sábado, 14 de dezembro de 2024
Black tea - o aroma do amor
"Black tea', de Abderrahmane Sissako (2024)
Dirigido e co-escrito pelo cineasta da Mauritânia Abderrahmane Sissako, "Black tea" concorreu ao Urso de ouro no Festival de Belrim 2024. O filme é co-produzido pela Mauritânia, Taiwan, Luxemburgo e França e traz um filme que traz muitas referências ao cinema de Wong Kar Wai, principalmente "Amor à flor da pele". O filme começa no Cabo Verde: Aya (Nina Melo), junto de outros casais, se prepara para um casamento coletivo no seu vilarejo. Mas na hora que o padre lhe pergunta se ela aceita o seu noivo, ela, para surpresa de todos, diz que não. O filme corta para tempos depois na cidade de Ghuanzou, China. Ali, no distrito de Chocolate city, muitos imigrantes africanos se misturam aos chineses e montam seu comércio e trabalham terceirizados para comerciantes chineses. Aya trabalha em uma casa de chá, administrada por Cai (Han Chang), um homem na faixa dos 40 anos, casado e com um filho que o ajuda na loja. Aya e Cai se sentem atraídos um pelo outro, mas os olhares preconceituosos de chineses de gerações mais antigas que não aceitam a miscigenação e são racistas irá intervir no relacionamento de ambos.
Da mesma forma que em 'Amor à flor da pele", os protagonistas também eram casados e não podiam explorar a sua paixão um pelo outro, como possíveis amantes, o filme acrescenta também o tema do racismo e da imigração africana. Eu mesmo não fazia idéia de que africanos migravam pra China e falam tão bem o cantonês. O filme é belo, muito bem fotografado, tem um ritmo bem lento, é bem enquadrado e os atores são bons. Mas o roteiro aperta bem na questão do racismo enraizado e na cena final, existe um grande desconforto nas falas dos genros de Cai ao falarem sobre os negros.
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