quarta-feira, 1 de janeiro de 2025
Kix
"Kix", de Dávid Mikulán e Bálint Révész (2024)
Documentário avassalador na descrição da tragédia sobre pessoas miseráveis em Budapeste, Hungria, tendo como protagonista o pequeno Sanyi, um menino de 8 anos. O filme foi dirigido pelo jovem Dávid Mikulán, na época com 21 anos de idade, e seu produtor Bálint Révész. Durante 12 anos, eles filmaram Sanyi, dos 8 aos 20 anos de idade. Imeditamente me lembrei de "Boyhood", o clásssico de Richard Linklater que acompanha quase 2 décadas na vida de um menino, interpretdao pelo mesmo ator. Durante entrevistas com moradores de rua em Budapeste, a pequena equipe de documentarists encontra o pequeno Sanyi, 8 anos, e seu irmão Davi, 10, brincando de skate. A equipe decidiu filmar os meninos e mais tarde, acompanhá-los chegando em casa. Moradores de um bairro miserável de Budapeste, eles moram em uma casa de 28 metros quadrados, com 6 integrantes na família: os pais e a avó, além de uma irmã pequena, todos dividindo a mesma cama. A falta de espaço faz com que Sanyi não sinta vontade de estudar e fazer o dever de casa, passando parte do dia nas ruas. A mãe de Sanyi trabalha em 3 empregos, o pai é um alcóolatra. A avó é uma idosa que ajuda a cuidar da casa. Com o passar dos anos, Sanyi vai cada vez mais se desestruturando, até que, aos 16 anos, ao provocar um acidente em um dormitório, tacando fogo em um colchão como brincadeira, acaba provocando a morte do pai de 4 crianças, e ele vai preso.
Não tem como não pensar na questão ética de expor publicamente a vida de uma criança que comete um crime. Pensei em 'O Show de Truman" e o quanto essa exposição pode prejudicar a vida futura de Sanyi. Certamente a família deve ter ganho cachê para liberarem os direitos de sua história para o filme. Mesmo quando Sanyi comete o crime, a câmera continua registrando a sua angústia, a relação com a família e sua namorada.
A tese de que o ambiente formata o ser humano é bem clara no filme. No tribunal, Sanyi alega que a condição de vida que ele levava, da extrema probreza, da ausência dos pais na educação, no espaço apertado e nenhum conforto o prejuducou e o levou a ser quem ele era. O resultado foi que ele foi condenado a 8 anos de prisão.
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