domingo, 2 de dezembro de 2018

Amor no Cairo

"Toul omry", de Maher Sabry (2008) Inspirado no evento ocorrido em 2001 no "Queen Boat", boite gay localizada no Cairo, onde 52 gays foram presos pela Polícia acusados de sodomia e perversão contra a sociedade, o cineasta e roteirista Maher Sabry realizou o que e considerado o primeiro filme abertamente LGBTQ+ do Egito, com cenas intensas e tórridas de sexo e nudez frontal masculina. O filme provocou furor e foi banido em vários Países do Oriente Médio, sendo acusado de subversivo e atentado aos costumes e moral da comunidade islâmica. Rami, 26 anos, vive uma vida dupla: no seu trabalho, ele age como hetero, mas na vida pessoal, ele tem um amante. Quando esse anuncia que irá se casar com uma mulher, por conta da pressão da família, Rami perde seu rumo: acaba entrando em chats e marcando encontros sexuais com outros homens, até que encontre o seu par ideal. "Amor no Cairo"apresenta várias histórias: a de Rami é a que conecta todas elas: tem a do fundamentalista religioso que se pune quando pensa em fazer sexo com sua vizinha; tem o vizinho gay que deseja Rami e o observa toda noite na janela; tem o melhor amigo de Rami, um gay assumido e que provoca Rami, dizendo que ele deve aceitar a sua homossexualidade; e tem a da melhor amiga de Rami, uma feminista que resolve se mudar para San Francisco para poder lutar pelos seus diretos. Tecnicamente, o filme é ruim: fotografia, edição, diálogos e principalmente, as atuações, bem amadoras. Mas como filme político, o filme é muito importante, ao quebrar a barreira do conservadorismo de seu País e botar na pauta a luta pelos direitos humanos, sejam igualdade de sexo, raça e gênero. As cenas de sexo são bastante ousadas, até mesmo para padrão ocidental, com cenas de sexo anal bem realistas. É um filme que tem a sua importância cultural e social, mas quem busca apenas um entretenimento, irá se decepcionar, é um filme mediano e longo, quase 2 horas de duração.

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