quarta-feira, 15 de maio de 2024

Chime

"Chime", de Kiyoshi Kurosawa (2023) Exibido no Fetsival de Berlim 2023, "Chime" é realizado por Kiyoshi Kurosawa, um mestre do terror japonês, diretor de 'A cura", "Pulse", entre outros excelentes filmes. O filme, como em quase todos os projetos de Kurosawa, partem de uma situação cotidiana e dela ele faz o seu terror, muitas vezes sem explicação. Os fatos apenas acontecem. Matsuoka (Mutsuo Yoshioka) é um professor burocrático e frio de uma escola de culinária. Um de seus alunos é visto como estranho pelos alunos e funcionários. Ele diz ao professor ouvir um som estranho. A partir daí, fatos inexplicáveis começam a acontecer, desencadeando um efeito dominó que desestrutura o professor e quem está próximo dele. Belamente fotografado e filmado, o visual do filme e a edição reforçam a frieza da ambientação. Tanto a escola, as ruas e a casa do professor são vistos como ambientes clean, silenciosos, sem qualquer sinal de humanidade. É instigante e talvez irrite pelo seu final abrupto, deixado em aberto.

terça-feira, 14 de maio de 2024

Blackout

"Blackout", de Larry Fessenden (2024) A maior curiosidade desse filme de terror sobre lobisomens, é que o protagonista , Alex Hurt, é filho do grande ator Willian Hurt. Produção independente, o filme é mais um drama existencialista sobre um homem que se descobre ser um lobisomem, assim como o protagonista do clássico "Um lobisomem americano em Londres", do que terror gore propriamente dito. Os efeitos de transformação, que são o aperitico de qualquer filme de licantropo, nem existe aqui, por falta de orçamento, e é narrado através de animação. O lobisomem que já aparece transformado é todtalmente montado com efeitos práticos, e lembra os filmes clássicos dos anos 40 e 50, com máscara e tudo. O filme tem o ser charme, mas que se perde um pouco pela longa duração e o ritmo bastante arrastado. Mas vale por umas 3 cenas de ataque: a do início, a da delegacia e a de um com pessoas que buscam ajudar um acidentado no trânsito. Em uma cidade do interior, um artista plástico, Charley (Alex Hurt) procura um amigo, dizendo para matá-lo, pois acredita ser um lobisomem que se transforma nas noites de lua cheia. Paralelo, um delegado coloca a culpa em um imigrante latino em relação às mortes ocorridas na região. Atualmente, boa parte dos filmes de terror usam o gênero como metáfora de alguma pauta social. Em "blackout", se discute a xenofobia em relação aos imigrantes e a forma como são maltratados. "Blackout" poderia ser um ótimo filme, e tem elementos para isso. Os atores são bons, algumas cenas são ousadas. Mas faltou uma editada para enxugar a duração, excessiva.

Campfire

"Campfire", de Austin Bunn (2023) Premiado curta LGBTQIAP+, "Campfire" é um excelente filme dirigido pelo professor da Universidade de Cornell. Austin é professor Associado no Departamento de Artes Cênicas e Mídia, e escreveu um roteiro delicado e comovente sobre a comunidade queer na terceira idade. Mais: misturando ficção e depoimentos reais de frequentadores de um acampamento lgbt para idosos, ele narra diversas histórias, captaneadas pelo protagonista Carl (Mark Rowe), um fazendeiro casado e com uma filha que vai até um acampamento isolado na Pensilvânia em busca do homem por quem se apaixonou 30 anos atrás, Mark. Eles se conheceram na fazenda do pai de Carl e Mark era funcionário, e ambos se apaixonaram e se amaram. Mas Carl teve medo de assumir o relacionamento e deixou Mark partir. Agora, ele quer ir em busca do homem que ama. Impossível o espectador não ficar torcendo por um final feliz, e pelo encontro entre os dois homens. O flashback, apresentando um Mark jovial, conforme a lembrança e memória de Carl, é lindamente fotografado. Ao mesmo tempo que é delicado, o filme mostra, contraditoriamente, um universo fetichista e de SM bondage. Mas como o filme deixa claro, antes tarde do que nunca. E nunca deixe de fazer algo, para não se arrepender depois.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Baby

"Baby", de Jessie Levandov (2019) Excelente curta LGBTQIAP+ americano, premiado em diversos festivais de gênero. A roteirista e diretora Jessie Levandov durante mais de uma década, deu aula de cinema em escolas públicas de Nova York. Através da convivência com os alunos, JEssie pôde entender melhor a aadolescência e seus conflitos, entre eles, o da sexualidade, envolvendo o medo da masculinidade tóxica. Escalando seus atoree entre seus alunos, todos sem experiência prévia na atuação, dessa forma, trazendo uma verdade e um naturalismo comovente para uma história simples , mas impactante em seu subtexto. Ambientado no Bronx, o filme apresenta Baby (Ali Mian), um adolescente dominicano americano do Bronx, em uma tarde de sábado, junto de sua turma em uma quadra. Eles fumam, riem, ouvem música. Baby pega o metrô e segue até uma barbearia, para coirtar o cabelo para um encontro. O barbeiro pergunta como é a garota, Baby interage. Depois Baby entra em uma loja e compra uma rosa, novamente o vendedor diz como é a garota. Até que Bbay revela quem é seu interesse amoroso: um rapaz dominicano, que BAby conheceu no encontro com a galera. O filme revela o quanto ainda é difícil para rapazes gays conseguirem sair do armário, quando vivem e cresceram em ambientes extremamente conservadores e homofóbicos. O que a soiedade espera do homem, as expectativas. Ainda assim, o filme deixa em aberto uma luz no final do túnel, uma possibilidade do amor entre esses dois rapazes, que mesmo que se encontrem escondidos, podem florescer para algo maior do que eles.

domingo, 12 de maio de 2024

Read aloud

"Read aloud", de Blake Pruitt (2015) Curta dramático LGBTQIAP+ , 'Read aloud" fala sobre relações efêmeras em apps compo Grindr e o que de fato as pessoas buscam ali. Justin (Isaac Josephthal) é um editor de cinema independnete que está editando diversos materiais sobre performances de drags. Solitário, Anthony marca peguetes do Grindr para irem em sua casa. Um deles é um diretor de filme independente, com quem Anthony troca informações sobre conceito de filme e performance drag. Mas o rapaz depois desse dia, não responde mais as mensagens de Anthony. O filme traz um roteiro que me parecem 2 filmes distintos: Anthony desejar performar como drag, e a discussão acerca de relacionamentos baseados em sexo através de apps. O que poderia render um bom filme, acaba se tornando confuso e sem foco. Anthony também é apresentado como um jovem gay arrogante e sem carisma.

The surf report

"The surf report", de Courtney Powell (2016) K (Ronadl Peet), um surfista de Rockaways, sai para surfar um dia e nunca mais volta. Freddie (Frankie Lapace), seu namorado, se desespera a saber do desaparecimento. Os dias se passam e a polícia dá o caso como encerrado. Evitando comparecer ao velório sme corpo, Freedie acaba frequentando uma taróloga. Curioso curta dividido em 4 capítulos, o filme discute o espiritismo. Fosse aqui no Brasil, certamente a taróloga teria sido substituída por uma espírita. Não curti muito o roteiro. O que faz valer assistir são as belas locações e o bom trabalho do elenco.

Gatilho

"Trigger", de Yorgo Glynatsis e Chloe Potamiti (2022) Baseado na história real do co-diretor, roteirista e protagonista de "Gatilho", o grego Yorgo Glynatsis. Durante uma audição para o reality show inglês "Dream island", Anthony (Yorgo Glynatsis ) é entrevistado por uma diretora de elenco, que grava os depoimentso em uma câmera. As perguntas têm caráter invaisov, com questionamentos sobre sexualidade, formas de fazer sexo, etc. Essas perguntas trazem uma lembrança de Anthony, quando ele foi à uma festa e fez sexo sem camisinha com um estranho. Um filme premiado que traz diversos temas: o quanto uma audição pode invadir a intimidade de um ator durante um teste de elenco, e também, sobre fazer sexo sem proteção. No início, o filme traz elementos de humor, mas à medida que avança, vai ficando cada vez mais dramático. Um filme simples, porém bem executado e que deixa bem clara as suas mensagens.

