirigido pela cineasta Roxanne Benjamin em uma produção visivelmente de baio orçamento. O filme contém clichês dos mais ridículos, como a polciial que chega e insiste em entrar numa casa, mesmo diante dos apelos de uma mulher para não entrar. Ou então aqueles filmes com crianças malígnas onde elas interpretam cerrando as sombrancelhas e fazendo cara de mau. Margaret (Alisha Wainwright) e Ben (Zach Gilford) fazem uma viagem com seu casal de amigos, Thomas e Ellie, pais de Lucy e Spencer, duas crianças espertas. Tudo parece caminhar bem até que as crianças desaparecem na floresta. Após serem encontradas, Ben começa a suspeitar que algo está errado com as crianças, mesmo que os outros achem que Ben esteja delirando. Arrastado, com sustos óbvios, em cima de ru;idos e jump scares óbvios, o filme reserva um desfecho que caminha para a fantasia. Só vale assistir se não tiver outro terror melhor para assistir.

La santa piccola

"La santa piccola", de Silvia Brunelli (2021) Drama italiano LGBTQIAP+ que concorreu no Festival de Veneza na seção Queer lion, dedicado a filmes com temática lgbt. O filme é um drama que abraça duas histórias: A de Annalucce, uma menina de 10 anos que tem o dom de fazer o mortos ressuscitrem e por isos, é considerada uma Santa. Sua mãe passa a explorar os milagres de sua filha para ganhar dinheiro. E Lino, seu irmão mais velho, melhor amigo de MArio. Os dois amigos são os típicos pós adolescentes que vão atraás de baladas e sexo. Mas MArio sente um amor platônico por Lino, e não sabe como expôr o seu amor ao melhor amigo. Uma cena representa todo o filme, e é lindamente filmada: quando Lino resolve fazer sexo com uma mulher mais velha, Mario participa também. No sexo, Mario fica observando Lino, e o deseja ardentemente. Uma cena brilhante, repleta de tensão sexual e muito excitante. O filme também faz rítica à exploração da reiigião para fins financeiros.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Projeto caça ao lobo

"Project wolf hunting", de Hongsun Kim (2022) Vencedor de prêmio especial em Sitges, um dos maiores Fetsivais de cinema de gênero no mundo, "Projeto caça ao lobo" certamente será um dos filmes gore que voc6e já assistiu na vida. Ok, tem "Terrifier 2", mas esse terror de ação sul coreano é um filme insano, sádico, sem freios quando se fala em cenas de violência extrema. Segundo o diretor, foram utilizados 2 toneladas e meia de sangue artificial na filmagem. Acreditem, é real. A partir de meia hora de filme até o seu desfecho, é tanto sangue, tripoas, decapitações e centenas de formas de mortes brutais que fica impossível assistir ao filme inquieto, sem fechar os olhos de tanta sanguinolência e sandice. O roteiro é simpels, e pega empreatsdo um pouco do tema de 'Soldado universal": mais de 40 criminosos de alta periculasidade coreanos são etraditados das Filipinas para a Coréia, escoltados por alto pelotão da polícia. Eles seguem de navio, pois a viagem anterior de avião foi sabotada por atentado terrorista. Já no navio, existem criminosos infiltrados na tripulação. Eles logo tomam conta de tudo, soltando todos os criminosos, que matam praticamente todos os policiais e tripulação, com poucos sobreviventes. Mas para a surpresa de todos, no naivo está também Alpha, um soldado que é resultado de uma experiência genética: ele se transformou numa super máquina assassina que mata qualquer um na sua frente. Se voc6e é fã de gore e de chacina, esse é seu filme. Caso contrário, passe batido. O desfecho dá trela para uma sequência. Se preparem para um horor fet de primeira linha.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Beautiful beings

