domingo, 31 de março de 2024

Olho mágico

"Peephole", de Jaron Henrie-McCrea (2018) Curta de terror realizado de forma totalmente independente e em baixíssimo orçament, com apenas 1 ator e uma sala, sem qualquer diálogo, todo criado em atmosfera e com apenas 3 minutos. Uma aula de como realizar um filme simples, mas efetivo, sem muitos floreiros e que cumpre a sua função de entretenimento. O filme brinca com o tema do Doppleganger, o duplo. Um homem, Tim Lueke, acorda durante a noite na sua sala e deixou a tv da sala ligada com uma cena de musical antigo, com uma trilha sonora orquestrada que toca insistentemente. A campainha toca, Tim vai olhar no olho mágico e percebe que olha a si mesmo. Tudo o que ele faz, seu duplo faz igual. De repente, o duplo surge na casa, repetindo todos os seus atos. Divertido e com um susto final, "Olho mágico é para assistir no escuro.

Saudosa maloca

"Saudosa maloca", de Pedro Serrano (2023) Em 2015, o roteirista e cineasta Pedro Serrano lançou o curta "Dá licença de contar", apresentando o universo do compositor paulista Adoniran Barbosa nos anos 50, junto de personagens que são apresnetados em suas canções, como Mato Grosso (Gero Camilo), Joca (Gustavo Machado) e Iracema (Aisha Jambo). Agora, em 2023, Serrano retorna com a mesma história e os mesmos personagens, acrescidos de outros tantos, e apresentando a São Paulo dos anos 50 e a dos anos 80, com Adoniram mais velho e contando a um garçon as suas aventuras na maloca com Joca, Mato Grosso e Iracema (interpretada agora por Leilah Moreno). A grande qualidade do filme é referente à ficha técnica: a fotografia, a direção de arte, figurino e maquiagem. O elenco também brilha, acrescidos de grandes talentos como Izak da Hora, Paulo Thiefenthaler, Sidney Santiago, entre outros. O ritmo do filme é lento e os sub-plots são muitos, eu queria ter visto mais de Adoniran, mas no geral, é um filme simpático, trazneod linguagens distintas variando entre drama mmusical, romance e comédia que homenageia literalmente Chaplin e o cinema mudo, com muita farsa e pastelão.

Capitão Faggotron salva o Universo

"Captain Faggotron saves the Universe", de Harvey Rabbit (2023) Escrito e dirigido pelo cineasta trans alemão Harvey Rabbit, "Capitão Faggotron salva o Universo" é uma produção hiper mega trash, onde tudo é bizarro, grotesco, tosco, de muitísismo mau gosto. O filme é todo zoado e só deve ser assistido se o espectador estiver na vibe e não se deixar chocar por ataques gratuitos à igreja católica, com uma represnetação de Jesus Cristo totalmente blasfema e uma cena de orgia em uma igreja. O jovem Padre Andy nega a sua homossexualidade atrás da batina da Igreja católica e seduz seus coroinhas, punindo-os com sexo. O Padre na verdade está fugindo de Queen Bitch, uma Rainha drag negra que está apaixonada pelo Padre e que deseja invadir o planeta Terra com toda uma legião de alienígenas de seu planeta, seres agêneros e que fazem sexo com tudo e todes, inclusive reproduzindo. O Padre conta com a ajuda do Capitão Faggotron para evitar esse caótico evento cósmixo sexual que trará profundas transformações no Planeta tera, tranformando todos em homossexuais. Existem tantas cenas toscas que fica difícil assistir, mas uma em especial é campeã: em frente à uma carrocinha de cacjorro quente, queen Bitch e Faggotron disputam quem faz boquete melhor na salsicha do Hot dog. Já dá para imaginar o restante do filme, que também conta com cenas em animação.

Children 404

'Children 404", de Pavel Loparev e Askold Kurov (2014) Em 22 de março de 2024, o governo russo de Vladimir Putin, notoriamente homofóbico, declarou que ativistas LGBTQIAP+ serão considerados agentes terroristas para o governo russo. A decisão segue uma deliberação da suprema corte do país, que em 2023 estabeleceu que membros da comunidade poderiam ser submetidos à julgamento e serem presos por “extremismo”. Em 2014, foi lançado esse importante documentário, "Children 404", dirigido pelos cineastas Pavel Loparev e Askold Kurov . O filme foi idealizado em 2013, quando o mesmo Putin aprovou um projeto de lei que proíbe a “promoção de relações sexuais não tradicionais com menores”. Segundo esta lei, os jovens LGBT são considerados "maus, doentes e uma abominação".as e adolescentes Lgbt poderiam contar as suas histórias e desabafar. Mais de 22 mil se inscreveram, sendo que 45 delas deram entrevistas pro filme anonimamente, Corasojamente, alguns dos jovens resolveram mostrar seus rostos, e são eles os protagonistas do filme. O número “404” refere-se à página “erro – página não encontrada” da Internet” e simboliza o apagamento da juventude Lgbtqiap+ pelo governo russo. O filme tem filmagens gravadas pelos celulares dos jovens, mostrando situações de ataques homofóbicos nas ruas, escolas. Um dos jovens conseguiu sair da Rússia e morar no Casadá, mas tem sonhos recorrentes de estar em um avião em direção à Rússia e ser obrigado a morar lá. O filme tem 11 anos, e fico me imaginando se parte dos jovens que deram depoimento anonimamemnte ainda estão vivos, e essa sensação me deixou bastante triste.

sábado, 30 de março de 2024

Preciosa

"Précioux", de Paul Mas (2020) Premiado curta de animação francês, realizado com massinha e stop motion. O filme mostra o dia a dia de crianças em uma escola, e o quanto elas podem ser cruéis com os seus semlhantes. A protagonista é Julie, uma mneina de 8 anos. Julie se sente solitária. Nnehum de seus colegas quer fazer amizade com ela. Um dia, um novo aluno, Emile, chega à turma: ele é autista, mas as crianças não sabem. Assim como Julie, emile sofre bullying e é rejeitado pelas crianças, porém de forma mais cruel. Durante a aula de natação, um grave incidente acontece e somente Julie pode defender Emile. Um excelente desenho que certamente não é para crianças, "Precioso" é uma metáfora sobre a violência moral que crianças e adultos aplicam sobre os outros, quando não buscam entendê-las e as repelem. O desfecho mostra que mesmo aquele em quem acreditamos na humanidade, podem se voltar contra os princípios éticos, apenas com a finalidade de querer pertencer a um grupo.

Asphalt city

"Asphalt city", de Jean-Stéphane Sauvaire (2024) Concorrendo à Palma de ouro em Cannes 2023 na seleção oficial, "Asphalt city" é do mesmo diretor francês do premiado 'A prayer before dawn", sobre a história real um lutador de boxe preso na Tailândia. "Taxi driver" é uma referência direta desse drama barra pesadíssima e depressivo sobre a descida ao inferno nas noites de Nova York. Adaptação do livro escrito em 2008 pelo paramédico Shannon Burke, "Black flies", relatando as suas experiência traumáticas em sua atividade. O livri e o filme são uma ficção ambientada nos anos 90, no auge da pandemia de crack que assolou Nova York. Ollie (Tye Sheridan) é um jovem paramédico, que veio do Colorado e está começando a trabalhar nas noites de NY junto do parceiro Gene Rutkovsky (Sean Penn), ambos comandados pelo Chef Burroughs (Mike Tyson). A rotina da dupla envolve violência doméstica, pacientes com tiros, traficantes, grávida com HIV e moradores de rua que s erecusam a serem assistidos. Ollie vai ficando cada vez mais traumatizado e vai se encaminhando para um abismo envolvendo depressão e paranóia. O filme é totalmente contra indicado para pessoas depressivas ou com tendências suicidas. É um show de sadismo, e certamente se algum profissional de saúde assistir ao filme, irá desistir da profissão facilmente. No entanto, fazendo anaogia com o Rio de Janeiro, certamente a cidade carioca oferecia um festival de violência que esse amricano não chegaria aos pés. MElhor parte: a performance espetacular de Sheridan, Penn e de um elenco de apoio de pacientes de fato muito bons.