Mars express

"Mars express", de Jérémie Périn (2023) Concorrendo nos prestigiados festivais de Annecy e Cezar, "Mars express" traz referências de muitos clássicos da ficção cinetífica: "Blade runner", "Exterminador do futuro 2", "Vingador do futuro", "Robocop", 'Eu, robô" e "Ghost in the shell". O filme é uma produção fracesa e ambientada na Terra de 2200, quando o desemprego assola o planeta. Os ricos decidiram migrar para Marte, acompanhados de robôs Ai para lhes faezr companhia, A policial Aline (Léa Drucker) e seu parceiro, o robô Carlos (Daniel Njo Lobé) são contratados para localizar uma estudante que desapareceu. Eles seguem até Marte e decsobrem que existe uma tentativa de rebelião dos robôs de romperem sua relação com os humanos. O filme tem um roteiro repleto de complexidade e claro, existencialismo que serve tanto para os humanos, quanto para os robôs. Asism como em "Robocop", Carlos foi construído a partir da consiência do Carlos original, morto em uma rebelião anos atrás. Ao viistar a ex-mulher, ele a revê, junto da filha, só que ela se casou novamente. Carlos foi programado para não atacar o novo marido. Também trazendo referências a "Blade runner", o filme discute o quanto os Ai podem expressar sentimentos humanos. Um filme muuito bom, com excelente visual e muito boa criatividade no desenho dos robôs, cada um diferente do outro.

Mysterious ways

"Mysterious ways", de Paul Oremland (2023) Drama LGBTQIAP+ neo-zelandês, "Mysterious way" fala sobre preconceito e homofobia dentro da igreja. O padre anglicano Peter Simmons (Richard Short) é reverenciado pelos fiéis que vão para a igreja onde ele prega para assistir suas missas, pedir batizados de bebês eos eventos sociais, como missa para prisioneiros e dando depoimentos em um canal de rádio sobre a fé. Secretamente, o padre mantém um relacionamento com o treinador de rugby Jason (Nick Afoa). Eles são apaixonados e decidiram que irão revelar o amor deles publicamente e se casarem na igreja. Quando Peter decide levantar a pauta dentro da igreja sobre amor entre pessoas do mesmos exo, fiéis homofóbicos e o bispo (Michael Hurst) se pocosionam contra. O caso se torna público e acaba desgastando a relação de Peter e Jason. Um filme correto e com uma pauta bem clara. O público torce para que o casal se mantenha unido, criando personagens beme squemáticos que dividem em tipos a avor e tipos contra a união civil. Outros personagens a se destacar pela luta em prol da união é a filha de Peter, Kate (Becky McEwan) e o sobrinho trans de Jason, Billy (Joe Malu Folau).

Horror story

"Horror story", de Adrian Apanel (2023) Rara e excelente comédia polonesa, "Horror story" engana pelo seu título. Mas o horror ao que se refere, é o medo e a aflição dos jovens formandos em faculdade que precisam saber lidar com busca de emprego, pressão familiar, pressão pelo sucesso e a vergonha de ser um loser. Com uma extraordinária atuação de Jakob Zajac no papel de Tomek, o filme traz um olhar cruel e desesperançoso sobre toda uma geração na faixa dos 20/30 anos que precisa se reinventar e que, para isso, se vira como pode. Tomek,após se formar em economia, se muda para a capital Varsóvia para tentar dar início à sua carreira, fazendo inúmeras entrevistas, todas elas, fracassadas. Com pouco dinheiro, ele decide alugar um quarto em uma casa decadente, cuja dona é uma idosa mal humorada. Os outros inquilinos envolvem um trambiqueiro e um loser. Tomek vai ficando cada vez mais humilhado à medida que as entrevistas fracassam. Sua mãe liga para ele pressionando e seus colegas de quarto testam a sua paciência. Um filme incrível, com ótimo roteiro e diálogos, que mostram a crueldade da busca de um jovem para se firmar na vida profissional. As situações pelos quais Tomek passam podem ser até exgeradas para dar humor, mas não deixam de ser realistas por conta das bizarrices que envolvem as entrevistas de trabalho e da sensação de fracasso profisisonal e pessoal.

La chimera

"La chimera", de Alice Rohrwacher (2023) Concorrente à Palma de ouro em Cannes em 2023, "La chimera" é dirigido pela atriz e cineasta italiana Alice Rohrwacher, de "Lazaro feliz" e "As maravilhas". O filme ficou conhecido entre os brasileiros cinéfilos por trazer a atriz brasileira Carol Duarte, de "A vida invisível", entre as protagonistas. A fotografia é de Helene Louvart, que também fotografou 'A vida invisível". O filme, rodado em Lácio, acompanha Arthur (John O'connor), um arqueólogo inglês que ficou preso após roubar relíquias encontradas em covas subterrânea, encontradas por um dom sobrenatural que ele possui. Ao retornar para a cidade rural onde ele conheceu a mulher de sua vida, já falecida, Arthur vai encontrar a sua ex-sogra, Flora (Isabella Rosellini). Lá, ele conhece Itália (Carol Duarte), uma jovem aspirante à cantora que se emprega como empregada esperando receber lições de canto de Flora, uma ex-cantora famosa. Arthur acaba s eunindo à uma gangue com quem roubava relíquias em covas e voltam a praticar os roubos, vendidos para uma merchan chamada Spartaco (Alba Rohrwacher). Eu adoro os outros filmes de Alice, mas esse "La chimera" não me seduziu. Belamente filmado, com ótimos atores, mas o filme me deu a impressão de ver vários filmes em um. As cenas me pareceram aleatórias, a trama do roubo das relíquias não teve um desfecho satisfatório e o dom sobrenatural ficou sem explicação.

sábado, 11 de maio de 2024

Come closer

"Der Siebzehnte", de Ralf Walker e Saskia Walker (2020) Drama alemão considerado pela crítica como um exemplar de "Mumblecore", ou seja, um filme realizado com poquíssimo orçamento, e que discute relacionamentos. Os próprios diretores, roteiristas e casal de protagonistas, Ralf Walker e Saskia Walker, se expõem para as câmeras em cenas de intensa intimidade sexual. Bella ( Saskia Walker ) está com Andreas ( Ralf Walker ) são um casal de meia idade, casados há anos. Ambos se amam, mas também se permitem a ter relacionamentos abertos. Andreas, que também faz sexo e se relaciona com homens, passa a se relacionar com seu amigo Daniel (Devid Striesow), que por sua vez, se relaciona com qualquer um que lhe apareça. Além dos 3 personagens, o filme apresenta outros personagens, em um painel diverisificado sobre relacionamentos: um adolescente que busca por uma namorada; um idoso que vagueia nú pelos campos, esfregando em seu corpo vísceras de animais; um homem casado com diversas mulheres e que possui filha com cada uma delas. Confesso que não gostei do filme. O roteiro é uma bagunça, é um filme arrastado e nenhuma das histórias de fato me interessou. As cenas são mal costuradas e muitos sub-plots não fazem sentido nem levam o filme adiante.

