terça-feira, 26 de maio de 2020

O despertar da Besta

"O despertar da Besta", de José Mojica Marins (1970) Listado entre os 100 melhores filmes brasileiros pela Abraccne, "O despertar da Besta"foi lançado em 1970 com o título de "O ritual dos sádicos". Porém o filme foi proibido pela ditadura e somente liberado para exibição nos anos 80. Certamente um dos filmes mais polêmicos realizados no Brasil, o filme é um festival de perversões sexuais e o maior de todos os escândalos, pela primeira vez o uso explícito de Lsd é filmado no Brasil. O filme já começa com uma jovem aplicando em detalhes uma seringa em seu pé. O filme é dividido em duas partes: a primeira, em preto e branco, são episódios isolados e independentes apresentando situações narradas por um psiquiatra relatando casos reais de perversidade sexual: orgias, coprofagias, estupros, suicídio, zoofilia, vale tudo nesse mundo bizarro de Zé do Caixão. Na 2 parte, que começa em preto e branco, um psiquiatra e José Mojica Marins fazem um debate acerca do uso do Lsd: o psiquiatra defende que a droga não interfere no comportamento de ma pessoa, quem tem tendência a ser assassino será independente do uso da droga. Já José Mojica defende que o Lsd intere sim, e para provar, ele manda convocar 4 voluntários para usarem Lsd e olharem para o poster de um filme do Zé d Caixão. A partir dái, o filme fica colorido, apresentando os 4 voluntários no inferno, sendo recepcionados pro Zé do Caixão que mostra todo os tipos de atrocidades. Fico imaginando a sensação de se assistir a esse filme na época do lançamento, em 1970, a loucura que não deve ter sido. Hoje sôa como um filme trash, mas na época deve ter sido realmente aterrorizante, ainda mais com a trilha sinistra e os gritos contínuos das mulheres. "Ele está certo: é a força do homem, e a submissão da mulher". Essa frase é dita por um personagem em deter minado momento,e sintetiza os filmes de Zé do CaixãoL acusado por muitos como misógino, por cinta da representação das mulheres em seus filmes: espancadas, violentadas, assassinadas. Não sei o que é dito de seus filmes nos dias de hoje, dentro do olhar politicamente correto, mas certamente, Zé não fez filmes para agradar ninguém.

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