"Berdreymi", de Guðmundur Arnar Guðmundsson (2022) Indicado pela Islândia a uma vaga ao Oscar de filme estrangeiro em 202, "Beautiful beings" foi escrito e dirigido pelo mesmo cineasta do drama LGBT "Heartstone", também sobre a relação entre dois adolescentes de famíliuas desajustadas. Mas aqui em "Beautiful beings" não existe um amor platômnico mais assertivo como no outro filme. A exploração do amor entre os dois amigos é mais sutil, mas ainda assim, bela. Com a ajuda da linda fotografia de Sturla Brandth Grøvlen, o filme apresenta as belas locações da Islândia em tons melancólicos e pessimistas. Balli( Áskell Einar Pálmason ) tem 14 anos. Ele mora com sua mãe, sua irmã e seu padrasto abusivo, que bate na mãe e assedia a irmã. Balli sofre bullying na ecsola, e um dia é espancado. Quando ele tenta se suicidar, é salvo pela gangue de Addi ( Birgir Dagur Bjarkason ), que narra o filme. A gangue de Addi é formada ainda pelo valentão Konni ( Viktor Benóný Benediktsson ) e o nerd Siggi ( Snorri Rafn Frímannsson ). Formado o grupo, acompanhamos eles em situações de violência tanto familar quanto com outros adolescentes. Uma cena potencialmente violenta é a do estupro de um dos meninos do grupo por rapazes maiores de idade em uma festa. é ceertamente uma cena perturbadora. O desfecho também traz momentos de violência. É um filme que se ambienta no final dos anos 90, ainda sem redes sociais e celulares, e onde a garotada curtia mais as relações. O filme é longo e podia tter uns 20 minutos a menos e focar mais nos protagonistas, ao invés de abrir para tantps sub-plots.

Sick

"Sick", de John Hyams (2022) Co-escrito por Kevin Willianson, o roteirista da franquia "Pânico", o que já explica muito do que irmeos assistir aqui no terror adolescente 'Sick". O filme é repleto de easter egg de clássicos como "Sexta feira 13", além de faezr menção ao próprio "Pânico", com uma cena de abertura dessa vez protagonizada por um rapaz. O filme é ambientado no lockdown da Covid no ano de 2020. Duas amigas, Miri e Parker, cansadas de ficarem trancadas em casa, decidem ir até a cabana da família de Parker e ficarem ali por um tempo. Acreditando estarem sozinhas no lago, logo percebem que um estranho paira a redondeza. Filme de serial killer padrão, mas que na escrita de Willianson ganha tintas de humor e auto-referências. O que o diferencia de outros filmes é justamente ser ambientado durante o lockdown, o que não é nada também extraordinário. Mas a mensagem final, de egoísmo, é o que faz as personagens se sentirem culpadas.

sábado, 14 de janeiro de 2023

Utama

"Utama", de Alejandro Loayza Grisi (2022) Premiado drama da Bolívia, indicado pelo país a uma vaga ao Oscar de filme estrangeiro 2023. O filme recebeu dezenas de prêmios, entre eles, o Grande prêmio do juri em Sundance 2022. O filme possui imagens belíssimas, captadas pelas lentes de Barbara Alvarez, a fotógrafa brasileira que também fotografa filmes brasileiros. A direção e roteiro são de Alejandro Loayza Grisi, que conduz com sensibilidade esse drama quase que antrpológico, mostrando a rotina de moradores de uma região afetada pela seca. No altiplano boliviano, a sêca tornou a plantação impraticável,e. para cuidar das lhamas, falta água. Boa parte dos moradores decide migrar para. cidade grande. Mas um casal quéchua idoso, Virginio e Sisa, decidem permanecer, em sua condição de vida humilde. Quando seu neto Clever aparece, Virginio rapidamente percebe que ele está lá apenas para convencê-los a se mudar para a cidade. O fato de que a seca os deixou sem água não ajuda em nada. Virgilio é turrão e não quer abandonar as terras onde nasceu e cresceu. O filme tem um ritmo bastante lento, e deve ser apreciado como um filme quase que de olhar documental. O roteiro tem um fiapo de história, e se baseia quase que totalmente em imagens e planos cinematográficos.

