sexta-feira, 22 de maio de 2020

O rancoroso

“The strange ones”, de Jack Garfein (1957) Clássico obscuro de 1957, famoso por ser anunciado como o primeiro filme americano a trabalhar com a técnica do Actor’s Studio, com o diretor e todo o elenco vindo da famosa escola de formação de atuação naturalista. Fora isso, o filme ataca o código Hayes, vigente nos Estados Unidos de 1930 a 1968, onde todos os filmes americanos tinham eram submetidos a uma avaliação sobre se seu conteúdo era aceitável ou não-aceitável. Temas como drogas, perversões, sexo, palavres eram totalmente proibidos. O filme traz o tema da homossexualidade de uma forma velada, mas hoje em dia é impossível não perceber todos os detalhes trazidos pelo Diretor Jack Garfein. O filme é baseado em obra autobiográfica do escritor Carlder Willingham, “End as a man”, e adaptada para os palcos. Bez Gazarra e George Peppard estrearam no cinema com esse filme, e desde então, não pararam mais de trabalhar. Na escola de cadetes no Sul dos Estados Unidos, o cadete superior Jocko de Paris (Gazarra) tem o hábito de pregar trotes em cadetes calouros, humilhando-os e deixando clara a sua superioridade. O próximo alvo de Jocko é o Major Avery, filho do Tenente da academia. Junto de outros cadetes, a quem Jocko os obriga a participar, o Major Avery apanha e é expulso da Academia, sendo acusado de estar bêbado. Jocko obriga a todos os envolvidos ficarem calados, ameaçando-os de expulsão. Um filme bastante ousado, lidando com temas atuais como bullling, assédio moral, e principalmente, homofobia. Jocko é chantageado por um cadete homossexual, a quem apelidam de “barata”, que afirma ter testemunhado toda a sua ação. Como a presença de homossexuais era proibida nos filmes, o diretor espertamente plantou alguns elementos que o identificam: na cena do banho coletivo, ele é o único a usar uma touca. Na famosa e sensual cena entre Jocko e “barata”, esse lê uma obra de sua autoria, enquanto Jocko, brinca com a sua espada. A carga teatral no filme é bem forte, toda calcada em diálogos e ambientes claustrofóbicos. Valeria uma versão atualizada com um forte elenco masculino.

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