domingo, 22 de dezembro de 2024

Grand tour

"Grand tour", de Miguel Gomes (2024) Indicado por Portugal à uma vaga ao Oscar de filme internacional 2025, "Grand tour" ganhou melhor direção no Festival de Cannes 2024. Miguel Gomes é o mesmo realizador português de "Tabu" e "Mil e uma noites" e é um dos cineastas portugueses mais celebrados pela crítica internacional. Em "Grand tour", Gomes alterna fotografia em preto e branco e cores, ficção e documentário em uma narrativa experimental e ambienta a sua história em 1918, mas trazendo imagens documentais contemporâneas. A base para o roteiro é a conhecida Asian grand tour, uma rota asiática realizada por europeus ricos do início do século 20, que queriam conhecer a Ásia em um tour de poucos países. A rota incluía Birmânia, Singapura, Vietnã, Tailândia, Filipinas, Japão, China. Em 1918, o funcionário público inglês Edward (Gonçalo Waddington) está na Birmânia, aguardando a chegada de Molly (Christina Alfaiate), sua noiva prometida, com quem irá se casar. Mas Edward anica e decide embarcar para a Singapura, para fugir dela. Molly chega e sabendo da fuga dele, envia um telegrama e o rastreia. Os dois, sem nunca se encontrar irão percorrer os países asiáticos da rota. A fotografia em preto e branco, com elenco e realizado em estúdio, é de Rui Poças, um fiel companheiro de trabalho de Miguel Gomes. Toda a parte documental, foi realizada pelos fotógrafos Gui Liang e Sayombhu Mukdeprom, colaborador dos filmes do cineasta tailandês Apitchapong. Miguel Gomes brinca com a sua narrativa: na narração de Edward e Molly, ele utiliza vozes que vão se alternando de acordo com o país onde os personagens estão. O elenco português dá vida a personagens ingleses, outra provocação de Gomes. É um filme certamente criativo e em busca de uma narrativa experimental. Mas seu ritmo extremamente lento cansa bastante, diferente de seus primorosos "Tabu" e "Mil e uma noites".

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