Whitney Houston: I wanna dance with somebody

"I wanna dance with somebody: a história de Whitney Houston", de kasi Lemmons (2022) Cinebiografia de Whitney Houston, escrita por Anthony McCarten e dirigida pela cineasta Kasi Lemmons, que engloba o início dos anos 80, quando Whitney ainda cantava como backing vocal para sua mãe, Cissy Houston tanto na igreja quanto em shows. e vai aaté os anos 200, com o seu falecimento, aos 48 anos, em 2012. Até hoje, Whitney é a única artista com sete singles consecutivos à atingirem a primeira posição nas paradas de sucessos dos EUA, além de ser a única artista negra a receber 3 discos de diamante. O filme apresenta a sua relação com seu pai John Houston, um homem inescrupuloso que empresariiu sua filha mas gatsou quase todo o dinheiro com caprichos, mulheres e luxo. Mostra também a relação de Whitney com seu agente, Clive, da Arista, que foi quem a lançou e se tornou seu conselheiro. Ousado, o filme também mostra a relação lésbica de Whitney com Robyn, que foi sua amiga, amante e diretora criativa. Em relação ao casamento tempestuoso com o cantor Bobby Brown, e a consequente relação com bebidas e drogas, o filme mostra bem pouco, certamente para deixar uma imagem imaculada da grande estrela e Diva. O desfecho, com Whitney cantando na noite do Grammy um medley fabuloso, é de fazer chorar de tão encantador. O roteirista Anthony McCarten escreveu 'Bohemian Rapsodhy" e sabe articular bem a narrativa pessoal com grandes hits do autografado, que é o que todo fã deseja ver. O elenco é um primor, todos excelentes em seus personagens. A começar por Naomi Ackie, como Whitney, uma personagem muito compleza e repleta de emoções. Ela é dublada pelos vocais da própria Whitney, por motivos óbvios: Whitney é considerada A VOZ. Clive Davis é interpretado por Stanley Tucci, um ator maravilhoso e que aqui economiza em trejeitos, fazendo um trabalho vocal e corporal bem discreto. Tamara Tunie e Clerke Peters estão ;otimos como os pais, e Nafessa Willians arrasa como Robyn. Mas o que o público quer mesmo é ouvir os grandes hits de Whitney, e o filme não economiza. E para destuir o coração dos fãs, "The greatest love of all" é cantada logo na primeira meia hora. Sublime.

A vida é bela

"Insaeng-eun Areumdaweo", de Choi Kook-Hee (2022) Drama musical coreano de grande sucesso de público e crítica, o filme segue a estrutura de musicais como "La La land", onde números musicais surgem durante cenas dramatizadas. O filme é bastante emocionante, muito por conta do belo trabalho da dupla principal de atores, que trazem carisma à história melodramática. Oh Se-yeon (Yum Jung-ah) é uma dona de casa na faixa dos 40 anos. Mãe de dois filhos adolescentes que mal lhe dão atenção, e casada com um burocrata, Kang Jin-bong (Ryu Seung-ryong). Um dia, ela decide ir até o médico saber do resultado dos exames, mas ela se atrasa ao pegar um ônibus errado. Ao chegar la, seu marido, já irritado por ela atrasar, lhe diz que o diagnóstico é câncer no pulmão e ela tem pouco tempo de vida. Oh Se-Yon fica desnoryeada, e decide não contar para seus filhos. Ela elabora uma lista de cosia a fazer antes de morrer, e uma dela,s é rever o primeiro amor de sua vida, quando ela era estudante ginasial. Ela pede ao marido para levá-la até a cidade onde ela cresceu e rever o rapaz. À ontra gosto, o marido vai com ela de carro. O filme alterna então cenas dos dias de hoje com cenas de sua juventude. Lindamente filmado e com números musicais que parecem saído de "Os guarda chuvas do amor", o filme não tem medo de apelar para o melodrama romântico. A smúsicas são fofas, e os números musicais também. O desfecho é bem emocionante, quando revemos passagens do filme pelo ponto de vista do marido. Um belo filme vindo da Coréia do Sul, diferente do que se produz normalmente, que são filmes de ação e violência.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Paul Dood's Deadly Lunch Break

"Paul Dood's Deadly Lunch Break", de Nick Gillespie (2021) Drama com toques de humor ácido e bizarrice, "Paul Dood's deadly lunch break" me lembrou bastante do chileno "Tony Manero", mas sem o contexto político de ditadura militar. O que os aproxima é a crise social e decadência moral da sociedade egoóista e a busca incessante e desepserada pelo sucesso. PAul Dood (Tom Meeten) é um homem na faixa dos 40 anos que mora com sua mãe doente e cadeirante, Julie (June Watson). Paul é um homem solitário e sem amigos. Ele trabalha em uma loja e seu sonho é ser selecionado para a audição de um famoso reality comandado pela celebridade Jack Tapp. Tom se confunde com o dia de sua apresnetação, achando que era semana que vem, mas é hoje. Desesperado, ele se arrum a e leva sua mãe junto. Mas até chegar no local da apresentação, tudo dá errado para Tom, que encontra no caminho pessoas egoístas que dificultam a sua ida ao local. Finalmente quando ele chega, o apresentador o exculhamba. PAra piorar, sua mãe morre. Paul decide então se vingar de todos os que o atrapalharam, matando um a um. Ou pelo menos, entar. O filme tem uma boa premissa, comandada por bons atores ingleses. Mas o tom de deboche com ess euniverso de rede social , onde Tom faz streaming ao vivo de suas "mortes"e assim, acaba ganhando popularidade, já é bem batida. O desfecho é óbvio. Um filme curioso, e só.