Instinto materno

"Mother's instinct", de Benoît Delhomme (2023) Refilmagem do drama de terror psicológico francês homônimo de 2018, "Instinto materno" traz as estrelas Anne Hathaway e Jessica Chainstain nos papéis de Alice e Celine, melhores amigas e vizinhas em um rico subúrbio americano dos anos 60. Ambas são casadas com seus maridos amados, e ambas possuem um filho pequeno da mesma idade. Quando acontece uma tragédia ( um dos filhos morre em um acidente doméstico, sob o olhar de uma das amigas), a outra acredita que a culpa foi da vizinha que não protegeu a criança na hora do acidente, e a partir daí, vai infernizar a vida dela e da família. Todo mundo ama filmes de mulheres psicopatas, e a receita do sucesso aqui é trazer aquela maldade típica dos grandes dramas dos anos 50, protagonizados por Joan Crowford, Bette Davis, Lana Turner, entre outras grandes estrelas. E como não se lembrar de Gene Tierney em 'Amar foi a minha ruína", onde ela destrói a vida do homem que ela ama e mata a todos? Anne Hathaway e Jessica Chainstain estão brilhantes e captam bem essa essência glamurosa das grandes divas, com uma performance mais minimalista. Desde o original, fiquei com raiva do desfecho, mas é isso aí. A maldade humana existe.

sexta-feira, 29 de março de 2024

O homem dos sonhos

'Dream scenario", de Kristoffer Borgli (2023) A assinatura de Ari Aster como produtor deixa claro o tipo de filme que "O homem dos sonhos" é. Eu fiquei o tempo todo associando o filme a "Beau está com medo", filme de Ari Astr com Joaquim Phoenix que traz uma trama absurda e que traz elementos sutis de terror , realismo fantástico e surrealismo. "O homem dos onhos" caminha pela mesma narrativa. Mas aí li que o roteirista e diretor do filme, o norueguês Kristoffer Borgli, realizador do premiado "Sick of myself". Com o sucesso do filme, Kristoffer Borgli ganhou carta branca para dirigir o projeto e escolher o protagonista. Ao invés de Adam Sandler, que havia sido cogitado, a escolha foi Nicholas Cage. Cage interpreta Paul Matthews, professor de biologia, casado com Janet (Julianne Nicholson) e pai das adolescentes Sophie (Lily Bird) e Hannah (Jessica Clement), moradores do subúrbio. A vida de Paul, que é totalmente sem sobressaltos, ganha uma virada inesperada: estranhamente, todo mundo passa a sonhar com ele, que observa a todos de forma pacata e passiva. Paul se torna celebridade de uma hora para outra. Mas quando é procurado por um jovem CEO de uma empresa de alta tecnologia, interpretado por Michael Cera, as coisas mudam. O Paul dos sonhos das pessoas, se torna um assassino, estuprador e arrogante, fazendo com que Paul seja cancelado por todos. COnfesso que demorei a curtir o filme. No início, tentava entrar na história proposta. Mas talvez tivesse faltado um toque de Michel Gondry ou Spike Jonze na direção. O norueguês Kristoffer Borgli traz um ritmo arrastado, e a narrativa alterna com cenas interessantes e outras que deixam a história despencar de interesse, pelo excesso de diálogos. Nicholas Cage está senscaional, e é o grande motivo de se assistir ao filme, em mais uma grande composição bizarra.

Pecados carnais

"Almamula", de Juan Sebastián Torales (2023) Concorrendo em importantes festivais, entre eles, o de Berlim, "Almamula" é um drama de realismo fantástico co-produzido por Argentina, Itália e França, escrito e dirigido por Juan Sebastián Torales. Em parte autobiográfico, o filme é ambientado na cidade rural argentina de Santiago del Estero, cidade onde nasceu o cineasta. Ali mora Nino (Nicolas Diaz), 14 anos , sexualmente precoce em seu despertar para a homossexualidade e o interesse pelos meninos. Quando ele sofre um ataque homofóbico onde quase morre, sua mãe decide leválo para passar um tempo para a cidade onde seu marido trabalha. Junto vai a irmã de Nino, Natália, que está irritada pela mudança repentina. O pai de Nino trabalha na extração de árvores, e Nino tem sonhos eróticos com a equipe do pai. A mãe de Nino pede ajuda do padre e da igreja para fazer o filho se tornar masculino. A igreja conta a história da ALmamula, uma entidade que habita na floresta e que mata aqueles que praticam atos sexuais condenados pela religião. O filme lida com temas óbvios como homofobia e a repressão religiosa, mas como sub-texto, existe a pedofilia e a sexualidade precoce de um adolescente interessado por corpos de homens adultos. É um filme instigante, dirigido com afinco pelo cineasta, que poderia ter perdido a mão e errado ao focar na pedofilia de forma polêmica. Como está no filme, é sutil, uma fantasia erótica que busca a redenção de um menino reprimido pela família, sociedade e Igreja.

Tudo de uma vez


"Todo a la vez (la mirada de Paco y Manolo)", de Alberto Fuguet (2021) Documentário LGBTQIAP+ erótico, realizado em 2019, antes da pandemia da covid. O filme acompanha o trabalho de dois fotoógrafos gays, casados na vida real, Paco e Manolo. Eles trabalham e editam para a revista de nú masculino "Kink", e durante o filme, o casal fala sobre a vida pessoal e a profissional. Ambos discorrem sobre a seleção dos modelos masculinos que posam nús ou fazem sexo diante de suas lentes, e como trabalham a composição ds quadros e a iluminação. O filme também entrevista os modelos. Alguns posam em solo, outros em casais, fazendo sexo. Para quem deseja investir em nudez masculina para fotografias eróticas, o filme é obrigatário. Para voyeurs em busca de um filme com conteúdo homoerótico, muita nudez masculina e sexo, o filme pode ser bem interessante. Para os outros, o filme é entediante, com 100 minutos de falação profissional, universo queer e nudez masculina.

quinta-feira, 28 de março de 2024

Tudo ficará bem

"Everything will be allright', de Farhad Pakdel (2022) Concorrendo no prestigiado Festival de SXSW, o drama canadense "Tudo ficará bem" traz a história de Leila (Nahema Ricci), uma imigrante da Tunísia que é professora de teatro em Quebec. Leila passa por um momento difícil em sua vida: recém separada de seu namorado, de queme stá grávida e quer abortar. Mas às vésperas do Lockdown da covid em 2020, ela descobre que seu pai está internado em estado grave na Tunísia. Dividida entre ter que viajar para ver seu pai ou fazer o aborto, que precisa ser imediatamente por conta das semanas que a lei aceita, Leila entre em profunda crise. Um filme que foi rodado de fato durante a pandemia da covid, e por isso, a sua acuidade com detalhes e mais do que isso, trazendo uma incerteza que na época das filmagens ainda pairava no ar, o filme traz uma performance arrebatadora de Nahema Ricci, em atuação precisa e minimalista, traduzindo tensões no olhar.

