domingo, 8 de dezembro de 2024
A virgem vermelha
"La virgen roja", de Paula Ortiz (2024)
"Mãe, onde está meu pai?". Você não tem pai, filha. Por isso somos livres.". Com essas falas, a personagem de Aurora Rodriguez Carballeira (Najwa Nimri) educa obsessivamente a sua filha única Hildegart Rodríguez (Alba Planas) para idealizá-la como a mulher perfeita do futuro. O filme é baseado na trágica história ocorrida em 9 de junho de 1933 na Espanha: Aurora mata a sua filha Hildegart com 3 tiros: no peito, no resto e na virilha. Hildegart tinha 18 anos e jamais conseguiu viver a sua vida do jeito que ela quiz, e sim, do jeito que sua mãe quiz. Aurora admirava as idéias da eugenia e acreditava na criação de uma raça superior. Intelectual, ela fez sexo com um padre pois assim saberia que ele jamais reclamaria a filha. Aurora abominava os homens e criou Hildegart dentro de casa, fazendo-a estudar Karl Marx, Nieztche e Freud, para se tornar uma pensadora e intelectual. Hildegart escreveu ensaios, livros desde a adolescência. Hildegart é conseidarada hoje em dia uma importante ativista engajada na liberação sexual das mulheres e batalhadora por causas sociais. A partir do momento que Hildegart passa a ter idéias próprias que contestam o modo de pensar de Aurora, ela vai cada vez mais se irritando, principalmente quando a filha começa a se envolver com o membro do partido socialista Abel (Patrick Criado).
Muito bem defendido pelas atrizes do filme, "A virgem vermelha" é um filme difícil de se assistir pela sua trágica história. Desde o início já sabemos que Hildegart irá morrer e o filme todo vai preparando o espectador para o aterrorizante e cruel desfecho, onde a diretora Paula Ortiz não tem pudores em abrandar a violência.
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