quinta-feira, 3 de outubro de 2024
Morrison
"Morrison", de Phuttiphong Aroonpheng (2023)
"40 anos depois do exército americano ter deixado a Tailândia, os sons e luzes ainda permanecem conosco.". Com essa cartela instigante, dá-se início ao exuberante e estranho "Morrison", um misto de David Lynch, Apichatpong Weerasethakul e Nicholas Winding Refn.
Co-produzido por Tailândia e França, "Morrison" traz personagens exóticos, que parecem saído de um filme de Almodovar ou Fellini. E é nesse contexto, que surge Jimmy, um filho de uma cantora tailandesa e de um soldado americano. Ele vem para o velório de sua mãe, que faleceu há pouco. Ex-cantor, Jimmy agora é engenheiro e aceita trabalhar no decadente hotel Paradise. Esse foi o hotel onde seus pais se conheceram há décadas atrás, um local luxuoso habitado por americanos. Jimmy é chamado para coordenar uma obra de restauração no local. Mas assim que ele chega, fantasmas do passado surgem para ele, assim como moradores do hotel decadente se misturam a histórias bizarras.
Talvez a figura mais assustadora seja a de um ex-soldado americano, com pernas mecânicas, que aind ahabita um dos quartos, munido de um fuzil. E a parte divertida fica com o excêntrico recepcionista do Hotel.
O trabalho da fotografia, do som e a bela trilha sonora, se unem ao figurino e à direção de arte para dar um tom lúdico e decadente, mas sempre envolvente e requintado de um filme repleto de neons e música.
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