domingo, 29 de dezembro de 2024

Into the summers

"Into the summers", de Alessandra Lacorazza (2024) Premiado no Fetsival de Sundance 2024 com o grande prêmio do juri para melhor filme e de melhor direção para Alessandra Lacorazza, em sua estréia na direção de longa metragem. Alessandra é uma cineasta de ascendência colombiana e nascida nos Estados Unidos, e é assumidamente queer. Ela decidiu escrever essa história quando seu pai faleceu. O filme traz muito da infância e adolescência de Alessandra, através de sua alter ego no filme Violeta. Filha de Vincent (o rapper porto riquenho René Pérez Joglar, nome artístico Residente), ela e sua irmã menor Eva têm guarda compartilhada após o divórcio dos pais. O pai foi morar na cidade de Las Cruces, no Novo México, após herdar a cada de sua avó. Um típico loser, Vincent tenta voltar a estudar para poder trabalhar, mas não encontra nenhum facilitador na vida. Ele se entrega às bebidas e à um temperamentio instável, que só abranda quando recebe as suas filhas. O filme acompanha 20 anos na vida das irmãs viistando o pai em Las Cruces. As irmãs são interpretadas por 4 pares de atrizes, sendo que o último que interpreta Violeta é o ator trans Lio Mehiel, porto riquenho (Violeta transiciona durante os anos). A passagem de tempo me fez lembrar vagamente de "Boyhood", de Richard Linklater, que teve uma proposta diferente. mas me trouxe a mesma melancolia e sensação de vida passando. A atuação de Residente é espetacular: seu personagem é triste, trágico, e por mais que ele faça muita merda, é impossível não torcer por ele, coberto de amor pelas filhas e dando suporte o tempo todo. Um filme que se assiste com um aperto no coração, pelo seu retrato sobre vidas anônimas e melancólicas.

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