A mesa da sala de jantar

"La mesita del comedor", de Caye Casas (2022) Vencedor de mais de 20 prêmios, é difícil classficar o filme espanhol "A mesa da sala de jantar". Pode ser um denso drama, pode ser um terror psicológico, ou pode ser um filme de humor ácido repleto de críticas sociais e sobre relacionamentos conjugais falidos. Jesus (David Pareja) e Maria (Estefanía de los Santos) formam um casal na faixa dos 35 anos com um casamento desgastado. O bebê recém nascido é o que ainda os une. Quando estão em uma loja de móveis, Jesus tem o desejo de comprar uma mesa de centro, com a tapa de vidro. O vendedor (Eduardo Antuna, extraordinário) convence o marido a comprar, dizendo que o vidro é inquebrável. Maria desdenha da mesa e agride verbalmente o marido e o vendedor. Em casa, ao montar a mesa, Jesus percebe que falta um parafuso. Quando sai pra fazer compras no mercado, Maria deixa o bebê para Jesus tomar conta. Mas por um acidente e descuido, Jesus deixa o bebê cair sobre a mesa, e o bebê é decapitado. Desesperado, Jesus acaba disfarçando a cena do crime. Quando a esposa chega, ele tenta disfarçar, alegando que o bebê está dormindo. Súbito, algumas visitas chegam: o irmãio de Maria e sua esposa grávida, e Ruth, a vizinha de 13 anos que alega que foi assediada sexualmente por Jesus. Um filme estranho mas ao mesmo tempo, interessante, que traz um roteiro totalmente imprevisível. O espectador acompanha a narrativa esperando algum rompante onde alguém tome alguma atitude violenta. A cada minuto, a situação vai se tornando insuportável para Jesus e a tensão do filme vai crescdno. Um excelente estudo de personagens, é um filme polêmico, por ousar mostrar a morte de um bebê de forma violenta e falar sobre pais que enfrentam a depressão pós parto, no caso, o marido. Os atores são todos incríveis, e pensando no texto, seria possível até montar uma peça de teatro com a narrativa.

I saw the tv glow

"I saw the tv glow", de Jane Schoenbrun (2024) Concorrendo no Festival de Berlim na Mostra Panorama e em SXSW, "I saw the tv glow" é produzido pela famosa produtora independente americana A24. Escrito e dirigido pela cineasta trans Jane Schoenbrun, o filme é um terror de realismo fantástico que se apropria do gênero para falar sobre a transição de gênero. A cineasta Jane Schoenbrun desenvolveu o roteiro quando ainda estava transicionando, e o filme fala metafprocamente do dilema do personagem Owen, que vai dos anos 90 até os dias de hoje em um grande conflito, desejando ser uma das heroínas de uma série de tv, "The pink opake", Isabel. Isabel e Tara são herínas do programa d etv, que lutam contra entidades do mal, principalmente o Mr Melancholy, uma figura diabólica na forma da lua. Owen mora sozinho com sua mãe, e na escola, conhece uma aluna mais velha, MAddy, que o apresenta ao programa. Desde então, Owen fica viciado na série, e assiste junto de Maddy na casa dela. Mas quando Maddy desaparece. Owen se sente solitário. Logo sua mãe morre e o programa é cancelado. os anos se passam, e Owen misteriosamente recebe VHS da série, e o assiste em casa. Assim como as irmãs Warchowsky, que criaram a trilogia "Matrix", a série 'Sense eight" e o filme "A viagem" para falar sobre transição de gênero na simbologia da fantasia, "I saw the tv glow" homenageia as séries de tv dos anos 90 que retratam heroínas, mas também fala sobre o medo de ser aceito, de sair do armário, e por consequência, a pessoa se trancar em seu mundo solitário. O roteiro é complexo e a narrtiva bem confusa, mas se voc6e tiver em mente que o filme todo é sobre querer mudar o gênero e se espelhar no sexo oposto, tudo irá ficar mais claro.

Grave torture

"Siksa Kubur", de Jojo Anwar (2012) Premiado curta de terror indonésio, "Grave torture" foi lançado em 2012. O filme se tornou um cult e logo, um sucesso tão grande, que o cineasta Jojo Anwar decidiu lançar uma versão em longa-metragem em 2024. No curta, um menino de 9 anos está de luto pela morte de seu pai, um serial killer, morto pela polícia. No seu velório, sem ninguém presente, o menino decide se trancar sozinho no caixão junto do cadáver do pai. Alguém tranca o menino por fora. Pela lenda, diz-se que um morto irá acordar dentro do caixão e seu punido por alguma entidade. O menino acaba presenciando essa punição. Um filme simples, silencioso, sem diálogos, todo construído em atmosfera de terror. A curiosidade sobre o que irá acontecer com o menino dentro do caixão junto do cadáver do pai morto vai num crescendo, pois o espectador não sabe o que irá acontecer. ME lembrou muito os filmes de Zé do Caixão. que já falava sobre tortura no inferno bem antes desse filme indonésio.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Ghost of you

"Ghost of you", de Chloe Xtina (2023) Mae (Lucy Urbano), Jenny e Louise são três irmãs adolescentes que passam um final de semana no campo com a mãe delas. Ao tomarem banho no riacho, elas observam um adolescente gravando elas escondida. Esse ato de voyeurismo atiça em Mae uma luxúria, um desejo que ela começa a sentir em seu corpo, um aflorescer e despertar sexual. Ela encontra o perfil do rapaz na rede social, e passa a imaginar interagindo com eles, e inclusive, fantasia um fantasma dele a rondando. Um filme bastante feminino, escrito, dirigido, protagonizado e fotografado por mulheres. A própria diretora escreveu o roteiro baseado em suas lembranças de adolescente, quando se viu observada, e essa sensação provocou algo nela que ia além do assédio. Um filme de sensações, rodado em narrativa poética e quase experimental.

Across the furious sea

"She guo fen nu de hai", de Baoping Cao (2023) Baseado no romance homônimo de Lao Huang, "Acriss the furious sea" é um trhiller de vingança chinês muito bom, prejudicado apenas pela longa duração, de quase 2 hrs 40 minutos. Premiado em festivais, o filme apresenta o protagonista, o pescador Jin (Huang Bo), capitão de uma traineira de pesca chinesa. Ele trabalha bastante para sustantar a sua filha Nana (Zhou Yiran), que foi estudar em uma universidade em Kyoto. Uma ligação informa a Jin que sua filha desapareceu. Desesperado, ele viaja até Kyoto e encontra o namorado de Nana, Miaomiau (Zhang Youhao), que lhe informa que não sabe do paradeiro dela. Mais tarde, Jin decsobre pela polícia que Nana foi encontrada morta com 17 facadas e estuprada por um grupo de homens. Jin decide ir atrás de Miaomiao, que fugiu para China, e se refugiou na mansão de seus pais. A mãe de Miaomiao, Jing (Zhou Xun) faz de tudo para ecsonder o seu filho, enquanto Jin segue seu rastro. O filme tem cenas memoráveis de ação: uma acontece em um evento de Cosplay, no telhado do arranha céu; a outra, é uma persgeuição de carros que atravessa um grande viaduto por cima do mar, e durante o temporal, peixes caem do céu (uma cena bizarra!!!). Os atores são ótimos. A narrativa é entrecortada com o presente e o flashback, com nana, e o público entendendo aos poucos o que aconteceu com ela. Um ótimo filme, repleto de tensão e um desfecho arrasador.

