quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
Rapado
"Rapado', de Martin Rejtman (1992)
Longa de estréia do premiado cineasta argentino Martin Rejtman (cujo filme "Dois disparos", de 2014, eu acho espetacular) , "Rapado" teve inspiração no cinema da Nouvelle vague taiwanesa, principalmente os filmes de Edward Yang, segundo o próprio Rejtman. Assistindo ao filme, no entanto, é possível enxergar uma referência direta à "Ladrões de bicileta", de Vittorio de Sica. Rejtman traz em seus filmes um tipo de humor que lembra as filmografias de Aki Kaurismaki e Jim Jarmush em seus primeiros filmes: filmes onde os personagens não expressam emoção, e onde as situações focam no corriqueiro, sem grandes reviravoltas. A vida é apresentada com total apatia, uma vida sem cor e sem charme. Em seus filmes, geralmente os protagonistas jovens representam uma sociedade falida, sem rumo e sem ambição. O filme concorreu no Festival de Locarno.
Lúcio (Ezequiel Cavia) é um jovem que mora com seus pais. Uma noite, a sua motocicleta é roubada. Lúcio passa os dias vagando pelas ruas de Buenos Aires tentando localizar a sua moto. Sem esperança, e influenciado pelo seu amigo Damian (Damian Dreizik), que rouba motos, Lucio também decide roubar uma para si.
O filme apresenta a rotina de jovens sem muito o que fazer: paqueram, frequentam lojas de games. Os atores do filme representam bem o estilo narrativo de Rejtman, totalmente apáticos ( eu amo a forma como os americanos chamam, 'wooden face"). O humor é muito particular, aquela graça que vem do pat;etico e do constrangimento.
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