quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Maria Callas
"Maria", de Pablo Larrain (2024)
Recentemente, assisti ao documentário sobre a atriz Faye Dunaway e em determinando momento, descobri que ela havia dirigido em 1995 um filme sobre a atriz Maria Callas, com a mesma interpretando a personagem. O filme era baseado na peça teatral "Master class", que Dunaway havia interpretado no teatro. Mas o filme foi engavetado por estouro de orçamento e nunca finalizado. Agora, Pablo Larrain apresenta "Maria Callas", o terceiro filme de uma trilogia sobre mulheres fortes e solitárias, iniciada com "Jackie", depois 'Spencer" e agora, Callas. Larrain tem o grande mérito de extrair performances poderosas de suas estrelas: Natalie Portman e Kristin Stewart foram indicadas ao Oscar de atriz, e Angelina Jolie deve seguir o mesmo caminho. O filme concorreu no Festival de Veneza 2024 e recebeu 8 minutos de ovação.
O filme começa no dia 16 de setembro de 1977, no apartamento onde Maria Callas vivia isolada em Paris. Ela é encontrada morta, aos 53 anos, de infarto de miocárdio, caída na sala, pelos seus 2 funcionários: a governanta Bruna ( Alba Rohrwacher) e o mordomo Ferruccio (Pierfrancesco Favino). O filme retorna ao tempo 1 semana antes de sua morte. Callas se ressente de não poder cantar (ela foi forçada a se aposentar aos 49 anos). Sua voz já não é a mesma. Ela recebe um repórter, Mandrax (Kodi Smit-McPhee) e o leva para um passeio por Paris. O filme alterna memória e fantasia criada por sua mente já debilitada. Acompanhamos o seu relacionamento tumultuado com o milionário grego Aristóteles Onassis (Haluk Bilginer), o seu encontro com o presidente John Kennedy, flashbacks com a sua mãe, que procurava ganhar dinheiro usando as duas filhas e apresentações de óperas famosas em seu momento de ápice.
O filme é co-produzido por Itália, Alemanha, Chile e Estados Unidos. A fotografia é do mestre Ed Lachman, já indicado 3 veeses ao Oscar. Toda a ficha técnica é espetacular: figurino, caracterização, direção de arte. Mas o filme não existiria sem a presença magnética e sedutora de Angelina Jolie, dando vida à uma diva com muito trabalho corporal e vocal. Infelizmente, a força da performance de Angelina perde pontos quando Larrain traz cenas dela cantando árias: nitidamente, percebe-se que Angelina está dublando. Uma pena que o filme não focasse mais na dramaturgia do que nos cantos, levando-se em conta que é impossível uma atriz cantar em registro sequer semelhante à de Callas.
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