Hermanas

"Hermanas", de Júlia Solomonoff (2005) "Hermanas", co-produção Argentina, Brasil e Espanha. Lançado em 2005, o filme é co-produzido por Walter Salles e é curioso como, assistindo ao filme hoje, ele é uma semente de 'Ainda etsou aqui". Ambos os filmes retratam a ditadura militar em países da América Latina, e como uma família classe média é afetada, desestabilizando a todos, principalmente a relação das irmãs, quando o pai delas é sequestrado. O filme começa em Walnut Creek, Texas, no ano de 1984, um ano depois do término da ditadura militar na Argetina, que começou em 1976 e acabou em 1983. Elena (Valeria Bertucelli), mora em uma bela casa com seu marido, Sebastian (Adrian Navarro) e o filho pequeno Tomás. Natalia (Ingrid Rubio) está vindo da Espanha e irá passar 10 dias na casa da irmã. Há 8 anos, desde que Natália se exilou para a Espanha, elas não se vêem. Após o feliz reencontro, as irmãs abrem uma caixa enterrada pelo falecido pai, e que só deveria ser aberto após o fim da ditadura. Ali, entre outros objetos, está o manuscrito do últiomo romance escrito pelo pai, que retrata a história da família durante a ditadura. Em flashbacks, Elena e Natália são duas mulheres muito diferentes: Elena, conservadora, quer se casar e ter uma família com seu namorado Sebastian. Natália é uma estudante envolvida com os movimentos estudantis e namora Martin, um líder estudantil. Em determinado momento, o esconderijo de Martin e outros companheiros é delatado, e Natália, hoje, precisa entender quem o delatou. Um drama excelente, com muito boa atuação do elenco e um roteiro que traduz os dois lados de uma sociedade em tempos de revolução. Com bom ritmo, boa direção e uma edição que traduz o suspense de uma história que de luta e memória. O filme foi todo rodado em Buenos Aires, com ótimo trabalho da direção de arte para adequear os sets como se fosse no Texas.