sábado, 16 de maio de 2020

Mckellen: Interpretando o papel

"Mckellen: playing the part", de Joe Stephenson (2017) Excelente documentário que abrange a carreira do ator inglês Ian Mckellen, nascido em 1939. Mckellen deu um depoimento de 14 horas de duração, contando toda a sua trajetória de ator, a sua saída do armário aos 49 anos, sua luta pelos direitos LGBTQI+, a perda dos amigos pela Aids, o seu casamento, os seus prêmios, e a sua relação com a sua família durante a sua infância, com a mãe e irmã atrizes. Tem um depoimento que Mckellen dá que eu achei uma lição para todos que têm ambição: em 1965, ele foi convidado a fazer parte da famosa e prestigiada Companhia Nacional de Teatro, de Sir Lawrence Olivier. Mcke;;em ganhou papéis menores ao lado de Deuses do teatro, como Albert Finney e Maggie Smith. Mckellen ficava nervoso toda apresentação, por conta da presença de Albert Finney, que ele considerava como um Deus. Mckellen tinha poucas falas ao lado de Maggie Smith, mas durante as apresentações ele se sentia pequeno. Ele pediu demissão, tendo inclusive recebido uma carta de Lawrence Olivier dizendo que ele perdeu uma excelente oportunidade na carreira. Mckellen se uniu à uma companhia menor, Prospect Theatre Company, e lá protagonizou “Ricardo II” e “Eduardo II”, sendo aplaudido por toda a crítica. A mídia inteira acenou para o surgimento de um grande astro do Teatro. Ouvir Mcke;;em falar de seu processo de atuação, e principalmente do medo que ele tinha de fazer filmes, um lugar onde sempre se sentiu inseguro. Ele diz que a forma que ele encontrou para tirar o medo de sets de filmagem foi visitar o set de outros filmes. Entendendo o papel de cada integrante da equipe técnica, ele finalmente os viu não como inimigos, mas uma família que se preocupa em fazer tudo o melhor possível para que eles, os atores, estejam bem na frente das câmeras. Ele fala também como abstrair a presença da câmera e aí a parte mais divertida do filme, fala sobre s sua progressão de ator shakespereano dos palcos para interpretar mega blockbusters como o Magneto de “X-men” e o mago Galdalf de “O Senhor dos anéis”. Tem um momento extraordinário, onde ele atuando em uma cena de “O senhor dos anéis” , fazendo uma importante cena com um cenário todo de croma verde e no lugar dos atores, tinham tripés com as fotos dos rostos dos atores em cada um deles ( pior: as fotos eram dos atores reais, e não em seus personagens) , que Mckellen desabafou para si, mas como o seu microfone estava ligado, todo mundo ouviu: “Não foi para isso que eu quis ser ator”. Outro momento genial é quando Mckellen diz que as novas gerações ignoram todo o seu histórico nos teatros e somente o conhecem por causa do sucesso de “X-men” e “O senhor dos anéis”. Ele diz que todo mundo acha que foi ele quem interpretou o professor Dumbledore em “Harry Potter” e que ele às vezes, até acha mesmo que foi ele quem fez ( o papel coube a Richard Harris). O filme dedica um capítulo à parte com o envolvimento de Mckellen à causa Lgbtqi+. Ele diz que antes de sair do armário, ao rever seus trabalhos anteriores no cinema e na tv, sente vergonha dele mesmo em algumas performances que ele achou mentirosas, justamente por esconder a sua homossexualidade. Um filme obrigatório aos amantes da atuação e a fãs de Ian Mckellen, com direito a cenas de arquivo históricas e raras de atuações de Mckellen nos palcos desde 1960, ao lado de Dame Judi Dench, uma de suas grande amigas, com quem contracenou diversas vezes, Maggie Smith e outros.

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