domingo, 9 de dezembro de 2018

O mistério de Silver Lake

"Under the Silver Lake", de David Robert Mitchell (2018) No ano de 2014, o filme anterior do Cineasta David Robert Mitchell, "A corrente do mal" foi uma das grandes sensações do Festival de Cannes. Misturando uma homenagem aos filmes de terror dos anos 80 com a metáfora da Aids, o filme conquistou crítica e público. "O mistério de Silver Lake" concorreu no Festival de Cannes 2018 na competição oficial, e muitos críticos o consideraram o pior filme do evento. O Apogeu e o declínio de David Robert Mitchell perante os críticos aconteceu porquê era quase unânime de que o Universo onírico e surrealista de David Lynch seria irreproduzível. Muitos comentaram que esse filme seria uma tentativa de reproduzir "Mullholand Drive", mas na minha opinião, ele se aproxima mais de "Vício inerente", de Paul Thomas Anderson, de "Medo e delírio", de Terry Gillian e da referência mais explícita, "Um corpo que cai" e "Uma janela indiscreta", de Alfred Hitchcock. É uma tarefa bastante difícil dizer do que se trata "O mistério de Silver Lake", e pior, tentar entender porquê o filme tem a duração de quase 140 longos e intermináveis minutos. Sam (Andrew Garfield) é um desempregado que mora em Los Angeles, e está prestes a ser despejado de seu apartamento por falta de pagamento. Em sua varanda, ele costuma fumar maconha e observar as mulheres que moram ao seu redor. Uma das mulheres é a jovem Sarah (Riley Keough). Eles acabam se conhecendo, e Sarah o convida para vir no dia seguinte. Na vizinhança, existe um assassino de cães que assusta os moradores. Quando Sam retorna no dia seguinte, descobre que Sarah "desapareceu". Sem estar convencido de que a jovem se mudou, Sam resolve dar uma de detetive vai atrás de seu paradeiro. O filme apresenta vários elementos surrealistas: animais que caem do céu, mulheres que latem, uma canibal. Se tudo é delírio de Sam, fica difícil saber. O roteiro é bastante confuso, e provavelmente, o Diretor e roteirista David Robert Mitchell não se importa muito se o público irá ou não compreender o seu filme. Resta se deixar levar pela atmosfera e pela doideira do projeto, que apresenta linda fotografia. Só lamento que o diretor não tenha conseguido lançar um filme tão primoroso quanto 'A corrente do mal". Andrew Garfield está divertido no papel desse maluco beleza, e em várias cenas aparece semi-nu.

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