terça-feira, 10 de dezembro de 2024
A valsa dos ponteiros ou algo que o valha
"A valsa dos ponteiros ou algo que o valha", de Bruno Sorc (2024)
Escrito e dirigido por Bruno Sorc, o curta é protagonizado por Eduardo Martini, no papel de Dona Aparecida, e Kiko Pisssolato, como a Morte. Bruno se inspirou a escrever o roteiro dias após o falecimento de sua mãe. O filme, rodado e belo preto e branco, tem uma estrutura narrativa que parece bastante uma peça teatral ( e renderia certamente um bom espetáculo nos palcos). Para os cinéfilos, o filme pode trazer muita inspiração vinda dos filmes de Bergman, como "O sétimo selo" e "Morangos silvestres". Para quem acompanha a carreira de Eduardo Martini, ele retorna em uma personagem feminina, interpretando a mãe Dona Aparecida. Martini já havia estreado nos palcos em 2010 com um texto de Regiana Antonini a peça "O filho da mãe", interpretando a personagem Valentina, mãe de um rapaz.
Em "A valsa..", somos apresentados à Dona Aparecida, uma senhora solitária, morando em um apartamento repleto de relógios. Ela fala ao telefone com seu filho Bruno, que não consegue tempo para visitá-la. Sentindo-se abandonada por todos e solitária, Aparecida divaga sobre o tempo e e a memória, até ser visitada por um homem (Kiko Pessolato), que é a representação da Morte. Aparecida não quer partir sem se despedir de seu filho.
O filme alterna momentos de humor, drama e realismo fantástico, finalizando com uma linda cena de valsa entre Aparecida e a Morte, que me fez lembrar da cena da dança em "Angels in America". Comovente, sensível, com fortes performances, e uma declaração de amor de uma mãe para seu filho, e vice versa.
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