sábado, 9 de maio de 2020

Anna

"Anna", de Pierre Koralnik (1967) Apaixonado por esse musical francês de 1967, protagonizado por 3 dos maiores astros da França na época: Anna Karina, a musa da Nouvelle Vague; Jean-Claude Brialy, que já havia trabalhado com Agnes Varda e François Truffaut; e o ator cantor e compositor Serge Gainsburg, um dos maiores artistas franceses de toda a sua história. "Anna"foi produzido para a televisão francesa, como uma homenagem à atriz Anna Karina, e é um filme histórico: é o primeiro filme colorido produzido para a televisão francesa. O filme também tem participações especiais de Marianne Faithfull e Barbara Sommers, duas musas da música pop e da moda inglesa. O filme, se for para descrever melhor, é como se fosse uma adaptação musical do clássico "Blow up", de 1966, sendo dirigido por Jacques Demy, de "OS guarda-chuvas do amor". O fato de ser o primeiro filme colorido fez com que todos os quesitos técnicos do filme exacerbassem nas cores: fotografia, figurino, direção de arte. Visualmente o filme é um deslumbre, com coreografias moderníssimas e um figurino que parece ter saído direto da 'Swinging London" de "Blow up". O filme é um romance exacerbado, como Jacques Demy adorava fazer: Em Paris, a jovem Anna (Anna Karina) chega de trem, disposta a encontrar um emprego. Ao desembarcar na estação, ela é fotografada acidentalmente durante uma sessão de moda que está acontecendo no local. Quando as fotos são reveladas, o diretor da agência de publicidade, Serge (Brialy) fica encantado com a moça misteriosa, e pede que espalhem fotos dela por toda Paris. Acaba que Anna vai trabalhar na agência, mas como ela usa óculos, ninguém a reconhece. E mais: ciumenta pela Anna idealizada por Serge, ela, que está apaixonada por ele, não revela ser ela a modelo da foto. Seu desejo é que ele consiga enxergar nela a musa da fotografia, sem ela ter que se revelar. O filme, mesmo que datado, tem números musicais incríveis, que lembram até a ousadia de Bob Fosse. As canções, escritas por Serge Gainsbirg, são belíssimas, com destaque absoluto para "Dis rien", a canção que embala o sonho de Serge na estação de metrô, na cena mais linda do filme quando ele imagina a Anna dos sonhos presente. Anna Karina está deslumbrante no filme, uma verdadeira Diva de um filme romântico. Ela aprendeu a cantar para o filme, ajudada por Serge Gainsburg, e isso ajudou a deslanchar a carreira dela como cantora. O desfecho é sem final feliz, típico dos filmes franceses da época, e que "La la land", de Damien Chazelle, fez questão de homenagear.

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