Os Fabelmans

"The Fabelmans", de Steven Spielberg (2022) Vencedor dos Globos de ouro de melhor filme dramático e de melhor diretor, "Os Fabelmans", como todos mundo já sabe e o próprio diz antes do filme começar, é seu filme mais pessoal, porque fala sobre a sua história, mesmo que ficcionalizada. Estão ali a sua primeira ida ao cinema para ver "O maior espetáculo da terra", a sua paixão em querer fazer filmes, contrariando as expectativas de seu pai, técnico de computação; a traição de sua mãe; o anti-semitismo sofrido na High school, seu primeiro amor. Spielberg no filme se chama Sam Fabelman (Mateo Zoryan quando criança e Gabriel LaBelle na fase adolescente). Sua mãe, Mitzi, é Michelle Willians, e seu pai, Burt, Paul Dano. O melhor amigo de seu pai, Bennie, é Seth Rogen. Mas certamente a melhor participação surge na última cena: o cineasta DAvid Lynch dando vida a outro grande cineasta, John Ford. Uma cena sublime. O filme omeá nos anos 50 e vai até final dos anos 60, quando Sam é contratado para trabalhar em programas de tv, antes de realizar seu primeiro filme, "Encurralado", em 1971, que mesmo realizado para a tv, tem uma brilhante linguagem cinematográfica. Spilberg trabalha coms eu time campe'ão de sempre: o fotógrafo Januz Kaminsky, o compositor John Willians, o roteirista com quem trabalhou em "Munique" e 'West side story", Tony Kurshner. Para os fãs de Spilberg e cinéfilos, é emocionante quando vemos os easter eggs de "Et", "O resgate do soldado Ryan", "Poltergeist" e creio eu, de "CAçadores da arca perdida". Os atores estão todos maravilhsoos: Tem uma cena especial de Michelle Willians, onde ela conversa com Sam sobre a personalidade do marido, que ela não consegue ter raiva dele, e muda o assunto para tema striviais. Um primor.

EO

"EO", de Jerzy Skolimowski (2022) O premiado cineasta autoral Jerzy Skolimowski, um dos realizadores poloneses mais festejados pelos festivais de cinema, realiza aqui o seu filme mais ambicioso. "EO" é a versão de Jerzy Skolimowski do clássico de Robert Bresson, " A grande testemunha", de 1966. Em ambos os filme,s o protagonista é um burro, e através de sua existência, o espectador presencia atos de bondade e maldade do ser humano em relação aos seus próximos e aos animais. Em "A grande testemunha", paralleo à história do burro Balthazar, tinhamos a história de sua dona, que sofria igualmente. Aqui, EO (a forma como os burros emitem seus grunhidos) é protagonista total. Em sua tragetória, que começa em um circo, e dali, segue para outros donos, EO sofre muito. O desfecho é pessimista ao extremo. O filem termina com uma cartela afirmando que nenhum animal foi maltratado, o que é importante, dada as cenas degradantes envolvendo animais, que poderia chocar espectadores mais sensíveis. O filme tem uma narrativa que muitas vezes beira o experimental, com trabalho de cores, movimentos de câmera e edição que o tornam um filme bastante autoral e artístico. Eu particularmente gosto muito mais do filme de Bresson. Aqui tem uma participação especial de Isabelle Huppert, em uma cena breve mas que também não chama muita atenção. Cuyriosamente, o filme está entre os 15 do short list final do Oscar de filme estrabgeiro 2023.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Babilônia