A90

"A90", de Olivia J. Middleton (2022) Belo drama LGBTQIAP+ inglês, "A90" me lembrou bastante a atmosfera e melancolia de "Bagda Café", clássico de Percy Adlon. Uma relação entre 2 mulheres desconhecidas, por um curto preíodo de tempo, em um duplo sentido de solidão, sororidade e paixão platônica. Annete (Marli Siu) é uma solitária atendente de uma lanchonete de beira de estrada. Um dia, ela repara em uma nova cliente, Morgan (Sinead Macinnes), que marca ali um encontro com seu namorado, um ator que faz uma curta temporada em um espetáculo na cidade. Durante 3 dias, Morgan frequenta o local, e ambas as mulheres se olham e se entendem em seus silêncios. Fiquie apaixonado pelo trabalho das duas ótimas atrizes, pela fotografia e pela delicada direção de Olivia J. Middleton, que investe bastante na etmosfera, nos olhares, no tempo e nas pausas. Um filme apaixonante em sua simplicidade e que me trouxe uma triste sensação de solidão e de que as coias na vida vêm e vão de uma forma fugaz.

Ursinho Pooh 2 - Sangue e mel

"Winnie-the-Pooh: Blood and Honey 2", de Rhys Frake-Waterfield (2024) Esse é um dos raros casos onde a sequência é infinitamente superior ao original. O mais impressionante, é que o diretor e roteirista é o mesmo: o inglês Rhys Frake-Waterfield, que deu um upgrade incontestável, desde atuações, efeitos, atmosfera e direção, em nada lembrando a trasheira do filme anterior, lançado em 2023 e um hiper mega sucesso de bilheteria no mundo inteiro, aproveitando a onda da liberação dos direitos de domínio sobre a imagem de Urisnho Pooh e sua turma. Nessa parte 2, Tigrão entra para a turma, pois entrou em domínio público em janeiro de 2024, mas em uma versão para o filme, já que a imagem dele da Disney está proibida. Outro fato curioso: o ator que interpretou Christopher Robin no filme anterior, Nikolai Leon, foi substituído por Scott Chambers, uma escola super acertada do diretor. Christopher agora retorna para sua cidade, Ashdown, e é acusado de ter provocado os assassinatos. Ninguém acredita em sua versão do Usrinho Pooh e amigos terem matado as pessoas. Mas Pooh decide invadir a cidade, e massacra praticamente todo mundo. Christopher e seus amigos Lexy e Finn precisam ajudar a resgatar a irmã pequena de Christopher, Bunny, que foi sequestrada. O terror "Terrifier" certamente influenciou essa nova parte: as mortes estão hiper mega violentas e a contagem de assassinatos passa de 100! Pooh e seus amigos estão bastante assustadores, sádicos e perversos, com cenas de mortes que envolvem todo tipo de assassinato. Precisa ter sangue frio pra muito gore e hiper violência.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Barrio boy

"Barrio boy", de Dennis Shinners (2022) Adaptação em longa-metragem do curta escrito e dirigido pelo cineasta Dennis Shinners, "Barrio boy", lançado em 2014. O filme, rodado de forma independnete em Brooklyn, apresenta uma região do bairor dominado por latinos porto riquenhos. Ali, Quique (Dennis Garcia) trabalha como barbeiro em uma barber shop. Quique é enrustido e teme que seus colegas do bairor, Cuz e Jorge descubram. Nesse mundo de machismo tóxico e de extrema homofobia, Quique conhece o irlandês Kevin (James Physic), um desempregado recém chegado no bairro, em busca de trabalho. Ambos se envolvem às escondidas, mas enquanto Kevin é bem resolvido sexualmente, Quique mantém seu jogo de aparências. O filme tem problemas de roteiro, com sub-plots desnecessários, como a da mulher que Kevin conhece em um bar e se envolve. O filme demora para pegar e mostrar a dupla romântica, e tudo é apresentado de forma bastante caricata. De positivo, apenas a representatividade latina, mas ainda assim, é pouco para manter o interesse do filme, que traz um desfecho insatisfatório.

Imaginário

"Imaginary", de Jeff Wadlow (2024) Produzido pela famosa produtora independente Blumhouse, responsável pelos mega sucessos "Corra!", "Fragmentado", "Sobrenatural", "Uma noite de crime" e "A morte te dá parabéns". "Imaginário" foi destruído pels crítica especializada, que apontou a fase ruim da produtora, após fracassos como "Mergulho noturno". "Imaginário" segue o sub-gênero do brinquedo assassino, já visto muitas vezes em filmes como "O bronquedo assassino", 'Anabelle" e "Meghan". Aqui, o urso de pelúcia Chaunsey, que lembra o tempo todo o Ted do filme de Mark Whalberg, é um brinquedo reecontrado por Jessica, que vem morar na mesma casa onde passou a sua infância. Ela se muda com seu marido Max, e suas duas enteadas: a pequena Alice (Pyper Braun) e sua irmã mais velha Taylor (Taegen Burns). Alice reencontra Chaumsey no porão. Jessica passa a imaginar fatos estranhos na casa, até que uma possessão toma conta de Alice e Jessica precisa salvá-la. Existe um universo paralelo que é uma cópia de "Sobrenatural", onde a mãe precisa entrar para salvar sua filha. Na falta de originalidade, "Imaginário" conta com bons efeitos e uma boa protagonista, Dewanda Wise, no papel de Jéssica. Não é a tragédia como anunciam a crítica, até porquê o filme serve de passatempo, mas também não traz nada de original e seu final previsível.

Muito além do jardim

"Being there", de Hal Ashby (1979) Oscar de ator coadjuvante para Melvin Douglas, no papel do conselheiro do preidente dos Estados Unidos Ben, "Muito além do jardim" é um clássico do cinema americano que rendeu a Peter Sellers uma consagração efusiva de toda a crítica. Concorrendo à Palma de ouro em Cannes em 1980, o filme venceu o Globo de ouro de ator para Peter Sellers, que concorreu ao Oscar da categoria, mas perdeu para Dustin Hoffman em "Kramer vs Kramer". Sellers é Chance Garden, um jardineiro que trabalhou há décadas para um idoso em Washington, e nunca saiu de casa. Todo o seu contato externo é através da televisão que ele assiste o dia todo, decorando frases e memorizando imagens. Após a morte do idoso e sem ter aonde ir, ele é obrigado a sair da casa pelos advogados. Ao caminhar de noite, é atropelado pela limusine de uma milionária, Eva (Shirley Maclaine), amante de Ben, conselheiro do presidente dos Estados Unidos. Ben, que está doente, se simpatiza por Chance, e o introduz ao círculo político de Washington, inclusive ao próprio Presidente. Traduzido no Brasil como "O videota", o livro, escrito por Jerzi Kozinsky, foi lançado em 1971. Sellers comprou os direitos, mas por conta de sua agenda cheia, só conseguiu colocar em prática anos depois. O filme é um parebte próximo de "Forrest Gump", uma forte crítica aos caminhos da política, deixando claro que pessoas simples e de bom coração poderiam ser opções melhores como políticos e gurus do que charlatões letrados que na verdade, se apropriam de discursos intelectualizados para enganar o público. A cena final, emblemática, mostrando Chance caminhando sobre a água, é uma das imagens mais icônicas do cinema.

segunda-feira, 25 de março de 2024

2gether

"2gether", de Noppharnach Chaiwimol, Kanittha Kwanyu e Weerachit Thongjila (2023) Grande sucesso como série BL (Boy lover) na Tailândia, "2gether" rendeu duas temporadas e alçou os dois jovens protagonistas a um nível de mega astros no país e no mundo. No Japão, eles são mega celebridades. O filme une as duas temporadas compiladas e traz cenas inéditas na vida de Tine (Metawin Opas-Iamkajorn) e Sarawat (Vachirawit Chivaaree). Numa universidade, Tine é estudante de direito. Ele é enrustido e não se assume publicamente nem para sua família. Quando um aluno assumido, Green, declara seu amor para Tine, e o faz de forma obcessiva, Tine procura criar uma fachada com uma amiga, mas não dá certo. Seguindo conselho de seus amigos gays, ele procura Sarawat, galã da universidade e cantor, que faça umpacto com ele: finja ser seu namorado para afastar Green. Para sua surpresa, o arrogante Sarawat aceita e mais: aos poucos, os dois descobrem que estão apaixonados um pelo outrp, mas precisam lidar com as suas diferenças. O roteiro de "2gether" segue toda a cartilha de um romance teen LGBTQIAP+, mas aqui, em tom mais açucarado, quase um filme da Disney. As músicas são fofas, os personagens, bem determinados em seus tipos. Os dois protagonistas são bonitos, carismáticos e certamente o motivo de tanto sucesso.

