sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Luciferina

"Luciferina", de Gonzalo Calzada (2018) Esse filme de terror argentino faz o que "O bebê de Rosemary" não fez: mostrar de forma explícita a cena de sexo entre o Diabo e uma mulher, no caso, uma noviça, Natália (Sofia Del Tuffo). E mais: mostra também a única sessão de exorcismo do cinema onde o Diabo é expulso através do sexo. Parece até uma paródia, mas não: o filme é levado à sério, e bastante realista. Escrito e dirigido por Gonzalo Calzada, o filme ficou famoso por essa longa cena de sexo selvagem. Mas acaba sendo uma metáfora sobre os abusos do poder e da violência da ditadura argentina dos anos 70, e como o amor é a única solução para expulsar os fantasmas da opressão. Natália é uma noviça de 19 anos que saiu da casa de seus pais e foi morar em um convento. Natália tem tido visões sinistras. A madre lhe dá um recado de que seus pais sofreram um grave acidente e a sua mãe morreu. Ao visitar a casa dos pais, ela reencontra sua irmã Angela (Malena Sanchez), que diz que tem tido visões e que algo no passado com seus pais deve ser revirado para que elas entendem o significado de tudo. Angela convida Natalia para irem até uma Ilha deserta, onde é dado um ritual por indígenas, que servem o Ayuaska. Elas vão junto de um grupo de amigos da faculdade de psicologia de Angela, entre eles Abel (Pedro Merlo). Todos têm tido pesadelos e visões. Acredita-se que no ritual, eles irão se libertar de seus medos e entender o significado de tudo. O grupo descobre que nos anos 70, funcionava no prédio da ilha um hospital psiquiátrico, onde o governo da ditadura levava presos políticos. O filme lida com muitos temas distintos, o que acaba saindo do foco inicial e esticando a trama além do necessário, com uma duração de quase 2 horas. É um filme interessante, eu teria amado se a questão da ditadura militar viesse mais ativamente na história, mesclado à uma ritual satânico. Para quem gosta de terror, o filme tem bons momentos. não é tão gore como gostaríamos, e os efeitos lembram os filmes de Lucio Fulcii ou Lamberto Bava dos anos 80.

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