"Babylon", de Damien Chazelle (2022 Em time campeão não se mexe. Sabendo disso, o diretor oscarizado por "La La Land", Damien Chazelle, trabalha novamente com o seu compositor Justin Hurwitz, seu fotógrafo Linus Sandgren e seu editor Tom Cross para a épica e grandiloquente Los Angeles Babilônica que vai dos anos 20 aos anos 50, passando pelo cinema mudo, sonoro e a drrocada das grandes trelas e produtores. Parece "Cantando na chuva"? Sim, o roteiro de Chazelle busca referência em atores e atrizes que sucumbiram ao cinema sonoro, ou pela atuação canastrona que agora veio à tona, ou pelo timbre de voz que agora não agrada mais. Nessa rveiravolta de ascenção e glória, temos a estrela ascendente Nelly Laroy (Margot Robbie), o ator consagrado Jack Conrad (Brad Pitt, em referência a Rodolfo Valentino), o faz tudo que acaba se tornando cineasta e produtor latino Manny Torres (Diego Calva), entre outraz dezenas de personagens que entram e same, cobrindo todo tipo de arquetipos existentes na indústria do cinema. O filme traz uma melancolia já conhecida da filmografia de Chazelle, que em seus filmes mostra sempre seus protagonistas divagando entre os altos e baixos da vida, lidando com as peça spregadas pela vida. Diante de todo um visual para lá de requintado e luxuoso, o filme, em seu 1o ato, ainda me fez lembrar, pasmem, de "Rio Babilônia", de NEville D'almeida,com as festas regadas à drogas, sexo e muito loucura. O desfecho é bem tocante, ainda mais para quem for amante de fato do cinema em seu vi;es mais romântico, com um clipe que lembra o inevitável 'Cinema Paradiso". E viva o cinema com lágrimas de glicerina.

O morro dos ventos uivantes

"Huthering heights", de William Wyler (1939) Um ano depois de seu clássico "Jezebel", com Bette Davis, o cineasta Willian Wyller, que viria a ficar famoso para o grand epúblico com sus obras primas "Ben-hur", "Infâmia", "A princesa e o plebeu", "Os melhores anos de nossas vidas", entre outros, lança "O morro dos ventos uivantes", adaptado do clássico de Emily Bronte, publicado em 1847. O filme foi indicado a vários Oscar, e acabou ganhando o de melhor fotografia em preto e branco. Lembrando que o Oscar de 1940 é considerado ddos mais competitivos da história, com o melhor da Hollywood da era de ouro: 'O mágico de Oz", "E o vento levou", "Nos tempos da diligências", entre outros. Na trama do amor impossível tendo como pano de fundo a divisão de classes bem determinada entre o garoto pobre Hetcliff, encontrado pelo pai de Cathy e de Hindley. Hetcliiff acaba sendo adotado e o pai valorizando a boa ação de cuidar dos necessitados. Já adulto, Hetcliff (Lawrence Olivier) trabalha como pesão da fazenda "Huthering heights", e é apaixonado por Cathy (Merle Oberon). Eles se encontram sempre no penhasco próximo à fazenda, onde têm momentos românticos. Mas além dos ci;umes e do desejo do irmão Hedley de separar a irmã d eum rapa zpobre, Cathy tem desejos de ascenção social, e por isso, aceita se casar com o vizinho, o rico Edgar (David Niven). O filme é daqueles clássicos deslumbrantes que se baseiam em cima de grandes atores, trilha sonora imponente e uma história melodrmática de um amor impossível. Digno represnetante de grandes estúdios, é um filme muito requintado e certamente, um presente para cinéfilos.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Algonquin

"Algonquin", de Jonathan Hayes (2013) Feel good movie canadense, 'Algonquin" é um delicioso filme que mescla drama e humor sutil, quase um filme de Wes ANderson em início de carreira. O protagonista é Jake (Mark Rendall), um homem de 30 anos introvertido e o típico loser. Professor de high school, seus alunos não lhe dão a mínima. Seus pais são divorciados: seu pai um escritor famoso, que abandonou sua mãe para se casar com uma mulher mais jovem, Leif, e com ela tem um filho adolescente. Jake sempre quiz ser escritor, mas se sente um fracassado, às custas da fama de seu pai. Um dia, seu pai, Leif (Nicholas Campbell) volta à vida de Jake para pedir-lhe um favor: quer que Jake escreva junto dele um livro encomendado. Para isso, eles devems eguir até a região de Algonquin enquanto eles ficam na cabana da família na floresta.