Assunto 101

"Subject 101", de Tom Bewilogua (2022) Terror psicológico alemão, "Assunto 101" é uma trama bastante confusa que apresenta um protagonista envolvido em uma corporação obscura e onde fica difícil dintinguir o que é real e o que é delírio. Poderia ser um sub-Cronemberg, se tivesse algo mais coerente na história. Têm críticos comparando-o a "Sob o domínio do mal", de John Frankenheimer, onde o protagonista passa por experiências com substâncias para torná-lo um assassino. 101 (Cem Ali Gültekin) é um refugiado sírio que vaga por Berlim em busca de um lugar para ficar e um trabalho. Ele se inscreve em um programa corporativo co-patrocinado pelo governo alemão e, a princípio, parece que tudo mudará em sua vida para melhor. Mas aos poucos, ele vai perceber que a sua missão no trabalho envolve torturas e assassinatos. O filme possui cenas de gore, mas tudo parece solto, sem um fio condutor. O espectador fica perdido a partir do 2o ato e quem quiser, que entenda a história do jeito que for melhor. Tem momentos que o filme parece investir na experimentação, mas no geral, nao funciona nem para fãs de terror, e nem de drama.

Cursiva

"Cursive", de Isabel Steuble Johnson (2023) Delicado drama LGBTQIAP+ inglês sobre Dot (Adaya Monique Henry), uma mulher negra casada com uma mulher branca que a recrimina por não saber escrever caligrafia. Ao invés de ajudá-la, a mulher a minimza diante das amigas. Um dia, Dot decide procurar uma terapeuta, que diz que ela só saberá escrever bem, quando se aceitar com a sua voz interior, descobrindo quem ela é e tendo personalidade e identidade, ao invés de ficar copiando a cligrafia das outras pessoas. Um filme simples, mas com uma mensagem repleta de subliminaridade, onde temas como relacionamento tóxico, afro centralidade, aceitação e renovação se mostram presentes.

domingo, 24 de março de 2024

Halfway

"Halfway", de Kumar Chheda (2023) Escrito, dirigido e protagonizado pelo cineasta indiano Kumar Cheeda, "Halfway" é um drama romântico baseado na própria história de Kumar: um rompimento com uma pessoa que ele amava lhe deixou bastante abalado. O filme fala sobre um jovem casal de ex-namorados, Nakul (Cheeda) e Saarth (Kayan Dadyburjor). Após dois anos de rompim,ento, Nakul decid eligar para Saarth para se reencontrarem e conversarem, após Saarth pedir um tempo na relação. Eles marcam em uma praia, mas acaba que, por mal entendido, cada um vai em uma ponta oposta da praia, com 1 kilômetro de distância. Por celular, eles falam sobre a história deles, enquanto caminham para se encontrarem no meio do caminho. Simples na execução, mas com bons diálogos e boas performances, além de ter uma fotografia que embala em tempo real, até o entardecer, uma bela história de amor que mesmo não tendo um desfecho, abre uma possibilidade.

O primeiro beijo

"El primer beso", de Miguel Lafuente (2023) Que fofura esse drama adolescente LGBTQIAP+ espanhol. Rodado no bairro gay de Chuenca em Madrid, o filme traz belos carttões postais do bairro, embalando um primeiro encontro de dois jovens adolescentes que se conheceram online: Andi (Julio Bohigas-Couto) e Nestor (Aritz Itoiz). É sintonia e paixão `aprimeira vista. Andi mora na periferia de MAdri, Torrejón, com seu irmão mais velho, Raul (Álvaro Lucas) e a mãe (Fátima Baeza). Raul é o único que sabe que Andi é gay e dá apoio total ao irmão em seu primeiro encontro. Mas de noite, ao se despedirem com um beijo, os dois são atacados por uma gangue homofóbica. O filme poderia terminar em tragédia, mas prefere mostrar um susto e acreditar que os jovens devem e podem ser felizes. O personagem do irmão e da mãe são maravilhosos, apaixonantes. Um filme que faz o adolescente queer acreditar que sim, pode amar e ser feliz.

Little one

"Ili ili", de Clister Santos (2024) Belíssima animação das Filipinas, "Little one" é uma história melodramática sobre Joy, uma jovem grávida que quer gravar um vídeo com testemunho de seus 2 pais, Tino (vo de Bodjie Pascua) e Iko. Joy foi adotada pelo casal gay quando bebê, e desde então, criada com muito amor e carinho. No vídeo, ela entrevista os pais e pegrunta porquê a adotaram. Iko, no entanto, pasa mal e é hospitalizado. Enquanto está internado, Joy, cansada, dorme. É quando Tino decide gravar um vídeio narrando a história de amor dele, seu marido e Joy, para a posteridade. Um filme com linda mensagem sobre famílias atuais, onde o papel de um homem e uma mulher, vistos como família idela, mudou. Pais queer, mãe independente, o filme celebra todas as possibilidades. Os traços da animação são simples, a trilha sonora exacerba a carga dramática, mas ainda assim, o resultado final é muito encantador.

Frida

"Frida", de Carla Gutierrez (2024) Exibido no Festival de Sundance 2024, "Frida" é um documentário imprescindível para fãs da pintora mexicana. Ícone feminista da comunidade Lgbtqiap+, Frida Kahlo foi representada no cinema por Salma HAyek em um filme de 2002, dirigido por Julie Taymor, e para muitos, é a única referência que assistiram dela. Agora, esse documentário dirigido por Carla Gutierrez traz relatos da própria pintora, narrados por Fernanda Echevarria Del Rivero, e baseados na vasta coleção de cartas, diários e ilustraçoes escritos pela própria em vida. Frida conta toda a sua história, desde a infância, o seu acidente aos 18 anos de idade, quando estava em um bonde e teve a coluna atravessada pelo corrimão, deixando-a coma. coluna torta pelo resto da vida e fazendo-a sentir dores o tempo todo, obrigando-a a tomar remédios que mexeram com o seu metabolismo. Falecida aos 47 anos em 1954, Frida casou-se com Diego Rivera, e por muito tempo, viveu sobre a sua sombra, sendo associada sempre como a Senhora Rivera. Até que decidiu pintar e aí, sua vida mudou. O casamento tempestuoso com Rivera, que tinha muitas amantes, fez com que Frida se separasse dele, e ela mesmo assumiu-se bissexual, tendo amantes homens e mulheres, entre eles, Leon Trotsky. Fartamente ilustrado com pinturas, imagens de arquivo, fotos e ilustrações animadas realizadas por Sofía Inés Cázares e Renata Galindo.