Ninguém está olhando

"Nadie nos mira", de Julia Solomonoff (2017) Premiado em vários Festivais, entre eles o Cine Ceará, de onde saiu com Melhor Filme, Melhor Ator, Edição e crítica, e em Tribeca com o prêmio de Melhor Ator, "Ninguém está olhando" celebra a profissão do Ator. O olhar da co-roteirista e Diretora Julia Solomonoff poderia em principio, ser confundido com um ponto de vista extremamente cruel sobre essa profissão. O protagonista, o Ator argentino Nicola (Guillermo Pfening, soberbo), abdica de uma carreira em ascensão na Argentina com uma novela de sucesso, para tentar a carreira em Nova York, protagonizando um filme independente de um jovem Cineasta mexicano. Ficamos sabendo que na verdade, Nicola era amante do Diretor da novela, Martin, casado e com filha, e resolveu sair daquele ambiente pois se sentia sufocado. No entanto, a sua vida em Nova York vai de mal a pior: os produtores querem um ator famoso; nos testes que vai fazer para papel de latino o consideram europeu demais, por seu loiro e seu visto está para vencer. Sem dinheiro, Nicola faz bicos de garçon, de babá, chegando até mesmo a roubar em mercados. Nesse verdadeiro mundo cão da instabilidade profissional e financeira, Nicola vai esgotando as suas possibilidades. É um filme que deve ser visto por todos os atores, pois provavelmente, alguma das situações retratadas já foram vividas. Assédio, frustração, testes de elenco claustrofóbicos, humilhação, busca por um perfil. Um filme doloroso, que fala sobre sonhos frustrados, mas que acende uma luz no fim do túnel para quem não larga mão da profissão.

Jet boy - garoto inocente

"Jet boy", de Dave Schultz (2001) Chocado com a ousadia desse drama LGBTQIAP+ canadense. Produção independnete, o protagonista é um garoto de 13 anos, Nathan, que para sobreviver, faz programa com homens mais velhos. Nathan (Brandon Nadon) cresceu sem pai e mora com sua mãe viciada em heroína. Ela o obriga a comprar drogas para ela, que acaba morrendo de overdose. Ao prestar depoimento na delegacia, Nathan acaba fugindo e conhece Boon (Dylan Walsh), homem cuja identidade não é muito clara. Ele dá carona a Nathan até uma cidade próxima. Boon vai rever seu pai que está na CTI e aproveita para rever sua ex-namorada, Erin com quem rompeu. Nathan se apaixona pelo filho de Eron, Jordan. Mas Nathan acaba discutindo com Boom e retorna à prostituição. Um filme denso, pesado, com cenas cruas e chocantes envolvendo a sexualidade do menino Nathan. A performance do jovem ator Brandon Nadon é bem realista e fico pensando nos pais do ator, que liberaram o menino para fazer o filme. Aqui no Brasil, um papel desses seria bem problemático para ser aceito. Não é um filme fácil de se assistir, por sua natureza bastante nua. ecrua da vida de pessoas matginalizadas.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Veríssimo

"Veríssimo", de Angelo Defanti (2024) O documentário "Verissimo" pode enganar o espectador que fôr assistir ao filme achando que irá encontrar um filme didático e com cabeças falantes dando depoimentos sobre a vida e obra de um dos maiores escritores e cronistas brasileiros, o gaúcho Luis Fernando Verissimo, filho do também escritor Érico Verissimo. Acontece que o filme, dirigido por Angelo Defanti, realizador de "O clube dos anjos", suspense adaptado de romance de Verissimo, faz algo insuitado: ele acompanha os 15 dias que precedem o aniversário de 80 anos do autor, em 2016. O filme foi rodado antes do AVC que Verissimo sofreu em 2021. Assim, no filme, ele caminha e fala, pouco, mas fala, devido a sua já notória timidez. Por conta da data festiva, o filme acompanha Verissimo em entrevistas e lançamento de livro em SP, RJ, POA e para a mídia. Mas na maioria dos 90 minutos do filme, o que vemos é uma câmera afastada, querendo ser o menos intrusiva possível, registrando o cotidiano familiar de Verissimo em sua casa, assistindo tv, brincando com seus netos, vendo partida do seu time, Internacional, interagindo com seus filhos e dando infinitas declarações de amor à Lucia, sua esposa com quem é casado desde 1969. Um filme singular, lento e contemplativo, e que mostra um autor ainda repleto de verve cômica e certeira.

The Spider

"The Spider", de Andy Chen (2024) Uma incrível e inspirada versão de "Homem aranha" feita por um fã, Andy Chen. O filme imagina uma situação onde, após ser mordido por uma aranha, Peter Parker (Chandler Riggs) vai se transformando em uma aranha humana, devoradora de pessoas. Um mix entre "Spider man" e "A mosca", de David Cronemberg, é um excelente cartão de visitas de um cineasta que promete muito, realizando um filme com incentivos próprios e com alta qualidade técnica. https://www.youtube.com/watch?v=Pn8Gvgttad8

If it were love

"Si c'était de l'amour", de Patric Chiha (2022) Concorrendo no Festival de Berlim como melhor documentário, "If it were love" apresenta os ensaios e o espetáculo "Crowd", da coreógrafa e diretora teatral franco-asutríaca Gisele Vienne, que inclusive já foi apresnetado em São Paulo em 2017. O espetáculo de dança apresenta 15 jovens bailarinos, de identidades de gênero distintas, que frequentam uma rave. Os bailarinos simulam movimentos em câmera lenta, uma festa erótica, sensual e hedonista, fotografada belissimamente e com um ritmo pulsante favorecido pela adrenalina da trilha techno. É muito bonito ver o quanto os bailarinos possuem o controle de seus corpos. O filme acompanha os rigororos ensaios e os bastidores, onde a câmera acompanha cada um dos bailarinos e suas histórias de intimidade.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Mud crab

"Mud crab", de David Robinson-Smith (2022) Premiado curta todo rodado em Budgewoi, New South Wales, Austrália. O filme é um denso retrato sobre uma relação abusador e abusado, através do ponto de vista de Jenny (Laneikka Denne), uma jovem rebelde integrante de um grupo de homens tóxicos que decidem agredir o jovem Daniel (Joseph Mehmet), um alcóolatra solitário que se tornou problemático desde a morte de seu pai em um acidente de carro. Após o inidente, meses depois, Jenny reencontra Daniel em um restaurante. Mais gordo, Daniel reconhece Jenny, mas ela diz que nao o conhece. "Mud crab" tem performances excelentes dos dois atores, e Joseph Mehmet emagreceu e depois engordou 30 kilos para o papel. O filme é quase todo narrado em off pela personagem de Jenny, e o espectador fica acompanhando a sua narração na esperança de uma virada da personagem e entender o porquê da agressão física. A fotografia trabalha tons distintos para o passado e o presente, que é mais sombrio. Um belo filme, bem dirigido e editado, que deixa uma sesação bastante incômoda em seu desfecho.

O jardim suspenso

"The hanging garden", de Thom Fitzgerald (1997) Premiado drama LGBTQIAP+ co-produzido pelo Canadá e Reino Unido, "O jardim suspenso" é escrito e dirigido por Thom Fitzgerald. O texto poderia render uma bela peça de teatro, que remete muito à "A visita da velha senhora" em sua essência. O filme se passa em 2 épocas, envolvendo o mesmo personagem, Sweet William ( Chris Leavins, na fase adulta, e Troy Velnotte, na fase adolescente). Sweet retorna à sua cidade 10 anos após desaparecer. Ele vem para o casamento de sua irmã, Elisabeth, com o noivo dela, Fletcher. No passado, Sweet, que era obeso, já sabia que era gay, mas escondia de toda a família. Sweet era apaixonado pelo colega de ecsola Fletcher, Um dia, ao se masturbarem mutualmente, a avó de Fletcher testemunha e faz escândalo. Envergonhado, Sweet se enforca em uma árvore. A estranheza do filme é que ele é divido em 2 épocas, mas o tempo presente é uma relidade projetada, pois não se sabe se Sweet sobreviveu ou se é uma realidade que não existe, e sim, uma possibilidade caso ele não tivesse morrido e um desejo de buscar resgatar e acertar as contas com todo mundo: seu pai alcóllatra e abusivo, sua mãe passiva e finalmente, a paix!ão por Fletcher. Eu gostei do filme, é defendido por bons atores e tem um tom bastante sombrio. O filme não busca romantizar os desejos platônicos de Sweet adolescente, que tem uma caráter bem ousado e sexualizado. O final, em aberto, procura deixar o espectador pensativo sobre a possibilidade de um desfecho solar, mas sabemos que se descobrir gay em famílias conservadoras e abusivas, certamente deixa um gostinho amargo na boca.