sábado, 7 de janeiro de 2023

Você tem que me matar

"Wo shi zi yuan rang ta sha le wo", de Chun-Hao Chan (2021) Adaptação do romance policial de Feng Shi, "Voc6e tem que me matar" é um suspense policial de Taiwan. A trama é bastante complexa e cheia de reviravoltas, e eu mesmo acabei bastante confuso com algumas sub-tramas. O policial Chou está prestes a propor casamento a sua namorada, Chen, quando recebe um aviso de umcaso de homicídio. Ele segue com o seu parceiro até as montanhas. AMbos conseguem prender o assassino, o jovem Li, mas para surpresa de Chou, ele descobre que a vítima é sua namorada Chen. Arrasado, ao fazer um interrogatório de Li, Chou ouve do jovem que Chen pediu para que ele a matasse. Além disso, Li é filho de um homem muito poderoso, o político Cheng-Wen Li, que não está disposto a deixar nada acontecer com seu filho. Ao investigar por conta própria, Chou vai decsobrindo que Chen era um nome falso e que sua namorada era uma pessoa totalmente diferente do que ele imaginava, e que buscava vingança. O filme tem toda uma atmosfera de suspense noir, com ritmo lento, fotografia sombria, trilha mais densa. Mas são muitos personagens e muitas sub-tramas que envolvem um jogo de vingança no passado. Boiei em alguns aspectos, mas no desfecho deu para entender o geral.

My massive cock

"My massive cock", de Mike Nicholls (2022) Divertido documentário inglês que entrevista vários homens que possuem o mesmo "problema": pênis avantajados com mais de 20 cms de comprimento. Entre os depoimentos, existe o de um treinador de um time de futebol que toda vez que vai para o vestiário tomar banho, é zoado pelos jogadores. Tem um outro que fica frustrado por não conseguir um relacionamento com nenhuma mulher e pensa seriamente em fazer cirurgia de redução do tamanho do pênis, mesmo sabendo do alto risco cirúrgico. Um outro gasta mais de 200 Ponds com cuecas especiais para bem dotados, que faz com que o pênis fique centralizado e pra baixo e não fique de lado. O mais divertido é de um rapaz que foi para uma entrevista de emprego, foi bem nas perguntas mas foi dispensado pela entrevistadora que o acusou de comportamento inapropriado, por achar que ele estava de pênis ereto. O filme também entrevista mulheres que trazem relatos sobre as experiências com homens bem dotados e as suas dificuldades para fazer sexo. O filme é sem censura e apresneta cenas explícitas.

Na solidão do desejo

"the sargeant", de John Flynn (1968) Um clássico obscuro de 1968 estralado por Rod Steiger, "Na solidão do desejo" é adaptação do livro "O sargento", de Dennis Murphy, lançado em 1958. Ousado, é um romance que narra o desejo proibido e platônido de um sargento condecorado por um soldado, alto, loiro e jovial, Swanson. Esse desejo proibido e reprimido o leva à loucura e à bebedeira e no desfecho, sucumbe. Eu diria que seria uma versão de "Morte em Veneza", de Visconti, no âmbito militar. Um dedicado e condecorado veterano de guerra, Sargento-mestre Callan (Steiger), é colocado na França em um depósito de abastecimento de combustível no ano de 1952. Ele assume o comando do alojamento com rispidez e mão d eferro, o que assusta os soldados. Mas ao dar de cara com o soldado Thomas Swanson, Callan começa a sentir um desejo muito forte de querer possuir o rapaz para ele. primeiro, o orbiga a trabalhar em seu escritório como seu secretário, mesmo contra a vontade do rapaz. Depois, faz de tudo para afastar a namorada do rapaz, uma jovem francesa. Excepccionalmente bem interpretado por Rod Steiger, cujos olhares de desejo, tristeza e rancor são perfeitos, o filme é muito bem dirigido por John Flynn, que conseguiu dirigir com sensibilidade um romance bastante ousado e provocativo, sem jamais apelar para a vulgaridade. É um filme sobre repressão, desejo e pulsão em um ambiente de masculinidade tóxica, e a luta do sargento Callan de poder conviver em um ambiente que não é o seu o faz construir uma muralha intempestiva emocional que apavora as pessoas. Um grande filme que merecia um remake ou uma peça teatral.

Emily

"Emily", de Frances O'Connor (2022) Cinebiografia da escritora Emily Bronte, morta aos 30 anos na Inglaterra,no dia 19 de dezembro de 1848. Emily ficou mundialmente famosa pela escrita de seu único romance , "O morro dos ventos uivantes", publicado em 1847. O filme ficionaliza muito dos eventos retratados no filme, uma vez que Emily era introvertida e vista em sua cidade como "a estranha". Emily (Emma Mackey) mora com suas irmãs Charlotte e Anne , todas órfãs de mãe. Tem também o irmão Branwell, a quem Emily é muito apegada. Todos moram com o pai, um homem severo. Quando chega na cvidade um novo pároco, Willian (Oliver Jackson-Cohen), surge entre Emily e ele um relacionamento, que é destruído por ciúmes do irmão Branwell. Todos os eventos que acontecem no filme acabaram gerando conteúdo para "O morro ds ventos uivantes". Charlotte, irmã de EMily, também se tornou escritora e escreveu o famoso livro "Jane Eyre". O filme possui uma fotografia asbolutamente delsumbrante, a cargo da fotógrafa Nanu Segal. O filme é a estreía no roteiro e na direção da atriz Frances O'connor. Mesmo longo, 130 minutos, e um ritmo lento, o filme é um colírio para os olhos, tal a beleza das locações e do requinte com a direção de arte e figurinos. O elenco está todo exccelente, formado por um belo time de atores e atrizes ingleses.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