O monge e a arma

"The monk and the gun", de Pawo Choyning Dorji (2023) O cineasta butanense Pawo Choyning Dorji foi indicado ao Oscar de filme internacional em 2023 com o belo filme "A felicidade das pequenas coisas". Agora, com "O monge e a arma", ele foi indicado ao Oscar de filme internacional 2024, mas não consgeuiu estar entre os finalistas. O filme é ambientado no ano de 2006, quando o Reino do Butão transita para se tornar a democracia mais jovem do mundo. O filme apresenta 4 histórias paralelas que convergem a um final humanista. São personagens que têm sua vida alterada com essa possibilidade de um novo país, um novo governante, novas possibilidades de interação com a cultura ocidental. O lama (Kelsang Choejey) da vila rural de Ura pede que seu assistente Tashi (Tandin Wangchuck) lhe traga duas armas antes da lua cheia, para um ritual misterioso. O americano Ron (Harry Einhorn) descobre que um monge da região possui uma arma pertencente a um coronel da Guerra civil americana, e que vale uma fortuna. Ele contrata o guia local Benji ( Tandin Sonam), que precisa do dinheiro do trabalho para pagar as contas médicas de sua esposa doente. O agente do governo responsável pela eleição, Tshering, visita cada vila para ensinar a população a votar e é auxiliado pela camponesa Tshomo (Deki Lhamo), cujo marido Choephel (Choying Jatsho) briga com a mãe por divergências políticas. Com uma fotografia estupenda e locações de encher os olhos, o filme, claro, segue em ritmo lento, mas traz cenas maravilhosas: a programação da tv,m até então proibida, agora traz a Mtv, anúncios da Coca Cola e um filme do "007". Um roteiro delicioso, que traz o contraste entre culturas e economias até então desconhecida pela população, ganha um tom acridoce.

Imaculada

"Immaculate", de Michael Mohan (2024) A obsessão de Hollywood por filmes de terror com freiras faz com que s ecrie esse sub-gênero que os fãs de terror adoram. Afinal, o que pode ser mais instigante do que ver pobres e indefesas freiras e noviças tendo que lutar contra entidades malígnas e conspiraçao de religiosos para trazerem o Capiroto para a terra? Depois do grande sucesso da franquia A freira" e de Jena Malone em "O convento", chegou a vez da estrela Sidney Sweeney, no papel da irmã Cecily, provar que dentro da Igreja não se pode confiar em ninguém. O curioso é vê-la no papel de uma freira virgem e imaculada, após protagonizar a divertida comédia picante "Todos menos você". Cecily chega na Itália para um convento onde é recebnida pela Madre Superiora (Dora Romano), o Cardeal Franco (Giorgio Colangeli), o Padre Tedeschi (Alvaro Morte) e fica amiga da freira Gwen (Benedeta Porcaroli). Logo Cecília descobre que. após se perder numa noite em um corredor obscuro, ela visões com freiras assustadoras. Para surpresa de todos, após desmaiar, decsbre-se que ela está grávida, e virgem! Todos celebram como se um novo Mesias estivesse vindo à Terra, mas Cecily descobre que há algo a mais por trás disso. Com ótimas cenas de suspense, mesmo sendo óbvio e com personagens bastante estereotipados, o filme traz violência que alegrará os fãs do gênero, e revela Sidney Sweeney como uma atriz bastante versátil. Ela está ótima no papel, e o elenco italiano faz a diferença na credibilidade, na opção de não se escalar atores americanos para os papéis.

sábado, 23 de março de 2024

Indianara

"Indianara", de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa (2019) O documentário mostra a vida e a rotina de Indianara Siqueira, ativista transexual e idealizadora de uma casa de acolhimento para pessoas LGBTI+ em situações de vulnerabilidade, a Casa Nem. O filme foi rodado em 2017 e lançado em 2019, durante o governo Temer e a campanha FORA TEMER. A vereadora Marielle Franco , assassinada em 14 de março de 2018, aparece no filme, fazendo discurso no plenário a favor da luta da comunidade trans. Dirigido pela cineasta francesa Aude Chevalier-Beaumel, radicada no Brasil há anos, e o brasiliense Marcelo Barbosa, o filme foi apresnetado no Fetsival Acid Cannes, em 2019. O fio condutor do filme é a ativista e trans ind;igena Siqueira, na época com 50 anos e fundadora da casa de acolhimento de trans e travestis "Casa Nem"(atualmente na Ria dois de dezembro, no Flamengo, mas na época, situada no Beco do rato, na Lapa). Indianara é referência de luta no Brasil pelo direito das pessoas transvestigêneres de serem chamadas por seu nome social e respeitadas independentemente de sua genitália. O filme apresenta a rotina de Indianara com as travetsis que acolhe, fornecendo momentos divertidos alternando passatempo, hobbies e manifestações nas ruas e em plenários. Um filme importante para se entender a pauta da comunidade queer, a sua representatividade não só social, mas também, política.

Serviced

"Serviced". de Charlie David e Nickolaos Stagias (2019) Documentário canadense que traz depoimentos de homens gays que realizam servícos pagos para satisfazeem seus clientes, desde o sexo, massagens eróticas ou cuddlers, que são pessoas contratadas para, vestidos, abraçarem ou se deixarem tocar com roupas por outras pessoas. Males escorts, massagistas tântricos, cuddlers, Bdsm e doms, tem uma variedade de serviços para qualquer gosto de clientela. Vendo os cuddlers em ação, é curioso notar o quanto ele está associado a pessoas introveridas, depressivas ou com problemas traumáticos ou de socialização. No entanto, entre tantos depoimentos divertidos ou não, o mais contundente é de Shazad Raj: ele é um male escort que tem na maioria de sua clientela, gays com algum tipo de deficiência física. Um dos clientes é um tetraplégico, e Shazad o trata como um cliente qualquer: beija, faz massagem e sexo, cuidando do bem estar na pessoa. É lindo vê-lo em cena, e o quanto ele deixa seus clientes felizes. Outro depoimento curioso é o de um male escort que diz que faz uso do Trimix, uma injeção que ele aplica no pênis para deixá-lo mais encorpado e volumoso, além de ficar umas 2 horas com o órgão ereto.

Homens no trabalho vendendo sexo online

"Men at work- selling sex online", de Charlie David (2023) Surgido em Londres em julho de 2016, o onlyfans revolucionou o mercado de conteúdo erótico e derrubou muitos sites e produtores que produziam pornografia e que por muitos anos, faturaram milhões de dólares. Incialmente criado como uma plataforma que aproximasse pessoas famosas de seus fa,s o Onlyfans logo adquiriu status de conteúdo erótico e pornô para quem quisesse pagar uma mensaliadde e ter direito ao conteúdo postado ou pedir conteúdos particulares diretamente com o dono da página. Com a pandemia, a plataforma explodiu. Hoje em dia, celebridades e anônimos disputam um mercado milionário, junto de outras plataformas como Jusforfans, Privacy ou Flirt4free. O documentário traz alguns modelos canadenses que possuem páginas, e trazem depoimentos sobre a grand eliberdade que possuem ao ganhar muito dinheiro e sendo seus próprios patrões: fazem seu próprio horário, não gastam tempo nem dinhheiro com transporte, ganham dinheiro quando querem e mais do que tudo, se divertem ao se exporem para pessoas que pagam. Os benefçiios ditos pelos depoentes são tantos, que parece que o filme foi produzido pelas plataformas. Jean-Luc Brazeau, Alecsis Di Ollegna, Dominic Ford, Izzi, Guilerme Miguel, Zander Woods são alguns dos modelos que abrem seus corações para falar o quanto estão felizes e ganhando muito dinheiro. Um filme fundamental para quem deseja se aventurar na plataforma e não sabe o que espera.

