quinta-feira, 21 de maio de 2020

Quero ser grande

“Big”, de Penny Marshall (1988) Com o enorme sucesso comercial e de crítica desse verdadeiro clássico do cinema de entretenimento, a diretora Penny Marshall se tornou a primeira Diretora a ultrapassar 100 milhões de dólares em bilheteria. Acabei assistindo a versão estendida do filme, com 10 minutos de duração. De fato, são poucas as comédias que resistem à essa duração, e “Quero ser grande” não seria diferente. Entraram quase meia hora de filme, e a maioria das cenas são momentos dramaáticos do personagem de Josh (Tom Hanks). Então quem quiser rever o filme, sugiro a versão original de 1:44 horas. “Quero ser grande” rendeu a Tom Hanks a sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator, em uma performance genial e difícil de compor uma criança de 12 anos de idade, sem cair em caricaturas e totalmente crível como um adulto feliz e carismático. Hanks viria a ganhar o Oscar em dois anos consecutivos, 94 e 95, por “FIladéfia” e “Forrest Gump”. E pensar que Robert de Niro ou Harrison Ford eram as opções ao papel de Josh. O jovem ator Jared Rushton, no papel do melhor amigo Billy também está sensacional. O mais chocante de rever o filme, é perceber que o cinema família dos anos 80 continha muitas cenas politicamente incorretas. Quando Billy leva Josh para Times Square para ele se hospedar em um hotel, acabam caindo em um hotel de prostituição. As ruas de Times Square na época eram mega decadentes, e só tinham lojas de sexo, prostitutas e traficantes na rua, e isso o filme manteve. Para os dias de hoje, fica impensável que um hotel deixe um adulto entrar com uma criança para se hospedarem em um quarto sem checar as informações do menor, mas aqui isso nem é uma questão. A cineasta Penny Marshall, falecida em 2018, dirigiu grandes sucessos. Antes de “Quero ser grande”, dirigiu a comédia policial “Salve-me quem puder”, com Whoopi Goldberg, e depois, dirigiu ‘Tempo de despertar”, drama com Robert de Niro e Robbie Willians. Todo mundo só se lembra do filme por causa da famosa cena de om Hanks e Robert Loggia dançando em cima de um teclado de um piano. Mas existem outros momentos muito bacanas: quando Susan vai passar a primeira noite no quarto de Josh, e ela crente que vai rolar sexo, acaba passando a noite jogando games com ele. O filme, uma fantasia, traz uma linda mensagem: temos que aproveitar bastante a infância e a adolescência, porquê a fase adulta é um tédio, sem momentos para sonhos e fantasias. Tom Hanks retornou a essa tema na franquia “Toy Story”, dublando a voz de Woody. “Quero ser grande” também foi indicado a melhor roteiro, e merecidamente: é inteligente, lida com temas complexos de forma carinhosa e jamais perde o encantamento pelos seus personagens.

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