O pálido olho azul

"The pale blue eye", de Scott Cooper (2022) Adaptação do livro escrito pelo escritor Louis Bayard em 2003, "O pálido olho azul". mistura fatos reais com ficionais. O protagonista é o detetive Augustus Landor (Christian Bale), mas é o personagem do cadete Edgar Allan poe ( ele mesmo, o futuro escritor), interpretado por Harry Melling – intérprete do Duda da Saga Harry Potter, quem rouba a cena e tem os holofotes, principalmente na meia hora final. O filme mistura uma trama gótica com um suspense de detetives noir, ambientado em 1830. No elenco de apoio, participações super especiais dos astros Gillian Andersonm Charlotte Gainsbourg, Timothy Spall, Toby Jones e Robert Duvall. Mas nem o time de estrelas e o roteiro tornaram o filme suficientemente sedutor para ser assistido em suas mais de 2 horas de duração. Meis hora a menos certamente faria muito melhor ao filme, tornando-o mais dinâmico e menos com um ritmo tão arrastado e um desfecho com cara de que já era para ter terminando há tempos. Na academia militar dos Estados Unidos, um cadete é encontrado enofrcado e com o coração arrancado. Para tentar resolver o mistério, o detetive Augustus é acionado. Ele tem morado isolado nas montanhas após uma tragédia pessoal. Augustus obtém a ajuda do cadete Edgar Allan poe para invetsigar a morte. Para sua surpresa, outro cadete é assassinado, além de animais ali próximo. A linha de investigação recai sobre práticas de ocultismo, e Augustos vai buscar praticantes de cultos para tentar desvendar o caso. Com uma ficha técnica excelente nos quesitos fotografia, direção de arte, figurino, maquiagem, o filme lembra esteticamente "A lenda do cavaleiro sem cabeça", mas não tem o suspense nem a tensão d aobra de Tim Burton. Vale assistir pelo elenco, e quem sabe, pelo plot twist final, mas esse ficou arrastado e longo demais em sua explicação.

Andrei Tarkovsky- É difícil ser Deus

"Andrei Tarkovsky - It's Hard to be God", de Irina Golubeva (2019) Documentários sobre vida e obra do cineasta russo Andrei Tarkovsky existem aos montes. A maioria enaltecendo a genialidade do cineasta russo mais famoso do mundo, até hoje cultuado por cinéfilos do mundo inteiro e copiado por cineastas. No entanto, o que diferencia "é difícil seu Deus" dos outros filmes, é a franqueza como mostra as fraquezas e defeitos de Tarkovsky, como nenhum outro filme mostrou. Dois pontos são mais incisivos aqui: o machismo de Tarkovsky, que dizia que lugar de mulher era cuidando do lar, cozinha e filhos. Ele não aceitava em hipótese alguma que uma mulher dirigisse o filme : "Uma mulher precisa ser uma mulher". Existe o depoimento de uma montadora de seus filmes que decidiu dirigir um filme e Tarkovsky a recriminoum dizendo que não iria mais falar com ela. Outro ponto era a sua infidelidade: casado com uma atriz, Larissa, ele a despreteria de papéis em seus filmes e escalava jovens atrizes, deixando larissa enciumada. O filme mostra cenas de bastidores e curiosidades de vários de seus filmes, não deixando nunca de deixar claro a genilidade de seu trabalho, e seus filmes. Memso que para alcançar seus objetivos artísticos, ele torturasse seus atores. Uma atriz de "Stalker' diz que ele dirigiu dezenas de tomadas sem parar até que ela desmaiasse. Esse lado carrasco de Tarkovsky é dissecado por várias atrizes no documentário.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Onde está agora, João Pedro Rodrigues?

