segunda-feira, 4 de maio de 2020

Orfeu

"Orphée', de Jean Cocteau (1950) Uma das grandes obras-primas de Jean Cocteau, "Orfeu" de 1950, é parte integrante de uma trilogia que Cocteau chamou de "Órfica", todos de certa forma adaptações livres do mito grego de Orfeu: "O sangue de um poeta", de 1930, e "O testamento de Orfeu", de 1960. "Orfeu" se passa de forma abstrata na Paris da ocupação nazista. Orfeu (Jean Marais, muso de Cocteau) é um famoso poeta e frequenta um café chamado 'Café dos poetas". Ele presencia a chegada de uma princesa , ( Maria Casares), a representação da Morte. Junto dela, um jovem poeta, Casarés. Durante uma briga, Casares se desvencilha dos policiais, mas é morto por atropelamento por dois motoqueiros, que descobrimos serem servos da Morte. Ela leva o corpo de Cesares para um castelo, e carrega Orfeu com ela, junto do seu motorista, Heurtebise, que vem a ser um assistente da Morte. Cesares ressuscita agora como um anjo, e presta serviços para a Morte. Orfeu retorna para sua casa, levado por Heurtebise. Orfeu é casado com Euridices, que estava preocupada por Orfeu não retornar de noite. Heurtebise se apaixona por Euridice, que agora é esnobada por Orfeu, que está por sua vez apaixonado pela Morte. Quando os assistentes da Morte matam Eurídice, a única forma de Orfeu trazê-la de volta é indo buscá-la no Submundo, com a ajuda de Heurtebise. Jean Cocteau foi um dos grandes cineastas do movimento surrealista, e em seus filmes, ele trabalha a direção de arte e a fotografia para darem uma atmosfera onírica. A ambientação do Sumundo é um verdadeiro primor, e os efeitos especiais da época, utilizando muito do truque da inversão, funcionam de forma mágica. A sequência de Orfeu e Heurtebise no submundo é uma obra-prima. O filme é muito rico em detalhes, e visualmente é um requinte, mesmo aparentemente seus efeitos estarem datados, é inegável o seu charme. Eu amo as performances nos filmes de Cocteau, são sempre bastante afetadas, uma espécie de teatro filmado com muitos exageros, mas deliciosos.

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