O gigante de ferro

"The iron giant", de Brad Bird (1999) Longa de animação de 1999 que lançou o cineasta Brad Bird, que 5 anos depois, viraria um midas com o grande sucesso de "os incriveis", "Ratatouille", "Os incríveis 2" e um dos filmes da franquia "Missão impossível". O filme é baseado no livro escrito por Ted Hughes, passa-se em 1958, quando o jovem Hogarth Hughes (Eli Marienthal) conhece um robô gigante (voz de Vin Diesel) vindo do espaço e passa a cultivar uma amizade com o grandão. Claro, ele esconde o robô de sua mãe, Annie (Jennifer Aniston). Agentes do governo estão atrás do robô, acreditando ser uma ameaça comunista. O filme pega carona na onda de paranóia do Macartismo, que se apropriou da ficção científica para fazer a associação de que todo mundo que vem de outro planeta, é uma ameaça vermelha. O filme lmbra muito "O dia em que a terra parou", 'Et o extraterrestre" e até mesmo "Transformers". De qualquer forma, é um filme delicioso, com um visual que mescla computação gráfica e uma atmosfera vintage. O desenho e a idealização do robô é incrível, e as cenas de ação são muito boas, além do carisma dos personagens.

Em chamas

"On fire", de Peter Facinelli e Nick Lyon (2023) Baseado em história real, 'Em chamas" apresenta a incrível história de uma família que fica presa durante um incêndio florestal devastador na Califórnia, e a tentativa do pai salvar toda a sua família. Escrito e dirigido por Peter Facinelle e Nick Lyon, e também protagonizado por Facinelli, no papel de Dave, um homem desempregado e que deve uma fortuna para o sistema médico por conta do tratamento de seu pai, George (Lance Henriksen). A esposa, Sarah (Fiona Dourif), está grávida de 8 meses e o filho adolescente Clay (Angel Asher) é uma grande promessa no atletismo da escola. Eles são pêgos de surpresa pelo incêndio que lambe o trailer onde moram na floresta e precisam fugir, já que o salvamento se torna impossível. Um filme bastante decente, e para uma produção de orçamento médio, é correto. Claro que os efeitos especiais em alguns momentos deixam a desejar, mas o roteiro procura focar no drama humano e no trabalho dos atores, que são ok. O filme lembra o tempo todo "Volcano", o filme com Tommy Lee Jones querendo salvar a sua família.

sexta-feira, 22 de março de 2024

Você nunca me encontrará

"You will never find me", de Josias Allen e Indiana Bell (2024) Terror psicológico australiano que lembra bastante a narrativa de "Noite Passada em Soho", com Anya Taylor-Joy. Alternando momentos de dlírio e de estranheza, o filme parece um terror indie realizado durante a pandemia, pois possui apenas 2 atores. Em uma noite bastante chuvosa, uma jovem mulher, (Jordan Cowan) busca refúgio em um trailer isolado ond emora um homem solitário, Patrick (Brendan Rock). Em princípio o homem não quer abrir, a mulher parece fora de si. Mas ela insiste, ele abre a porta. Ela pede proteção, está toda molhada, descalça. Ele permite que ela entre, ela toma banho e passa a observar coisas estranhas na casa. A partir daí, uma brincadeira de gato e rato, para entender quem é a vítima e quem é o vilão. O filme procura jogar para o espectador a decisão sobre em quem acreditar. Mas no final, houve um truque sujo do roteiro e da direção. Mas até lá, o filme até deixa o espectador em dúvida, muito por conta do bom trabalho dos atores. É cansativo, longo, poderia ter rendido um excelente curta. Como longa, esticou demais e cansou.

quinta-feira, 21 de março de 2024

Matador de aluguel

"Road house", de Doug Liman (2024) Lançado em 1989, "Matador de aluguel", com Patrick Swayze, se tornou um clássico dos filmes de ação da época. Agora, o cineasta Doug Liman, dos clássicos de ação 'Sr e Sra Smith", "No limite do amanhã", "Jumper" e "A supremacia Bourne" , traz um remake do filme com o astro Jke Gyllenhaal, após o grande fracasso de "Mundo em caos", com Tom Holland, Dayse Ridley e Mads Mikelsen. Visualmente, o filme, memso que ambientado nos dias de hoje, traz uma estética dos anos 80, e claro , muita porradaria interminável. De curioso, o elenco, composto de participações como o cantor Post Malone, interpretando um lutador na primeira cena do filme, e da grande surpresa e revelação do filme, o lutador de MMA Conor McGregor, em sua estréia como ator. Conor mostra bastante desenvoltura e carisma como o vilão do filme, um lutador cruel contratado para eliminar Dalton (Jake Gyllenhaal). Dalton foi um grande lutador de MMA mas que abandonou tudo ao matar um amigo durante uma luta. Ele é contratado por uma mulher, Frankie, dona de um bar em Florida Keys, chamado "A taberna", para ser segurança do local. Mas ele decsobre que bandidos querem que Frankie venda seu bar para ali, construírem uma estrada e modernizar o local. Diante da negativa dela, os bandidos enviam o assassino interpretado por um Conor totalmente psicopata. O roteiro traz tudo o que se espera de um filme como esse, com a estrutura mítica do homem solitário e introvertido que é contratado para salvar um local da presença de bandidos. Com humor ácido e muita pancadaria, o filme diverte pelos exageros. É um passatempo correto e competente, dirigido com muita destreza e muitas boas cenas de pandaria e ação.

Seu hábito hediondo

"Ur Heinous Habit", de Eugene Kolb (2023) Curioso e divertido curta de animação misturado com live action, "Seu hábito hediondo" traz o cineasta Eugene Kolb expondo uma situação constrangedora pelo qual ele passou. Eugene recebeu um email com uma chantagem: um hacker escreveu um email, dizendo ter tido acesso a um vídeo com Eugene se masturbando ao acessar um site de pornografia, e caso não pague um valor em dinheiro, o vídeo seria comparilhado com toidos os contatos do email. Eugene se desespera, mas respira e decide pesquisar no Google sobre a chantagem e descobre que é um golpe onde a pessoa ameaça, mas não possui nenhum vídeo. Mas essa situação provocou em Eugene um desejo por querer fazer uma pergunta com 12 amigos sobre o contexto masturbação X vergonha. Sem querer expôr os rostos dos amigos em depoimentos reais, Eugene se apropria de animação para ilustrá-los. Os depoimentos são bastante reveladores e divertidos, mostrando a rotina sexual de amigos em suas intimidades, se abrindo pela 1a vez no assunto. Com traços grotescos na animação, Eugene coloca um tema tabu para a sociedade e colhe depoimentos bem reveladores que deixam claro que o tema continuará tabu, mas que ao mesmo tempo, se abrir aos outros sobre a sua intimidade, pode ser relaxante e desmitificador.

Wonderkid

"Wonderkid", de Rhys Chapman (2016) Ótimo drama LGBTQIAP+ inglês, foi financiado pelo Kickstarter, e a curiosidade é que o ator Ian McKellen gravou um vídeo para a plataforma para ajudar a financiar o projeto. O filme fala sobre a homofobia no mundo esportivo, mais precisamente, no futebol. Um jovem jogador talentoso, Bradley (Chris Mason), é gay enrustido. Seu treinador e agente, Jonnhy (Leeshon Alexander), o encoraja a não sair do armário, pois pode projudicá-lo na carreira. Atormentado pelo conflito de não poder revelar quem é, e pelas brincadeiras de seus colegas do time, Bradley decide usar o app para marcar um encontro online, mas fracassa ao ser reconhecido por pessoas na rua. Cada mais mais desesperado, Bradley pode colocar o jogo final do seu time em perigo. Com excelentes performances dos atores principais, o filme é dirigido com firmeza e sensibilidade pelo roteirista e diretor Rhys Chapman, que em entrevistas, sempre deixou claro querer falar sobre a homofobia no futebol, espoerte onde certamente, ele diz, muitos jogadores enrustidos escondem quem eles são.