"Où en êtes-vous, João Pedro Rodrigues?", de João Pedro Rodrigues (2017) O cineasta português João Pedro Rodrigues é a voz queer mais ativa e festejada de seu país. Autor de cults como "O fantasma", "Morrer como um homem", "Odete", "O ornitólogo", Rodrigues realiza um curta metragem experimental em "Onde está agora, João Pedro Rodrigues?" Sinopse: Na época de sua retrospectiva completa em Paris, e “seguindo a migração das borboletas-monarca que fogem do frio da América do Norte”, João Pedro Rodrigues responde à pergunta feita pelo Centro George Pompidou: “Onde você está agora, João Pedro Rodrigues? “, Através de um auto-retrato poético, introspectivo e metamorfoseado, que ao mesmo tempo evoca a memória de sua trajetória de vida – entrelaçada à sua existência como autor – e medita sobre sua identidade, seus desejos e temas recorrentes de perda e descoberta, da carnalidade à transcendência, através de adaptações de textos de David Thoreau e Nathaniel Hawthorne. João Pedro Rodrigues é um dos autores mais importantes do cinema português do século XXI. Ou seja: é um filme mega cabeça, difícil de ser assimilado. Entre a parte poética da migração das borboletas e a narração dos textos literários, existem cenas de registro de João no Festival de Veneza e também filmado seus longas "O fantasma" e "Morrer como um homem". João começa o filme se expondo totalmente nú para as câmeras, metaforicamente se despindo para um público sedento de sua filmografia, mas que aqui resolveu apostar em hermetismo.

Gato de botas 2 - O último pedido

"Puss in Boots: The Last Wish", de Joel Crawford (2022) Onze anos depois do primeiro filme da franquia "Gato de botas", personagem que surgiu do universo de "Shreck", a Dreaworks aposta tudo em um filme ousado no seu roteiro: é um filme sombrio, assustador para os pequeninos, pois trata do tema da morte de uma forma quase que de filme de terror, através da figura de um Lobo assustador ( voz de Wagner Moura) que carrega dois foices na mão, louco para decepar o Gato de Botas. E porquê? Porque todo gato tem 9 vidas, mas o Gato de Botas, sem se dar conta, agora só tem mais uma. Assutado e com medo de morrer, ele vai atrás de uma Estrela que concede desejos. No seu caminho, encontra outros personagens que também querem seus desejos atendidos: Kitty (Salma Hayek), Perrito, Cachinhos de ouro (Florence Pugh) e a família urso, comandada pela mãe urso (Olivia Colman) e por fim, Joãozinho, o grande vilão, que pasmem, faz seus assistentes morrerem em seu lugar, sem dó nem piedade! E eles são vistos morrendo!!!! Pois é, na sessão que eu fui, as crianças nem se sentiram seduzidas pelo filme, apenas os adultos. E no entanto, o filme nem é engraçado como o primeiro. Perdeu-se na comédia, ganhou-se no drama existencial.

Garoto dos céus

"Walad Min Al Janna", de Tarik Saleh (2022) Vencedor da Palma de melhor roteiro no Festival de Cannes 2022, e listado no short list dos filmes que concorrem ao Oscar de filme estrangeiro em 2023, "Garoto dos céus", internacionalmente chamado de "Cairo conspiracy', é uma intrincada trama, repleta de vai e vem e bem complexa. Eu mesmo me perdi em vários momentos nessa trama de disputa de poder diante de uma religião muçulmana no Egito. Escrita e dirigida pelo cineasta egípcio Tarik Saleh, o filme narra a história de Adam (Tawfeek Barhom), um jovem filho de pescador que vive em uma vila pobre, junto de dois outros irmãos. Às escondidas, ele se dedica tanto aos estudos que acaba ganhando uma rara oportunidade de entrar para a conceituada Universidade de Al-Azhar, localizada no Cairo, capital do Egito. Para sua surpresa, temendo que seu pai não aceitasse que ele fosse estudar, Adam tem o cnsentimento desse, que diz que se for a vontade de Deus, que vá estudar. Mas as expectativas de Adam são brutalmente quebradas com a morte do Grande Imã, uma das principais autoridades religiosas muçulmanas e reitor da Universidade. A partir daí, uma trama que envolve a disputa de poder e assassinatos, onde Adam acaba se envolvendo. O filme é bem feito, tem bons atores e as locações e as imagens dos cultos muçulmanos e dos estudos na universidade são bastante grandiosas. Mas eu me perdi um pouco na narrativa, repleta de personagens, e acabei me distanciando da história. Muitos críticos o comparam a "O nome da Rosa", pela trama que envolve assassinato de religiosos dentro de uma instituição religiosa.