domingo, 5 de janeiro de 2025

Mortes na matinée

"Al morir la matinée", de Maximiliano Contenti (2020) E quem disse que o cinema uruguaio nao sabe fazer um excelente slasher? Co-produzido por Argentina e México, "Mortes na matinée" homenageia os slashers dos anos 80, principalmente os giallios de Dario Argento e Lucio Fulcci. No caso, pela ambientação, a referência direta vai para "Demons, os filhos das trevas", de Lamberto Bava. O filme acontece no ano de 1993, em um cinema de rua de Montevidéu, em uma intensa noite de chuva. Ana, uma estudante filha de um projecionista, vai render o seu pai na sala de cinema. Por conta da chuva, alguns espectadores decidem entrar na sala para se protegerem do temporal. Tem o lanterninha, Maurício. Tem 3 amigos (2 rapazes e uma garota, Angela). Tem um casal de jovens namorados. Tem um idoso. Tem uma jovem solitária. E tem um menino, Tommy, de 10 anos, que entra esconido no filme proibido para menores por conta da violência extrema. O filme que está sendo exibido é "Frankestein, o dia da besta", um filme que realmente existe, dirigido pelo cineasta uruguaio Ricardo islas, que aqui, interpreta o serial killer. O assassino, ao matar as pessoas, arranca seus olhos e os devora. Acredito que o filme lida com a metáfora de se apreciar o cinema a ponto de devorar os olhos, que é o órgão pelo qual o espectador assiste ao filme. A maioria das pessoas mortas não foi ao cinema assistir ao filme, daí deve ser uma boa crítica do diretor e roteirista para quem não ama a sétima arte. Mas se o espectador não quizer ficar refletindo sobre sub-textos, pode simplesmente assistir ao filme, que tem ótimas cenas de morte e gore. A fotografia homenageia Dario Argento com aquelas cores fortes vermelho, azul e verde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário