segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Doze

"Dose", de Senedy Que (2009) Quando ALmodovar lançou em 2019 'Dor e glória", muitas pessoas ficaram comovidas com o relato autobiográfico onde um menino de 10 anos tinha o seu primeiro desejo sexual por um homem adulto, em cenas sensíveis e delicadas devido ao teor polêmico. O filme filipino "Doze", um relato autobiográfico do cineasta filipino Senedy Que, vai muito além. O filme tem cenas sugeridas de sexo entre o menino Eddy (Fritz Chavez) e o jardineiro que trabalha na casa de sua tia, Danny (Yul Servo). Eddy é enviado pela sua mãe para morar na casa de sua tia Helena (Irma Adlawan), por n!ão ter como sustentar mais um fiho, e também pelo fato de Eddy ter trejeitos afeminados. Eddy se sente solitário ao morar na imensa casa de sua tia Helena, sem amigos. Na escola, ele sofre bullying. Quando Eddy conhece o jardineiro, ele se apaixona de imediato. Danny estranha as investidas do menino, mas aos poucos, passa a gostar de Eddy. Eddy descobre que Danny é amante de sua tia Helena e fica enciumado. O personagem de Eddy é apaixonado por atrizes antigas de televisão e por isso, ele tem o desejo de ser escritor e cineasta. O filme transita em 2 épocas, a de Eddy aos 12 anos, e Eddy aos 40, indo em busca de Danny. O filme nunca mostra as cenas íntimas de Eddy e Danny de forma expositiva, deixando tudo nas entrelinhas e nos diálogos. É corajoso o filme ter sido realizado. Aqui no Brasil dificilmente ele teria sido feito, muito por conta do juizado de menores que jamais deixaria um ator mirim participar do projeto. O que é visto como pedofilia (quem toma a iniciativa é o menino, inciialmente) , é uma perversão apresentada de forma romantizada no filme até porque é um relato apaixonado do cineasta sobre as memórias do primeiro amor de sua vida. Um filme que pode gerar debates calorosos sobre o complexo tema.

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