domingo, 3 de maio de 2020

Viridiana

"Viridiana", de Luís Bunuel (1961) Co-produção Espanha e México, essa obra-prima de Bunuel ganhou a Palma de Ouro em Cannes 1961 de melhor filme. Ateu assumido, Bunuel acaba com qualquer possibilidade de redenção do ser humano nesse drama pessimista sobre uma freira que deseja ajudar os mais necessitados. Viridiana (Silva Pinal) cumpre suas obrigações em um convento de freiras. A Madre superiora vem lhe dar um recado: seu tio, Don Jaime (Fernando Rey), um homem rico, deseja rever a sobrinha antes de morrer. Viridiana recusa, argumentando que o tio nunca lhe deu amor. Mas a Madre diz que o tio foi quem bancou todos os estudos de Viridiana e pede para que ela vá, para não se arrepender depois. Viridiana vai obrigada. Chegando na mansão do to, ele a recebe com muito gosto. O tio no entanto tem segundas intenções com Viridiana e a deseja. Diante de qualquer possibilidade de aproximação sexual, Don Jaime mente e diz que a sobrinha , sonâmbula, o procurou de madrugada e fizeram sexo. Envergonhada, Viridiana resolve ir embora para o convento. No caminho, ela descobre que o tio morreu. Sem coragem de contar para Madre o ocorrido, ela desiste do convento e resolve morar na mansão, junto d sobrinho de Don Jaime, Jorge (Francisco Rabal). Viridiana resolve seguir com as boas ações e traz para a mansão mendigos, prostitutas e páreas sociais que ela encontra na rua. O filme é bastante famoso pela cena da recriação da Santa Ceia com mendigos, prostitutas e bandidos, um dos motivos do filem ter sido banido na Espanha por muitos anos. Até hoje, é um filme provocativo com cenas que provavelmente seriam rechaçadas pelos católicos, como a coroa de espinhos queimada na fogueira, ou o estupro dos mendigos contra a "Santa" Viridiana que os acolheu. Essa cena de estupro aliás é uma terrível metáfora contra a humanidade que pelo olhar de Bunuel, não tem solução. Performances primorosas de Silvia Pinal, Fernando Rey e da atriz que interpreta a empregada Ramona, Margarita Lozano, que lembra muito a personagem de "Teorema", de Pasolini, uma mulher frustrada que descobre a sua sexualidade.

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