O bebê

"La petite", de Guillaume Nicloux (2023) Drama francês no sub-gênero "feel good movie", "A bebê" parte de uma trágica premissa: o casal gay Joaquim e Emannuel morre em um acidente de carro. O pai de Emannuel, Joseph (Patrice Luchinni), viúvo há 5 anos e solitário desde a morte da esposa, recebe a notícia ccnsternado. Ele havia se afastado do filho desde que ele se assumiu gay. Mas ele descobre que seu filho e o marido haviam alugado uma barriga de aluguel: Rita (Mara Taquin), moradora na bélgica, mãe de uma garota de 9 anos. Rebelde, Rita aluga a barriga para sobreviver. Joseph decide ir atrás de Rita e deseja cuidar do bebê. Rita se irrita, diz que Emannuel morreu mas ficou devendo parte do dinheiro e mais, que ele sempre falou mal do pai, Joseph. Iniciando uma relação da pior forma possível, logo Joseph e Rita se conectam em suas tristezas. Com ótima atuação de Luchinni e Taquin, o filme traz alguns elementos de humor, mas o que sobressai é a melancolia, a sensação de luto e o desejo de se reconectar e buscar um novo recomeço. A bela mensagem do filme é de que nunca é tarde para dar um novo ciclo na vida de algué, independente da idade. Rodado com sensibilidade, "O bebê" é indicado para quem busca filmes calorosos e com mensagens de esperança.

Exhuma

"Pamyo", de Jae-hyun Jang (2024) Exibido no Festival de Berlim 2024, "Exhuma" é um terror sobrenatural da Coréia do Sul. O filme traz muitos elementos na sua narrativa, e por isso, dividido em 6 capítulos, englobando uma trama que aparentemente parece ser simples, mas aos poucos, se revela se ruma trama sobre expiação do passado, traição à Pátria e de ambição e cobiça. Dois irmãos Xamãs, Hwa-rim (Kim Go-eun) e Bong-gil (Lee Do-hyun) são convocados para ajudar uma rica família de imigrantes coreanos moradores em Los Angeles. Eles acreditam que um espírito do mal se apossou do filho recém nascido, uma maldição que acompanha a família há gerações, desde a 2a guerra mundial. Os xamãs sugerem à família que eles devem retornar à Coréia do Sul e exumar o corpo do avô. PAra isso, se unem à uma dupla de xamãs coreanos, Sang-deok (Choi Min-sik) e seu aprendiz Yeong-geun (Yoo Hae-jin) para, juntos da família, exumarem o a ossada. Mas para surpresa de todos, assim que o corpo é exumado, mortes passam a acontecer entre os membros da família e os xamãs precisam s eunir para enfrentar o espírito do avô que veio para se vingar. O filme é bem estranho, pois começa como um filme de paranormais e aos poucos, vão surgindo fantasmas e até uma figura monstruosa. Em determinando momento, parece que estamos assistindo à uma versão sul coreana de "Os caça fantamas", só que com mais conteúdo. A trama é complexa e a longa duração prejudica um melhor aproveitamento de se saborear o filme. No entanto, algumas cenas são tão boas, como a do quarto do hotel e a exumação em si, tensas, que já valem fazer a pena assistir ao filme. E claro, o carisma dos 4 protagonistas , divertidos e assustados, o que faz o espectador torcer por eles.

Bold eagle

"Bold eagle", de Whammy Alcazaren (2022) Concorrendo em Sundance 2024, "Bold eagle" é um filme bastante ousado, tanto como narrativa e linguagem, como no erotismo, repleto de imagens explícitas. Escrito e dirigido pelo cineasta filipino Whammy Alcazaren, o filme foi realizado na pandemia e apresenta o protagonista, cujo apelido é "bold", nick que usa nos bate papos via webcam fazendo sexo virtual. Preso na pandemia, Bold se apresenta para estranhos na live cam, ao mesmo tempo que conversa com seu gato. O filme, conforme entrevista do diretor, é uma metáfora à ditadura de Ferdinand Marcos, quando a censura privou a população do senso de liberdade. O filme explora o prazer, a liberdade e mais, a exploração do corpo.

The river that never ends

"The river that never ends", de John Thomas Trinidad (2022) Premiado curta LGBTQIAP+ filipino, "The river that never ends" é escrito e dirigido por John Thomas Trinidad. O filme mostra a rotina de Baby (Emerald Romero), uma mulher trans que mora na periferia de Manilla, cuidando de seu pai doente que está com demência. O prédio é um cortiço e Baby se desdobra entre cuidar de seu pai e atender seus clientes que a contratam para ser acompanhante. Um de seus clientes é um senhor idoso que deseja se casar com Baby e quer que ela more com ele, mas Baby se sente na obrigação de cuidar de seu pai. Filmado com um olhar documental, o filme apresenta um painel sobre a classe média baixa e a convivência com moradores do prédio e o com boração de Baby, que trata seus clientes com a mesma paixão e fervor que cuida de seu pai. Um filme poético, mesmo mostrando a difícil realidade das pessoas matginalizadas.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

First love

"Hatsu koi", de Kôichi Imaizumi (2007) Drama LGBTQIAP+ japonês, "First love"trata do tema do primeiro amor de um adolescente de 17 anos, Tadashi (Hiroshi Murakami). Tadashi está despertando para a sua sexualidade e tem sonhos eróticos com o seu colega Kota, por quem é apaixonado. Frustrado e sofrendo bullying dos colegas da escola, Tadashi conhece em uma viagem de trem um casal gay liberal e assumido, Hiroki (Ryôya Kawashima) e Sinji (Shinji Horie), que são bem mais velhos. Fascinado, Tadashi vai atrás de Kiroki, que vai para um banheiro público. Tadashi desperta então para o mundo da pegação e passa a fazer parte d avida do casal. O mais bizarro desse filme que em princípio deveria ter um olhar mais ingênuo sobre o despertar sexual de um adolescente, é que ele tem uma sub-trama repleta de aventuras sexuais do casal mais velho, com cenas de sexo quase explicito. O próprio Tadashi tem um sonho erótico onde se imagina sendo estuprado por Kota. Definitivamente, um filme adulto, tecnicamente amador, com fotografia de baixa qualidade e edição com cortes bruscos.

O dublê

"The fall guy", de David Leitch (2024) filme de ação e aventura dirigido por David Leitch, realizador de "Deadpool 2", "Trem bala", Atomic blonde" e ele mesmo foi coordenador de cenas de ação e stunt. O filme é uma homenagem à profissão, e DAvid usa ação, comédia e uma história muito maluca para fazer Ryan Gosling brilhar com seu jeitão de galã divertido. Gosling é Colt Seavers, dublê há 6 anos do mega astro Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson), um tipo mega arrogante, agenciado pela produtora Gail (Hannah Waddingham). Colt namora a assistente de câmera Jody Moreno (Emily Blunt), cujo sonho é se tornar diretora. Um acidente no set envolvendo Colt faz com que ele desapareça da vida de Jody e do mundo do cinema, indo trabalhar como manobrista em um restaurante mexicano. Um ano depois, Gail o localiza e o convida para ser dublê novamente de Tom, no filme de estréia na direção de Jody. Seduzido por achar que foi Jody quem o convidou, Clt aceita ir até a filmagem na Austrália. Mas durante as filmagens, ele decsobre que não foi Jody quem o chamou, e se vê envolvido em uma trama de traição e vingança. Ryan Gosling é a grande estrela do filme, e as muitas cenas de ação envovendo o personagem são tão exageradas, que acaba arrancando umas risadas do público. Mas a verdade é que a trama não é tão sedutora asism, Emily Blunt está mal aproveitada e a história se arrasta demais, quando você acha que o filme vai acabar, ele continua. Os personagens de Gail e de Tom são muito caricatos e irritantes, e de fato, senão fosse pelo personagem de Ryan, o filme teria sido um porre total. Um outro destaque é a da atriz Stephanie Hsu, em um papel de uma adestradora de animais, e a trilha sonora, repleta de clássicos pop, inlcuindo uma bela cena de Emily Blunt cantando 'Take a look at me now".