quarta-feira, 20 de março de 2024

Armadilha para turistas

"Tourist trap", de David Schmoeller (1979) Co-escrito e dirigido por David Schmoeller, 'Armadilha de turistas" é um slasher cult, que veio na esteira de "Halloween". O filme terá um remake em 2024, e traz um contexto e uma atmosfera que muitos críticos compararam com "Massacre da serra elétrica", de Tobe Hooper. Um grupo de 5 amigos, 2 homens e 3 mulheres, decidem atravessar uma estrada em seus carros. Quando um dos carros para, o jovem decide ir até um posto de gasolina para comprar combustível, mas é morto após uma sucessão de ataques paranormais. Os amigos decidem ir atrás dele, mas conhecem um morador da região que os leva até um museu repleto de manequins. Um a um, os amigos são mortos por uma pessoa mascarada com rosto de manequim, que tem poderes telecinéticos para fazer os manequins criarem vida. Um filme curioso que mescla slasher com atividades paranormais, "Armadilha para turistas" não chega a ser violento como seus conterrâneos "sexta feira 13", mas ainda assim traz momentos bizarros que valem ser vistos. A máscara do assassino é tosca, mas é ao memso tempo, assustadora. Falta ao filme um ritmo mais dinâmico, que se arrasta em momentos que acabam cansando, para os padrões do espectador de hoje em dia.

Gay hitmen

"Gay hitmen", de Jeff Guay (2008) Curta LGBTQIAP+ que apresenta um contexto bastante inusitado: dois homens d emeia idade são assassinos de aluguel e também, amantes. Edward (Ryen Schlegel) e Benny (Evan Brown) são frios quando matam as pessoas, mas entre eles, são carinhosos na cama e na rotina. Quando Edward decsobre a traição de seu amante com uma mulher também assassina de aluguel, ele precisa tomar uma decisão. Divertido e com um humor ácido muito bizarro, o filme traz atores que propositalmente, interpretam mal para dar um tom farsesco. Pode não agradar a todo mundo, mas é inegável a criação de uma atmosfera estranha e pouco sedutora, mas que traz um incômodo instigante.

Midnight

"Midnight", de Takashi Miike (2024) Impressionante aventura de ação dirigida pelo mestre do cinema japonês Takashi Miike, realizador das obras-primas 'Audition" e "Icho, the killer", entre outros cults. Miike recebeu a encomenda da Apple para dirigir um filme de ação baseado no mangá Midnight", do mestre Osamu Tezuka.. O filme, todo rodado em noturna nas ruas repletas de neon de Tokyo, apresenta o protagonista Midnight (Kento Kaku), uma espécie de Travis Bickle de Tokyo. Ele é um motorista de táxi e ao memso um justiceiro. Ao cruzar seu caminho com uma jovem caminhoneira em apuros (Konatsu Kato), perseguida por uma gangue de Yakuzas que mataram seu pai, Midnight decide ajudá-la e lutar contra os bandidos. Com muitas cenas incríveis dr perseguição de carros, em uma atmosfera visual que se parece muito a um desneho animado, o filme traz comédia, ação e aventura naquele perfil mocinho salva mocinha lutando contra bandidões. Um filme divertido, bem decupado, relaizado e com ótimas inytervenções da silustrações do mangá original.

terça-feira, 19 de março de 2024

Sobre um pai

"O otci", de Romano Nemec (2017) Drama LGBTQIAP+ tcheco, vencedor de 14 prêmios internacionais, "Sobre um pai" é um delicado e emocionante filme sobre o amor entre um filho e o seu pai. Jindřich (Antonín Procházka), de 60 anos, está à espera de um transplante de coração. Sua esposa (Alena Mihulová), num esforço para protegê-lo de um ataque cardíaco, mudou-se com ele e sua filha adolescente para sua casa de campo no campo, para que ele tivesse uma vida tranquila. Mas o filho deles, David (Jakub Krejca), vem passar férias e traz seu namorado, o professor de história Adam (Jirí Vojta), que ele quer muito apresentar ao seu pai, que desconhece a sua homossexualidade. David acredita que agora é o momento certo de se revelar gay para o pai. Sua mãe, no entanto, o proíbe, dizendo que isso fará com que o pai tenha um ataque do coração. Quando a mãe pede aos filhos para irem até a cidade para resolve rum assunto, Adam precisa ficar e toma conta de Jindrich. Mesmo com um teor dramático bem evidente, o filme traz ótimos momentos de humor, como todo o prólogo enovlvendo Adam bêbado, vomitando e tentando limpar o vômito na casa de Jindfich. Os atores são ótimos, e tudo flui com muita naturalidade e sensibilidade.

Garotas em fuga

"Drive away dolls", de Ethan Coen (2024) Primeiro filme solo de Ethan Coen, "Garotas em fuga" traz todos os elementos já vistos em filmes da famosa dupla Joel e Ethan Coen. Agora escrevendo e dirigindo sozinho, Ethan não conseguiu se dissociar do universo que celebrizou os filmes de ambos: anônimos que descobrem que estão trabsportando valor em seu carro (que nem "Onde os fracos não tem vez"), dupla de bandidos metidos à malandros (que nem "Queime depois de ler"),e etce. etc. A novidade aqui, e isso é algo que achei gratuiro, é a representatividade queer no filme, através de uma dupla de amigas lésbicas. O filme explora a nudez de mulheres gays, apresenta uma infinita cena ambientadas em bares lésbicos. Poderia ter sido muito bacana, se essa representatividade fosse a favor da história. Tentei gostar, mas além disso, o filme é arrastado, tem um ou outro momento inspirado. Mas ficou uma sensação de deja vu, de saber como tudo irá acontecer. As cenas de violência não são tão apoteóticas como nos filmes anteriores. O que vale mesmo, é o elenco cult, que vai de Pedro Pascal, Matt Damon, Miley Cirus e as protagonistas, Margaret Qualley e Geraldine Viswanathan. Elas são as amigas Jamie e Marian. Elas estão frustradas com suas namoradas e decidem pegaa a estrada a caminho de Tallahasse, na Flórida, e o que seria uma simples viagem para afogar as mágoas do fim de um relacionamento, vira uma fuga contra uma dupla de criminosos que as persgeuem. Ao lugarem um carro, elas não poderiam imaginar que transportam uma cabeça decapitada, e uma mala repleta de vibradores. Queria muito ter gostado do filme. O 1o ato é mais divertido, Mas daí, o filme vai sendo entrecortado com cenas psicodélicas que para mim não costuraram bem a narrativa. É melhor fixar a atenção paa o elenco e a direção de arte, do que na história em si.

Dois homens

"Two men", de YuanHao Zhao (2017) Drama LGBTQIAP+ chinês, "Dois homens" é uma representação totalmente experimental, apresentando um mundo masculino onde dois homens ousam se amar e se apaixonar. Utilizando seus corpos bem definidos e semi nús, todo o elenco e figuração se apresenta em uma fotografia e preto e branco usando apenas cuecas brancas, dançando e movendo os corpos, narrando a história através da movimentação. Em um cenário totalmente teatralizado e estilizado, uma jaula de ferro em forma de arco, dois homens se encontram e passam a se amar. O coletivo, que até então não interagia, passa a estranhar o comportamento. Não existe uma história. Tudo aqui é simbólico, em clara representação da homofobia. Um filme bonito, bem fotografado, porém totalmente abstrato.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Feche os olhos e ore

"Hide and Go Shriek", de Skip Schoolnik (1988) Obscuro slasher lançado em 1988, quando o gênero já estava em decadência. Mas ainda assim, eu curti bastante o filme. Ele tem uma atmosfera suja, e é quase todo filmado dentro de uma loja d emóveis decadente em los Angeles, para onde 8 adolescentes seguem para passarem a noite. Ali, escondido, se encontra o zelador, Jeff. os jovens não podiam imaginar que ali se encontra um serial killer, que ao matar um a um, vai vestindo as roupas femininas das vítimas para assumir identidade andrógina. Spoiler: o filme segue a polêmica de filmes de serial killer como "Parceiros da noite", com Al Pacino, avisado de propagar a homofobia. Aqui, o serial killer é um gay psicopata, que se veste com roupas de couro e se maquia. Uma revelação de fato surpreendente, e que traz umestereótipo de um personagem queer. De qualquer forma, é impressionante como os anos 80 não tinham qualquer critério sobre representatividade e traziam assassinos controversos.

