sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Technoboss


"Technoboss", de João Nicolau (2019)
Exibido no prestigiado Festival de Locarno, e premiado em vários Festivais, "Technoboss" é um filme português que me fez lembrar de "Sinfonia da Metrópole", de Juliana Rojas. Ambos os filmes lidam com bizarrices e estranhezas na rama, mesclando humor negro e musical, onde atores cantam e dançam, mesmo não sendo profissionais e aé mesmo desafinando.São filmes experimentais, que se divertem com as referências a gêneros consolidados pelo público.
Luís (Miguel Lobo Antunes, excelente) é um homem no alto de seus sessenta anos, prestes a se aposentar. Ele trabalha em uma empresa de segurança, e vende aparelhos de segurança doméstica, chamado de Technoboss. Luís não pensa em se aposentar, mas a sua dificuldade em acompanhar a tecnologia o atrapalha. Divorciado e com um filho pequeno, Luís mora sozinho com seu gato. Dentro do carro, ele desafaba suas emoções, cantando músicas que misturam ritmos, incluindo "Ragatanga", do Les Ketchups.
A narrativa estranhíssima me lembrou os filmes do finlandês Mika Kaurismaki, e do francês Jacques Tati. São momentos de silêncio, colocando os personagens em situações patéticas. O filme é tão surreal, que quando os personagens falam ao celular, não aparece o aparelho, o outro lado tem a voz ecoada no ambiente.
Confesso que eu adoraria ter gostado do filme. Longo, sem ritmo, teria sido uma obra -prima se fosse um curta-metragem. Ele é repetitivo e sem uma dramaturgia que sustente a atenção durante suas quase duas horas. Vale como brincadeira de metalinguagem.

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