New life

"New life", de John Rosman (2023) Interessante filme de terror sobre uma mulher, Jessica (Hayley Erin) que é perseguida por uma mulher contratada para loxalizá-la, Elsa (Sonya Wagler). Há uns dias atrás, Jessica passou a noite com seu namorado em um acampamento na floresta, isolados. Ao ver um cachorro, Jessica o acolhe. O que ela não sabia, é que o cachorro fugiu de um laboratório do governo, que fazia pesquisa para armas biológicas. Jessica, assintomática, aaba contaminando a todos que ela toca. Certamente o filme foi desenvolvido durante a pandemia, onde os roteiristas se apropriaram do tema do vírus para retomar esse sub-gênero já visto em filmes como "Ebola", "Contágio", entre outros. O filme investe bastante no drama e tem um tom bastante pessimista.

domingo, 5 de maio de 2024

Forever young

"Les amandiers", de Valeria Bruni Tedeschi (2023) "Você acha que ser atriz é ser uma exibicionista? Porque você quer atuar?" Com essas perguntas, se dá início ao filme "Forever young", escrito e dirigido pela atriz e cineasta Valeria Bruni Tedeschi. O filme concorreu à Palma de ouro em Cannes 2023, mas um escândalo envolvendo o seu jovem protagonista, o ator Sofiane Bennacer, 25 anos, e namorado de Valeria, 54, abafou as chances do filme ganhar prêmios: ele foi acusado de assédio por 4 mulheres. O filme é um relato auto-biográfico de Valeria, que é baseado em suas experiências como estudante de interpretação na escola de teatro Les Amandiers em Nanterre na década de 1980, onde estudou com os prestigiados diretores e atores Patrice Chéreau e Pierre Romans. Envolvendo aids, aborto, suicídio, drogas e assédio moral e sexual, o teor do filme não difere de outros que falam do memso tema de jovens atores em busca de um lugar ao sol. Stella (Nadia Tereszkiewicz) é o alter ego de Valeria. De família rica, ela sente que está perdendo sua juventude, e decide se inscrever à uma vaga no curso de teatro. Na audição, vários alunes são entrevistados e fazem cenas de interpretação, e finalmente, 12 são escolhidos.Stella acaba se envolvendo com o aluno Etienne (Bonnacer), viciado em heroína e violento depressivo. Patrick Chereau é interpretado por Louis Garrel, um professor extremamente exigente e em uma cena decsonfortável, assedia sexualmente um aluno. Com ótima direção de atores de Valeria, o filme é um painel naturalista sobre os anseios da juventude que deseja encarar aulas d einterpretação, com cenas de ensaio, ansiedade, frustração. Me lembrei imediatamente de "Fama", de Alan Parker, um filme obrigatório para quem busca espelhar o universo artístico.

O clã

"Le clan", de Gaël Morel (2004) Com roteiro escrito por Christophe Honoré e pelo cineasta Gaël Morel, "O clã" é um dos filmes mais homoeróticos e sensuais, repletos de alta carga erótica que assisti em anos. E isso sem ser vulgar: são cenas de aparo de pelos pubianos, de pelos nas nádegas, de 3 irmãos se abraçando e dormindo nús juntos, de sexo entre homens, de masturbação entre broderagem...e sério, nada vulgar, tudo captado de forma poética, auxliado pela escalação de 3 atores dos mais footgênicos que voc6e possa encontrar em um filme. A história é sobre o amor entre 3 irmãos e o pai deles, todos algerianos, morando nos alpes. Após a morte da mãe e esposa, os 4 homens da família se desestruturam e procuram encontrar um caminho para seguir o luto. Sem o norte da figura feminina, cada um tem a sua história de encontros e desencontros, em um filme dividido em 3 capítulos, cada um narrando um ponto de vista de um dos irmãos. Marc (Nicolas Cazalé) desde a morte da mãe se tornou rebelde e envolvido com drogas, ale'm de raspar a cabeça e ficar semi-nu o tempo todo. Olivier (Thomas Dumerchez), 17 anos, é tímido e não consegue se relacionar com seus irmãos e seu pai, e está descobrindo a sua sexualidade com Hicham, amigo de MArc, por quem está apaixonado. Christophe (Stéphane Rideau), o mais velho, é um ex-delinquente. e agora libertado da prisão, procura se reinserir no mercado de trabalho. O pai (Bruno Lochet), procura entender seus filhos, ao mesmo tempo que está em luto pela morte da esposa. Em diversos momentos, me lembrei do filme "Pai e filho", de Alexandet Sokurov, onde é insunuada uma relação incestuosa. O filme é belíssimo, com fotografia que intensifica a beleza das locações e dos atores, todos muito belos e talentosos. A melancolia reina na narrativa, sempre sob uma sombra de alguma tragédia eminente. Sensível, a história prende a atenção do espectador, principalmente na opção de ser dividida em 3 atos, onde fica a curiosidade sobre a história de cada um dos irmãos.

O tarô da morte

"Tarot", de Spenser Cohen e Anna Halberg (2024) Eu sempre tenho problema com esses filmes de terror onde um grupo de adolescentes sem ter algo melhor a fazer acabam conjurando espíritios através de um jogo. Eu não consigo torcer por nenhum deles. Aqui em "O tarô da morte", livre adaptação do livro escrito em 1992 por Nicholas Adams, "Horroscope", temos um grupo de amigos de faculdade que alugam um airbnb para um final de semana e no porão da casa, encontram um veljo tarô abandonado. Uma das amigas entende de astrologia e lê as cartas pros amigos. Mas o que não imaginavam, era que as cartas estavam amaldiçoadas: séculos atrás, uma astróloga leu as cartas de um conde, e ao ler que a morte rondava a vida da esposa dele, o conde mandou matar a filha dela. A mulher se vinga amaldiçoando a todos. Agora, o grupo precisa encontrar um jeito de acabar com a maldição, enquanto um por um vai morrendo. O que tem de interessante aqui no filme são as mortes. Existem 2 cenas que de fato, valem fazer ver o filme, por mais que ele seja genérico: a cena de uma morte de uma personagem sendo serrada ao meio, como em um número de mágico, e uma que acontece no elevador. Do elenco, o destaque é Jacob Batalan, o ator que interpreta o melhor amigo de Peter Parker de Tom Holland. Para quem gosta da franquia 'Premonição", o filme certamente vai ser bem visto. O que me irritou, e isso deve ser para conter gastos, todas as cenas de morte são em ambientes desertos, seja no metrô, seja na faculdade.