Por favor me diga isso

"Please tell me so", de Jang Young Seon (2021) Yu Gyeom (Han Hyun Jun) é um jovem atendente em uma cafeteria. Ele tem uma paixão platônica por um cliente que todo dia vai lá tomar café, ler livros, Seung Woo (Ahn Jong Sun). Admirado, Yu escreve em seu bloco de notas do seu celular, tudo o que ama e admira em Seung. Um dia, Seung dá carona para Yu na sua bicicleta e ao se sentarem à beira do lago, confessa que leu o conteúdo do bloco de notas de Yu. Um filme fofo, delicado, que faz acreditar que o mundo é cor de rosa e todas as histórias entre dois jovens homens gays será linda e maravilhosa. Um filme romântico, na melhor das descrições e paixões.

O pedido irlandês

"Irish wish", de Janeen Damian (2024) Lindsay Loham está de volta às comédias românticas nesse inofensivo romcom rodado na Irlnda. O roteiro é o mais simples e óbvio possível, e qualquer um que assistir já sabe como esse filme irá acabar. "O pedido iralndês" traz elemento de fantasia à história, quase em tom de filme da Disney, de tão ingênuo que é. Maddie Kelly (Lindsay Lohan) é uma editora de livros Nova Yorkina. Ela vai para o lançamento do livro novo de seu cliente, Paul Kennedy (Alexander Vlahos), por quem ela nutre paixão platônica. Quando ela está prestes a declarar seu amor para ele, Maddie descobre que sua amiga Emma está noiva dele e para piorar, Maddie é convidada para ser dama de honra. O casamento será na irlanda e todos seguem para lá. No aeroporto, Maddie tem um incidente com um fotógrafo americano, James Thomas (Ed Speleers). Às vesperas do casamento, Maddie segue até uma montanha florida, e faz um pedido à Santa Brígida (Dawn Bradfield) que lhe realiza o desejo: Maddie acorda e descobre que será noiva de Paul Kennedy. ela está felicíssima, mas decsobre que é mais feliz ainda toda vez que está ao lado de James. O que vale no filme é acompanhar a atriz Lindsay Loham, principalmente para quem foi fã dela em "Meninas malvadas" e estava sentindo saudades dela. No mais, um filme previsível, onde vale mais assistir as lindas locações do que o filme em si.

Versátil

"Versatile", de Carlos Ocho (2017) Curta espanhol escrito e dirigido por Carlos Ocho. Alex e Hugo formam um jovem casal gay. Eles são bonitos, bem sucedidos. Os dois estão de bem com a vida. São 8 meses de namoro. Mas hoje, as coisas irão mudar. Alex é passivo. Hugo é versátil. Eles chegam de uma festa, estão excitados. Alex se prepara para fazer o passivo, mas súbito, Hugo pede para que Alex mude seu papel sexual: Hugo quer ser o passivo da vez. Chocado com a postura do namorado, Alex se recusa. O casal começa a discutir forte a relação, baseada no papel sexual de cada um deles. O tema poderia render uma ótima comédia de Almodovar, mas na mão de Carlos Ocho, vira um drama de performances consistentes e fortes de Eudald Font e Christian Escudero. Os diálogos são francos, honestos, duros. Não há mais espaço para o amor, e sim, para revelações. Bem conduzido, econômico, um filme de baixo orçamento baseado apenas no trabalho de 2 atores, um apartamento e um roteiro de tema controverso.

Lui

"Lui", de Cassio Kelm (2018) Cassio Kelm é um homem trans, nascido em Ponta Grossa, Paraná. Estudou cinema em Cuba e já foi selecionado para o Berlim talents, onde talentos emergentes do cinema mundial participam de laboratório. Com toda essa credencial, Kelm escreveu e dirigiu o curta LGBTQIAP+ "Lui", com o seu amigo homem trans Lui Castanho como protagonista. Lui é um professor de circo que está em fase de transição para o gênero masculino. Ele esconde seus seios com um colete de lycra, e brinca com um vibrador enfiado dentro de sua cueca. Lui tem uma relação com Marina Chiv, uma de suas alunas do circo. Entre as duas pessoas amor e o entendimento sobre gênero e corpo. Com uma levada de tom mais para o experimental, o filme tem uma ótima cena de sexo entre as duas apaixonadas figuras, e uma cena estilizada de uma festa com integrantes da comunidade queer.

Depois do meio dia

"After noon", de Koo Cha Meng(2021) Drama LGBTQIAP+ escrito e dirigido pelo cineasta da Singapura Koo Cha Meng. O filme traz um dia na vida de dois adolescentes, os dois melhores amigos Natanael Khoo e Chia Chee Pin. Natanael convida Chia para passar uma tarde em sua casa, os pais estão fora. Els jogam game, vêem filme pornôs, se divertem. Quando Chia fala para Natanael de sua experiência sexual com a namorada, Natanel se inquieta. Quando Chia adormece, Natanael passa a sentir a pele e cheiro do amigo. Mais tarde, jogando basquete na quadra, Chia pergunta a Natanael porqu6e ficou tocando no corpo dele enquanto ele dormia. Um filme delicado, rodado em preto e branco e bem interpretado pelos dois jovens atores. Um filme que não tem pressa de mostrar a sua história, e certamente, o espectador já se colocou no lugar da tensão sexual de Natanel em algulm momento de sua vida.

Muitas felicidades

"Best wishes", de Xiaoan Zhang (2021) Curta LGBTQIAP+ realizado com apenas um único plano sequência, "Muitas felicidades" apresenta um jovem chinês, interpretado por Chen Nan, que está sentado em uma sala, sozinho, com um celular. Ele conversa com outro chinês, voz de Wang Yu Chen, e entendemos que ele sjá foram amantes. Mas agora Chen Nan está no dia de seu casamento, e a noiva o aguarda no altar. Seu amante tenta persuadi-lo para abandonar tudo e irem juntos para as montanhas onde foram felizes. O roteirista e diretor chinês radicado na Austrália Xiaoan Zhang realizou esse filme para fazer uma denúncia sobre uma prática comum na China: chineses gays são obrigados a se casarem pelos seus pais. Estima-se que existam mais de 30 milhões de pessoas gays na China, muitas das quais se casam com pessoas desconhecidas do sexo oposto devido à pressão familiar e social. Esses casamentos inevitavelmente terminam em tragédia. Um filme de realização simples, um bom ator e bela fotografia.

Don't be a dick!

"Don't be a dick", de Amir Ovadia Steklov (2020) Divertida animação LGBTQIAP+ erótica, escrita, dirigida e animada pelo alemão judeu Amir Ovadia Steklov. Através de conceito histórico, pesquisado através de gravuras e afrescos da arte egípicia, romana, grega, asiática, o filme faz comparações com o tamanho do pênis, culminando com a pornografia em sites. Através de pesquisa em Google, quando se diita "pênis grande", aparecem os negros, e "pênis pequeno", os asiáticos. Por um bom yempo, o tamanho do pênis era associado ao animal: eram veneradas na arte romana e grega a representação do pênis pequeno, enquanto quem possuia p6enis grade, eram consideradas pessoas menos desenvolvidas.