sábado, 12 de outubro de 2024
Luz fantasma
"Ghostlight", de Kelly O'Sullivan e Alex Thompson (2024)
Ao final da sessão do filme, fiquei comovido com a força, o talento e a verdade dos atores que deram vida aos protagonistas desse drama sensível e doloroso. Concorrendo em Festivais importantes como Sundnace e SXSW, esse drama indie americano tem como pano de fundo a valorização da arte, mais precisamente o teatro, como catalisador e ponto de salvação para traumas acumulados e que têm o palco como um lugar de exorcizar os fantasmas do passado e a dor. Totalmente conectado ao processo de Stanislawsky, o filme traz uma família: O pai, Dan (Keith Kupferer), a esposa, Sharon (Tara Mallen), e a filha adolescente, Daisy (Katherine Mallen Kupferer) - na vida real, eles são casados e Katherine é filha real deles-. Dan é um homem já na meia idade, trabalha em construção civil. Sharon trabalha em uma escola e Daisy é uma aluna rebelde. A relação dos 3 é conturbada, e um trauma do passado, que eles procuram não mencionar, afasta qualquer possibilidade de amor na família. Quando Dan tem um dia ruim no trabalho, ele é procurado por uma atriz, Rita (Dolly de Leon, a atriz filipina de "Triângulo das tristezas"). Ela testemunha a explosão emocional de Dan e o conida a faezr parte de uma montagem independente de "Romeu e Julieta". Dan diz que não é ator, mas é convencido a fazer parte, e esconde a sua participação de sua família. Aos poucos, o texto de "Romeu e Julieta" se conceta ao seu passado, e ele entra em conflito.
Em diversos momentos me lembrei de "Sing sing", que também se apropria do teatro para trabalhar o emocional de pessoas comuns, e trazendo a arte como um grande aliado à ressocialização. Mas o trabalho do elenco, de verdade, é comovente. Existe um monólogo de Dan em uma cena de tribunal que é de arrepiar de tão forte a sua entraga. Brilhante.
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