O concorrente

"The contestant", de Clair Titley (2023) Documentário fascinante que apresenta uma história real ocorrida no Japão em 1998, uma época onde os realities shows estavam começando a chamar a atenção do público. Assim como em "O show de Truman", um homem teve toda a sua vida televisionada para 3milhões de espectadores sem que ele soubesse, e mais, totalmente nú e trancafiado em um pequeno cubículo. Essa é a história de Nasubi, um jovem aspirante a ator e comediante, que se inscreveu no programa "Denpa Shonen: Uma Vida em Prêmios". Ele venceu outros candidatos e desde então, teve a chance de ganhar o prêmio, mas para isos, foi forçado a ficam sem roupas e sem suprimentos. Para sobreviver, ele deveria participar de sorteios que constavam em cupons em revistas. Ele ganhava desde pacotes de arroz, biscoito, até peças de roupa. Ele foi emagrecendo aos poucos, e sua saúde física e mental deteriorando,. Pelas regras do programa criado pelo produtor de tv Toshio Tsuchiya, Nasubi poderia ir embora a qualquer momento. Mas a obsessão em ganhar o deixou ficar por um período bastante longo, acompanhado por milhares de espectadores, rendendo livros e toda uma espécie de merchandising. O filme faz um retrato crítico sobre sobre o masoquismo dessa espécie de realities, onde pessoas são submetidas a tdo o tipo de humilhação e constrangimento, e isso em 1998. A cena mais impactante é quando Nasubi, no dia que decsobre que ganhou o prêmio, é exposto nu na frente de centenas de pessoas, e fica em choque. A reviravolta d atrama é mostrar o quanto Nasubi ficou afetado psicologicamente, precisando do apoio de sua família e o seu isolamente em Nepal, para cuidar de sua saúde mental, e a sua quase morte em uma avalanche. A crueldade do ser humano pela busca da aaudiência ganha contornos quas etrágicos aqui nessa história absurdamente triste.

sábado, 4 de maio de 2024

Fire island

"Fire island", de Myles Clohessy (2023) Raro slasher gay, "Fire island" é uma produção independente rodada durante a pandemia,e. tendo a covid como pano de fundo. Após o suicídio de seu namorado, que se matou assim que foi anunciada a pandemia, Troy (Connor Paolo)se deprime e fica trancado em casa sozinho. Sua amiga Sam (Annie Fox) o convida para passar um final de semana em Dire Island com mais 4 amigos: um casal de lésbicas e um casal hetero, para passarem sem máscara e furar o bloqueio da covid no local onde haverá festas e pegação. Ao chegarem lá, eles se divertem, mas um assassino vestido com máscara vai matando um a um. É fácil saber os motivos dos crimes e prestando bem atenção, é fácil também identificar o assassino, no meio de pistas falsas. Para um filme sem muito dinheiro e feito à toque de caixa, o filme até que funciona, mesmo tendo questões técnicas e de direção/elenco ainda crus. Mas dá para passar o tempo, se as cenas de violência fossem mais gore, certamente seria um filme bem melhor.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Garfield- Fora de casa

"The Garfield movie", de Mark Dindal (2024) Terceiro filme da franquia iniciada em 2004 e depois em 2006. "Garfield- Fora de casa" se diferencia dos filmes anteriores por ser 100% animado, sem uso de live action. Com vozes de Chris Pratt (Garfiled), Samuel L. Jackson (Vic, o pai de Garfield) e Nicholas Hoult (Jon, tutor de Garfield), o filme é muito divertido, e repleto de momentos fofura, com Garfield baby, mostrando como Jon conheceu Garfield e passou a morar em sua casa. O prólogo apresenta Garfield sendo abandonado pelo seu pai, Vic, e anos depois, Vic retorna, querendo que Garfield e Odie, o cachorro, ajudem Vic e uma gangue liderada por Jinx (Hannah Waddingham), ex-namorada de Vic e que agora busca se vingar dele, a roubarem leite de uma fazenda. O filme tem um ritmo excelente e ótimas piadas envolvendo Garfield, Jon, Odie e um elenco de apoio hilário, como um búfalo. Tem uma cena cruel onde um personagem é devorado por Jinx, achei até forte pra criançada. O filme também é repleto de merchandising, como Fedex e tantos outros, afinal, agora GArfield encomenda comida pelo aplicativo estilo Ifood.

Ciao

"Ciao", de Yen Tan (2008) Concorrendo no Festival de Veneza em 2008, "Ciao" é um melancólico drama Lgbt que fala sobre morte e luto dentro da comunidade queer. Quando seu melhor amigo morre em um acidente de carro, Jeff (Adam Neal Smith) resolve admnistrar todos os pertences pessoais do falecido, incluindo responder aos emails e comunicar a morte de Mark. Andrea (Alessandro Calza), um italiano, escreve dizendo a Mark que quer ir até Dallas e visitar a cidade da pessoa que ele ama. Ao ser informado da morte dele, Andrea decide atender ao pedido de Jeff e conhecer a cidade assim mesmo, emm emória. Andrea e Jeff vivem seus lutos, ao mesmo tempo que a tristeza e a conexão entre ambos irá fazer com que se aproximem cada vez mais intimamente, não pelo apelo sexual, mas pela tristeza e carência afetiva. Um filme rodado com bastante sensibilidade, sem apelar para o óbvio, "Ciao" é um filme bem triste, onde o enlutamento está sempre ali, presente. Os dois atores são bons e bastante fotogênicos, e a câmera explora bastante os olhares e a tristeza no olhar. O momento onde ambos se abraçam em sua solidão na cama é memorável.

Gray matter

"Gray matter", de Meko Winbush (2023) Resultado de uma temporada de "Projeto Greenlight", projeto de reality promovido pela HBO onde cineastas iniciantes disputam a grande chance de realizar o seu 1o longa. "Gray matter", escrito por Philip Gelatt, é totalmente chupado de "A fúria", de Brian de Palma, "Chamas da vingança", adaptação de Stephen King e, principalmente, de 'Stranger things", mais precisamente da personagem de Eleven, cujo poster chupa a performance da atriz Milly Bobby Brown. Aurora (Mia Isaac), 16 anos, mora com sua mãe. Ayla ((Jessica Frances Dukes) em uma casa no sub;urbio, e não conhece o mundo exterior. Sua mãe a impede de sair, e Aurora aprendeu tudo com a sua mãe, inclusive o uso dos poderes telecinéticos, que as fazem mover objetos, teletransportar, entre outros feitos. Quando Aurora decide se encontrar pessoalmente com um garoto da redondeza com quem ela mantinha contato online, um trágico acidente acontece, até que ela é levada para um laboratório secreto, comandado por Derek (Garret Dillahunt). O filme é modesto, os efeitos são simpels e quase toda a narrativa acontece em interiores, com muita verborragia. Aos amantes dos filmes de ação, o claustrofóbico cenário poderá fazer com que se aborreçam de cara, pois muito pouca ação acontece na narrativa, certamente por conta do pouco orçamento oriundo do projeto Greenlight.

Uma tarde

"En eftermiddag", de Søren Green (2014) Premiado curta LGBTQIAP+ dinamarquês, uma tarde é um romance super fofo sobre o primeiro amor de 2 adolescentes, os amigos Frederick (Jacob Ottensten) e Mathias (Ulrik Windfeldt-Schmidt). Mathias sempre escondeu a paixão que sentia por Frederick, mas decidiu que hoje é o dia de se revelar. Com uma premissa simples, mas filmada e interpretada com muita sensibilidade, 'Uma tarde" seduz e faz o público se apaixonar, pois afinal de contas, era o que todos amariam ter passado com o seu melhor amigo de adolescência. uma graça, e que final lindo!

The dead boy's club

"The dead boy's club", de Mark Christopher (1992) Que curta poderoso! Fiquei emocionado com essa pérola, um filme de 1992 e que homenageia os amigos do cineasta Mark Christopher , mortos pelo HIV. O filme trabalha com o realismo fantástico para lidar com o tema do luto, morte e empoderamento gay, através de seu protagonista, o jovem Toby, recém-saído da faculdade em Wisconsin, e que vem a Manhattan para passar o verão com seu primo mais velho, Packard, um homem gay cujo amante, John. acaba de morrer de AIDS. Toby é tímido, e ainda está no armário. O universo gay, as cantadas de homens o assustam e ele não sabe lidar com a sua sexualidade e desejo. Quando seu primo lhe dá de presente o par de sapatos que pertencia a John, algo mágico acontece: Toby se teletransporta para os anos 70, antes da AIds, em ambientes de pegação gay, onde os homens podem ser felizes e livres na sua busca por prazer e sexo. Ao caçar os sapatos, Toby se empodera e assume a sua sexualidade, mas ao tirá-los, ele volta a ser o tímido e retraído de sempre. O diretor e o fotógrafo foram bastante felizes ao trazerem texturas diferentes ao filme, rodado em película. No enatnto, ao apresentar o flashback dos anos 70, a textura lembra os filme spornôs antigos, repletos de granulação, e é incrível! E mais extraordinária, é o uso do clássico de Thelma Houston, 'Don't leave me this way", toda vez que Toby volta ao passado. Um filme soberbo e genial!

