domingo, 14 de julho de 2024

Roberto Farias- Memórias de um cineasta

"Roberto Farias- memórias de um cineasta", de Marise Farias (2023) "A minha maior dificuldade ao dirigir um filme não era dirigir os atores. Era posicionar a câmera. A camera traduz tudo o que você quer mostrar, o que você quer que o espectador sinta o que você quer mostrar, as emoções do ator." Essa declaração de Roberto farias, 70 anos dedicados ao cinema e à tv, é bastante precisa quanto aos dilemas de um diretor. "Roberto Farias- Memórias de um cineasta" é um filme feito em família: narrado pelo próprio Roberto Farias, antes de sua morte em 2018, e pelo seu irmão Reginaldo Faria, que narra em 1a pessoa no lugar de Roberto, o filme foi dirigido por Marise, a filha mais nova do cineasta. Aos 14 anos de idade, Marise frequentava o set de "Pra frente, Brasil", polêmico filme político que foi censurado pela ditadura militar, e assim como outros filmes, acabaram se tornando seminais para a filmografia brasileira. Marise filme com o coração, é evidente o seu amor pelo cinema e pelo legado de seu pai, sempre apresentado de forma amorosa. Muitos cineastas dão depoimentos, entre eles, Luiz Carlos Barreto e e Zelito Vianna, fiéis parceiros de cinema de Roberto. "Faço filme para o público. Faço filmes dinâmicos, que falam direto ao espectador". Roberto foi bastante eclético em sua filmografia: desde comédias da chanchada, depois no clássico policial "O assalto ao trem pagador", a trilogia de Roberto Carlos e os filmes dos Trapalhões, além de séries e novelas famosas na Globo. Foi presidente da Embrafilme de 75 a 79, ganhando amigos e inimigos. Glauber Rocha foi um famoso contestador de sua presidência. Em 2007, foi presidente da Academia brasileira de cinema. O documentário é um olhar apaixonado sobre um homem que amou o cinema e foi um dos grandes responsáveis pela luta de uma política a favor da produção e restauração do conteúdo audiovisual nacional.

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