sexta-feira, 15 de maio de 2020

Bang bang

"Bang bang", de Andrea Tonacci (1971) Listado entre os 100 melhores filmes brasileiros pela Abraccine, "Bang bang" é , como o próprio nome diz, um tiroteiro para todos os lados, em termos narrativos, estéticos e cinematográficos. Andrea Tonaci é um italiano radicado no Brasil, mais especificamente em São Paulo,e dirigiu essa saga experimental e anárquica em Belo Horizonte. Junto de Rogerio Sganzerla e Julio Bressane, formam os cineastas mais representativos da primeira fase do Cinema marginal no Brasil, surgido no final dos anos 60 e tendo como base a contestação da sociedade, principalmente em termos da ditadura, fazendo metáforas sobre a violência sofrida pela sociedade. É praticamente impossível dizer sobre o que se trata o filme. O filme tem um roteiro desconexo, constituído de cenas aleatórias d desconexas, algumas interligadas por um grupo de personagens em comum: Paulo César Pereiro é o protagonista sem nome, que às vezes assume uma persona de homem macaco, usando a máscara famosa do filme "O planeta dos macacos". Ele e sua namorada são assediados a todo momento por um trio d e bandidos: uma travesti, um cego que atira o tempo todo, e um homem obeso que come o tempo todo e arrota constantemente. essa história é entremeada com cenas soltas, como a de dançarinos de flamenco em uma laje, ou a melhor de todas as cenas, o improviso entre Pereiro e o motorista de táxi, num embate sobre que destino deve ter o táxi, metáfora sobre o destino que o filme deve seguir. Assistr ao filme é mais testemunhar uma experimentação narrativa, uma quebra de linguagem e claramente um filme de contestação, do que necessariamente assistir ao filme e tentar entender do que se trata. Pereiro, como sempre, está com o capeta, e a cena com o taxista, ou quando com a máscara de macaco, faz a barba, tendo a equipe e câmera refletidas no espelho, são as melhores. O filme representou o Brasil na Mostra Quinzena dos realizadores em Cannes 1971.

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