Venho te buscar

"Te vengo a buscar", de Jose Provencio (2023) Dani e Carlo são dois amigos que sempre amanhecem em Madrid em alguma sauna gay, em busca de diversão e de drogas, visto que as saunas gays são os unicos ambientes festivos que funcionam 24 horas. Carlo é mais enturmado com o ambiente gay e não se inomoda em fazer sexo com homens em troca de drogas. Já Dani é mais reservado e não gosta do ambiente. Quando eles ouvem falar que um homem mais velho, apelidado pelos frequentadores de "O homem do balanáco"( ele utiliza uma corrente sadomasô) tem frequentado o local, para surpresa de Dani, ele reconhece ali o seu pai. Um filme ousado, provocativo, que me lembrou o cult de Taiwan "O rio", onde filho e pai fazem sexo em uma sauna gay sem saberem quem são, por conta da escuridão. Com ótima fotografia que intensifica a atmosfera fetichista e sórdida de um ambiente onde o sexo emana em todos os lugares, o filme traz performances instigantes do elenco.

Um beijo

"Un bacio", de Ivan Cotroneo (2016) Dirigido e escrito pelo italiano Ivan Cotroneo ( um dos roteiristas do cult "Um sonho de amor", com Tilda Swinton), "Um beijo" parece uma refilmagem do clássico adolescente "As vantagens de ser invisivel", com uma pitada de "Glee" e "500 dias com ela". Misturando drama, romance, comédia melancólica, musical e lirismo, "Um beijo" comove e diverte, apesar do seu final bastante trágico. Lorenzo é um adolescente assumidamente gay que é adotado por um casal de mente aberta. Ao chegar no colégio, ele sofre bullying, mas a sua forte personalidade o faz enfrentar as adversidades. Logo, ele fica amigo de Blu, uma menina rebelde, que também sofre bullying porque um video em que ela faz sexo foi viralizado. Antonio é um esportista que sofre pela morte de seu irmão e acha que seus pais preferiam que ele tivesse morrido no lugar do irmão. Bonito, ele vira paixão platónica de Lorenzo. Os 3 ficam amigos e se unem em suas fraquezas, ao som de muita musica pop. Os 3 atores lembram bastante os atores de "As vantagens de ser invisível", e como lá, são bastante talentosos. O roteiro trabalha em cima de cliches do tema adolescente, mas a direção inteligente de Ivam Controneo consegue equilibrar a obviedade com o frescor de um filme repleto de referencias. A primeira parte é mais solar, e a segunda vai se tornando bastante dramática. Um bom exemplo de filme adolescente que respeita a inteligencia da garotada. Vale assistir e depois discutir com os amigos sobre os temas propostos no filme. Ótima trilha sonora que vai de Lady gaga, New Order, Mika, Blondie e outros.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Uma idéia de você

"The idea of you", de Michael Showalter (2024) Adaptação do romance best seller escrito por Robinne Lee em 2017, "Uma idéia de você altera o final do livro, que muitos leitores ficaram revoltados. O filme é um drama romântico musical, que traz o romance entre a dona de uma galeria de arte, Solène Marchand (Anne Hathaway), mãe da adolescente Izzy, e um cantor de boy band, Hayes Campbell (Nicholas Galitzine, de "Vermelho, branco e azul"), muito mais jovem do que ela. Eles se conhecema o acaso quando Solene leva sua filha ao festival Coachella. O encontro casual acabou se tornando um romance, que a princípio, Soléne evita, mas não resiste. Mas o relcionamento vem à mídia, e Izzy sofre bullying na escola. Preocupada com sua filha, Soléne decide romper com Hayes, que sofre e decide largar a banda. O filme é correto e traz uma trama que fará apaixonados por romances se emcoionaram e torcer pelo casal, e certamente, muita gente irá chorar no fim. Anne Hathaway está belíssima, e Nicholas Galatzine não fica atrás, no esplendor de sua beleza. As cenas musicais com a boy band fazem relembrar Backsteet boys, e acho até que o elenco escolhido está um pouco acima da idade do que deveria ser um grupo de rapazes ídolos de adolescentes, mas nada que estrague o prazer de assistir ao filme.

Old fox

"Lao hu li", de Hsiao Ya-chuan (2023) Ambientado em 1987 em Taipei, capital de Taiwan, ano em que a lei marcial deixou de vigorar e abrindo espaço para a democracia, o filme traz um retrato dramático e comovente sobre a grande disparidade que começou a surgiu entre as classes sociais, nitidamente divididos entre ricos e pobres. Liao Jie (Bai Run-yin ), 11 anos, mora com seu pai, Liao Tai-lai ( Kuan Ting-Liu ) em um subsolo de um bairro pobre. O prédio pertence a Boss Xie (Akio Chen), conhecido como a "velha raposa". O menino ama seu pai, que trabalha como garçon em um restaurante e sonha em poder comprar o apartamento e montar um salão de cabeleireiro, sonho de sua falecida esposa. Quando Jie faz amizade com a "velha raposa", o homem ensina ao menino que é importante ser ambicioso e passar por cima das pessoas sonhadoras e boas, como seu pai, para poder vencer na vida. Jie fica dividido entre 2 ensinamentos bastante díspares, e entra em conflito com seu pai. Um melodrama que encontra fácil identificação com o público, com todos os elementos que irão arrancar lágrimas da platéia. A reconstituição de época é muito boa mas o que de fato chama a atenção é o trabalho dos 3 protagonistas, cada um de uma geração. Um química maravilhosa e um carisma que ajudam a trazer sensibilidade à história.

Kodar- the primordial God of light and ether

"Kodar- the primordial God of light and ether", de Will Ropp (2023) Escritor, produtor e diretor desse incrivel curta, premiado em festivais e baseado em fatos de sua infância, a estréia de Will Ropp como cineasta é uma melancólica e ao mesmo tempo festivo drama sobre duas pessoas no limite de suas capacidades emocionais: o médico (Nick Skardarasy) e sua paciente (Maddie Ziegler) que se encontram na clínica onde o médico atende, durante o dia de Halloween. Aconselhado por ser terapeuta, o inseguro e introvertido médico se veste de Kodar, o Deus da luz e do éter para atender os seus pacientes. Desde a recpcionista até os pacientes, todos zoam de seu visual, e o médico se sente fragilizado. Quando ele é obrigado a atender uma apciente que irá receber o diagnóstico de câncer, acaba que ela é a única que consegue se divertir com o médico. Sensível e aconchegante filme, com um belo roteiro e performances comoventes de seus atores. O momento da revelação do câncer é um show de atuação e de delicadeza na direção, que evita sentimentalismo e faz com que seus personagens ajam de forma realista.

Piscine pro

"Piscine pro", de Alec Pronovost (2022) Concorrendo em Sundance 2022, "Piscine pool" é uma excelente comédia de humor ácido, baseado na história do próprio cineasta. Recém formado na faculdade, Charles Olivier se encontra desempregado. Ele acaba pegando um emprego temporário em uma grande loja que vende artigos para piscina. Ele, que é um amante do heavy metal, é obrigado a conviver com patrão histérico, empregados tão ou mais frustrados do que ele, clientes sem noção, até que ele dá de cara com um ex-colega da faculdade que foi convidado para uma palestra em Oslo. O cineasta Alex Pronovost largou seu emprego temporário na loja após 3 meses de trabalho. O seu alter ego é uma figura hilária, e certamente, um tipo de narrativa e humor que vai fazer muita parte do público se identificar.