Os inoportunos

"Los inoportunos", de Ismael Zgaib (2022) Comédia de humor ácido argentina, "Los inopurtunos" faz lembrar de 2 cineastas: Pedro Almodovar e Aki Kaurismaki. O filme tem uma estrutura teatral, com cenário montado em estúdio e com cores berrantes. Os personagens beiram à caricatura, ainda mais que o filme é ambientado nos anos 90, o que dá pano pra manga para exercícios de direção de arte e caracterização dos personagens. De Aki Kaurismaki vem aquele tipo de humor corrosivo, minimalista, da apatia das expressões e do tempo esticado. O protagonista é José María (Santiago Zapata), um homem na faixa dos 30 anos que, cansado do seu trabalho burocrático na empresa, pede demissão. A única alegria de José no trabalho era a sua colega de trabalho Laura, por quem ele sente paixão platônica. Ele liga da rua, de noite, do orelhão para Laura e timidamente e inseguro, a convida para um chá em sua casa. Para a sua surpresa, ela aceita. José vai para casa, mas se depara com visitas inesperadas e inoportunas: seus 3 amigos, sua irmã que flerta com um dos amigos, seu irmão golpista que quer saber onde está o cofre do falecido pai que acredita estar no apartamento, sua mãe ranzinza, e a pior de todas: sua ex-namorada, que agora, é sua vizinha de porta. O filme tem toda uma estrutura de vaudeville e um humor bem maluco, e certamente faria muito sucesso nos palcos de teatro. Em determinado momento, a história vai ficando muito doida e acaba se desgantando, talvez pelo excesso d epersonagens e sub-plots: tivesse focado mais no protagonista, na ex namorada e na paixão Laura, teria sido mais divertido.